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UE espera fechar acordo ambiental que valerá até 2030

Chefes de Estado e do governo da União Europeia esperam fechar entre hoje e amanhã um acordo sobre políticas energéticas e climáticas

Bandeiras da União Europeia: líderes participam de cúpula (Georges Gobet/AFP)
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Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2014 às 13h09.

Bruxelas -Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) iniciam nesta quinta-feira em Bruxelas uma cúpula de dois dias na qual esperam fechar um acordo sobre os objetivos que marcarão as políticas energéticas e climáticas até 2030.

No primeiro dia da cúpula, os 28 países do bloco centrarão seus debates nas políticas econômicas e energéticas com as quais procuram que fazer com que a UE lidere o combate contra a mudança climática , assim como a luta contra o ebola, enquanto dedicarão a sexta-feira para analisar a situação econômica europeia.

Os chefes de Estado e de Governo europeus se comprometeram a conseguir nesta cúpula um consenso sobre o pacote de políticas energéticas e climáticas até 2030, que inclui metas sobre a redução de emissões de dióxido de carbono (CO2), para fomentar as renováveis e melhorar a eficiência energética.

Um novo ponto para o debate é o objetivo de interconexões elétricas, um assunto que até agora não figurou entre os mais destacados do pacote energético, mas que é muito sensível para Espanha e Portugal.

Ambos os países lamentam sua falta de conexões com uma reticente França, uma situação que transforma a Península Ibérica em uma "ilha"energética.

A esse respeito, as operadoras de redes energéticas da Península Ibérica fizeram nesta quinta-feira um apelo conjunto para que a UE resolva o déficit de interconexões que afeta a região e assim reforce a "segurança de abastecimento".

Em comunicado divulgado hoje em Lisboa e assinado pela portuguesa Redes Energéticas Nacionais (REN) e as espanholas Red Eléctrica Española (REE) e Enagás, as empresas do setor consideraram "essencial" que esta iniciativa faça parte da estratégia energética da UE nos próximos anos

Em relação ao objetivo de redução de emissões, os países preveem apoiar uma diminuição de 40% em relação aos níveis de 1990, com permissão da Polônia.

Esse país parece disposto a retirar seu tradicional bloqueio em questões climáticas em troca de assegurar o respaldo financeiro europeu para se modernizar e que se mantenha a repartição de permissões de emissão gratuitas para a indústria além de 2020.

Quanto às energias renováveis, os 28 países fecharam um acordo que estas sejam a fonte de "pelo menos" 27% da energia que será utilizada até 2030, segundo uma minuta das conclusões do encontro, um compromisso intermediário entre os quais defendem situá-lo em 30%, como Alemanha e Portugal, e seus opositores, como Reino Unido.

Finalmente, o objetivo de eficiência energética se situará em pedir uma economia de 30% até 2030, mas só de maneira "indicativa", o que significa que não será de cumprimento obrigatório.

Outras questões que serão abordadas na cúpula são a crise do ebola, um ponto no qual os líderes preveem apoiar a nomeação de um responsável europeu para coordenar as respostas perante a doença, e a situação na Ucrânia.

Esta será a última cúpula na qual estarão presentes os presidentes em fim de mandato da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, e nela os líderes designarão oficialmente o novo colégio de comissários liderado pelo luxemburguês Jean-Claude Juncker.

*Atualizada às 14h08 do dia 23/10/2014

São Paulo - Passar de uma economia rica em carbono para uma baseada em energia sustentável não será fácil, mas é algo inescapável em um mundo que já sofre - e vai sofrer cada vez mais - com os efeitos do aquecimento global .  Nesta semana, foi lançado o relatório "A Nova Economia do Clima", baseado na ideia de que o mundo não precisa diminuir o crescimento econômico para fazer essa transição. Os obstáculos, no entanto, são complexos. Um deles é que muitos países não só dependem muito de combustíveis fósseis para sua economia como os apoiam diretamente através de subsídios ao consumo.  No total, cerca de meio trilhão de dólares são gastos com este objetivo por ano no mundo. Veja quais são os países campeões, de acordo com números da Agência Internacional de Energia referentes a 2012:
  • 2. 1. Irã

    2 /12(Suzanne Plunkett/Reuters)

  • Veja também

    Subsídios
    Valor (US$)aprox. 82 bilhões
    Em % do PIB15%
    Maior beneficiadoPetróleo
  • 3. 2 - Arábia Saudita

    3 /12(Wikimedia Commons)

  • Subsídios
    Valor (US$)aprox. 61 bilhões
    Em % do PIB8,5%
    Maior beneficiadoPetróleo
  • 4. 3. Rússia

    4 /12(Maxim Shemetov/Reuters)

    Subsídios
    Valor (US$)aprox. 45 bilhões
    Em % do PIB2,3%
    Maior beneficiadoGás natural
  • 5. 4. Índia

    5 /12(REUTERS/Babu)

    Subsídios
    Valor (US$)aprox. 42 bilhões
    Em % do PIB2,3%
    Maior beneficiadoPetróleo
  • 6. 5. Venezuela

    6 /12(Diego Giudice/Bloomberg News)

    Subsídios
    Valor (US$)aprox. 28 bilhões
    Em % do PIB7,4%
    Maior beneficiadoPetróleo
  • 7. 6. China

    7 /12(Getty Images)

    Subsídios
    Valor (US$)aprox. 27 bilhões
    Em % do PIB0,3%
    Maior beneficiadoPetróleo
  • 8. 7. Indonésia

    8 /12(Spencer Platt/Getty Images)

    Subsídios
    Valor (US$)aprox. 26 bilhões
    Em % do PIB3%
    Maior beneficiadoPetróleo
  • 9. 8. Egito

    9 /12(Bloomberg)

    Subsídios
    Valor (US$)aprox. 25 bilhões
    Em % do PIB10,2%
    Maior beneficiadoPetróleo
  • 10. 9. Emirados Árabes Unidos

    10 /12(Gabriela Maj/Bloomberg)

    Subsídios
    Valor (US$)aprox. 22 bilhões
    Em % do PIB5,6%
    Maior beneficiadoGás natural
  • 11. 10. Iraque

    11 /12(Essam Al-Sudani/AFP)

    Subsídios
    Valor (US$)aprox. 17 bilhões
    Em % do PIB7,8%
    Maior beneficiadoPetróleo
  • 12 /12(Getty Images)

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