Exame Logo

União Africana autoriza envio de soldados de paz ao Burundi

A decisão de mobilizar a Missão Africana de Prevenção e Proteção no Burundi foi adotada durante a reunião ontem do Conselho de Paz e Segurança da instituição

Burundi: "É necessária uma ação urgente para parar os assassinatos", alertou o Conselho de Paz e Segurança da UA (Jean Pierre Harerimana / Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de dezembro de 2015 às 07h58.

Adis-Abeba - O Conselho de Paz e Segurança da União Africana (UA) autorizou o envio de uma força de paz ao Burundi, onde o aumento da violência levou o país à beira da guerra civil, informaram à Agência Efe fontes da organização nesta sexta-feira.

A decisão de mobilizar a Missão Africana de Prevenção e Proteção no Burundi (MAPROBU) foi adotada durante a reunião ontem do Conselho de Paz e Segurança da instituição pan-africana.

O encontro foi presidido pelo Burundi, país que ocupa a presidência rotatória do organismo da UA e que rejeitou o envio de tropas, segundo as mesmas fontes.

No entanto, a UA pode enviar tropas ao invocar uma cláusula que permite mobilizar uma força de paz perante situação de genocídio ou crimes de guerra mesmo sem o consentimento do país.

A UA advertiu ontem que não permitirá "outro genocídio" no continente, em alusão à deterioração da segurança no Burundi, onde a ONU teme que a situação degenere rumo a massacres em grande escala após os assassinatos registrados nos últimos meses.

"É necessária uma ação urgente para parar os assassinatos", alertou o Conselho de Paz e Segurança da UA ontem, através da conta oficial no Twitter.

Em abril deste ano teve início uma série de protestos violentos depois que o presidente Pierre Nkurunziza anunciou a intenção de concorrer às eleições pela terceira vez, o que é proibido pela Constituição do país.

As eleições ocorreram e Nkurunziza ganhou o pleito em julho com 69% dos votos, resultado que a comunidade internacional não reconheceu pela falta de garantias durante sua realização.

Pelo menos 400 pessoas foram assassinadas no Burundi desde 26 de abril, embora se calcule que o número real de mortos seja muito maior, e mais de 220 mil se viram obrigadas a abandonar o país, segundo o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad al-Hussein.

A onda de violência arrasta o país a um conflito que alguns qualificam como étnico, embora a oposição afirme que estão morrendo burundineses das duas tribos majoritárias, hutus e tutsis.

A história do Burundi foi sacudida pela violência étnica, incluindo dois fatos qualificados como genocídios: o massacre de hutus pelo exército dominado por tutsis em 1972 e o assassinato em massa de tutsis por hutus em 1993.

Ambas as etnias protagonizaram o genocídio de 1994 na vizinha Ruanda, onde cerca de 800 mil pessoas, segundo números da ONU, foram assassinadas, a maioria da etnia tutsi.

Veja também

Adis-Abeba - O Conselho de Paz e Segurança da União Africana (UA) autorizou o envio de uma força de paz ao Burundi, onde o aumento da violência levou o país à beira da guerra civil, informaram à Agência Efe fontes da organização nesta sexta-feira.

A decisão de mobilizar a Missão Africana de Prevenção e Proteção no Burundi (MAPROBU) foi adotada durante a reunião ontem do Conselho de Paz e Segurança da instituição pan-africana.

O encontro foi presidido pelo Burundi, país que ocupa a presidência rotatória do organismo da UA e que rejeitou o envio de tropas, segundo as mesmas fontes.

No entanto, a UA pode enviar tropas ao invocar uma cláusula que permite mobilizar uma força de paz perante situação de genocídio ou crimes de guerra mesmo sem o consentimento do país.

A UA advertiu ontem que não permitirá "outro genocídio" no continente, em alusão à deterioração da segurança no Burundi, onde a ONU teme que a situação degenere rumo a massacres em grande escala após os assassinatos registrados nos últimos meses.

"É necessária uma ação urgente para parar os assassinatos", alertou o Conselho de Paz e Segurança da UA ontem, através da conta oficial no Twitter.

Em abril deste ano teve início uma série de protestos violentos depois que o presidente Pierre Nkurunziza anunciou a intenção de concorrer às eleições pela terceira vez, o que é proibido pela Constituição do país.

As eleições ocorreram e Nkurunziza ganhou o pleito em julho com 69% dos votos, resultado que a comunidade internacional não reconheceu pela falta de garantias durante sua realização.

Pelo menos 400 pessoas foram assassinadas no Burundi desde 26 de abril, embora se calcule que o número real de mortos seja muito maior, e mais de 220 mil se viram obrigadas a abandonar o país, segundo o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad al-Hussein.

A onda de violência arrasta o país a um conflito que alguns qualificam como étnico, embora a oposição afirme que estão morrendo burundineses das duas tribos majoritárias, hutus e tutsis.

A história do Burundi foi sacudida pela violência étnica, incluindo dois fatos qualificados como genocídios: o massacre de hutus pelo exército dominado por tutsis em 1972 e o assassinato em massa de tutsis por hutus em 1993.

Ambas as etnias protagonizaram o genocídio de 1994 na vizinha Ruanda, onde cerca de 800 mil pessoas, segundo números da ONU, foram assassinadas, a maioria da etnia tutsi.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaGuerrasViolência urbana

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame