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Assembléia veta UE com voz própria na ONU

Projeto do órgão europeu permitia que responsável pelas relações exteriores da UE partcipasse da ONU como um estado-membro

Sala da Assembléia Geral da ONU (Wikimedia Commons) (Wikimedia Commons)

Sala da Assembléia Geral da ONU (Wikimedia Commons) (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2010 às 16h23.

Nova York - A União Europeia (UE) fracassou hoje em sua tentativa de falar com voz própria na Assembleia Geral da ONU e apresentar de maneira oficial propostas a seus membros, embora sem abandonar seu status de observador.

Os membros da ONU decidiram adiar a consideração do projeto de resolução europeu por decisão de 76 votos a favor, 71 contra e 21 abstenções, o que representa um revés às aspirações dos 27 países-membros da UE de transferir a nova realidade de sua política externa ao principal organismo multilateral.

Os opositores à medida, entre eles grupos regionais como a União Africana (UA) e a Comunidade do Caribe (Caricom), indicaram que era necessário mais tempo para considerar com cautela as implicações de outorgar à UE algumas das atribuições reservadas somente aos Estados-membros do organismo.

"Nós também somos da opinião de que se deveria adiar este assunto até a próxima sessão", indicou o embaixador da Venezuela, Jorge Valero, em referência ao 65º período de sessões que se inicia hoje.

"A UE faz extensas consultas nos últimos dez meses e os (países) membros que quiseram sugerir alterações, assim o puderam fazer", respondeu Jan Grauls, embaixador da Bélgica, país que ocupa a Presidência rotativa da UE.

No entanto, diante da evidente ausência de consenso na sala, a delegação belga tentou sem sucesso retirar o projeto de resolução para evitar sua possível rejeição em uma votação, tal como ocorreu.

As diferenças geradas pela nova proposta europeia já tinham obrigado na segunda-feira adiar até hoje o fechamento do 64º período de sessões da Assembleia Geral, a fim de dar mais tempo às tentativas para se chegar a um consenso.

O texto proposto pelos 27 países-membros da UE autoriza a responsável de política externa da UE, Catherine Ashton, a participar das reuniões da Assembleia Geral, da mesma maneira que os representantes dos Estados-membros.

Também permite a delegação da UE perante a ONU a apresentar de maneira oficial documentos, propostas e projetos de resolução para que sejam considerados pela Assembleia Geral.

Em uma tentativa de fomentar um maior consenso, as delegações europeias aceitaram incluir algumas emendas ao projeto de resolução.

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