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Ucrânia lembra Chernobyl em meio a esforço para selar reator

Na capital, Kiev, autoridades e parentes das vítimas também fizeram uma cerimônia perante um memorial

Usina de Chernobyl: "Os incontáveis homens, mulheres e crianças afetados pela contaminação radioativa nunca devem ser esquecidos", destacou o presidente ucraniano (Ben Fairless / Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de abril de 2013 às 21h22.

Os ucranianos acenderam velas e depositaram flores nesta sexta-feira em memória das vítimas do pior desastre nuclear da História, ocorrido em Chernobyl, 27 anos atrás, enquanto prosseguem os esforços para blindar permanentemente o reator acidentado.

Em 26 de abril de 1986, uma explosão durante um teste provocou um vazamento de material radioativo que se espalhou pela Europa, contaminando principalmente Belarus, Ucrânia e Rússia.

Dezenas de pessoas depositaram flores e acenderam velas em frente a retratos de vítimas no monumento às vítimas de Chernobyl na pequena cidade de Slavutych, a cerca de 50 km do local do desastre, onde moravam muitos funcionários da usina.

Ao mesmo tempo, na capital, Kiev, autoridades e parentes das vítimas também fizeram uma cerimônia perante um memorial.

"A lembrança da tragédia pede unidade e a consolidação dos esforços do governo e da sociedade para solucionar os problemas, implementando projetos para criar um sistema ambientalmente seguro em Chernobyl", declarou o presidente ucraniano, Viktor Yanukovych, em um comunicado.

"Os incontáveis homens, mulheres e crianças afetados pela contaminação radioativa nunca devem ser esquecidos", destacou, também em um comunicado, o porta-voz da ONU, Martin Nesirky, apelando à "generosidade" mundial com as regiões afetadas.

No ano passado, a Ucrânia iniciou a construção de um abrigo permanente para substituir a estrutura temporária de concreto e aço que foi erguida apressadamente após a tragédia, mas que desde então tem apresentado rachaduras.

"Um novo confinamento é o nosso futuro, isto é algo pelo qual aguardamos muitos anos", declarou a jornalistas Alexander Novikov, vice-diretor técnico de segurança da usina elétrica de Chernobyl, durante visita ao local esta semana.


A estrutura arqueada de 257 metros e 20 mil toneladas, conhecida como o novo e seguro confinamento, é projetada para durar um século e será dotada de equipamentos de alta tecnologia para fazer de forma segura o trabalho de descontaminação dentro do reator afetado.

A construção da nova estrutura é estimada em 900 milhões de euros (US$ 1,172 bilhão), enquanto o trabalho de descontaminação no local vai elevar o custo total a 1,5 bilhão de euros (US$ 1,95 bilhão).

A conclusão do novo abrigo está prevista para outubro de 2015.

A administração da usina informou que também iniciará em breve a construção de uma cobertura temporária sobre uma seção de Chernobyl, onde parte do telhado desmoronou este inverno devido ao peso da neve acumulada.

Novikov enfatizou que o trecho que ruiu em fevereiro não pertencia à estrutura do sarcófago que cobre o reator que explodiu.

"O trabalho do projeto está quase concluído e começaremos a construção da cobertura temporária para fechar o buraco que apareceu", afirmou.

O gerente-geral da usina de Chernobyl, Igor Gramotkin, acrescentou que o desmoronamento da parte do telhado voltou a reforçar a necessidade de uma conclusão rápida do novo arco sobre o reator acidentado.

Chernobyl fica a apenas 100 km de Kiev e está próxima das fronteiras com a Rússia e Belarus. A área no entorno da usina ainda está muito contaminada e é classificada como "zona de exclusão" desabitada.

Após o acidente, autoridades da União Soviética determinaram que milhares de pessoas na Ucrânia participassem da limpeza depois do acidente em Chernobyl, trabalhando sem qualquer proteção.

Embora apenas duas pessoas tenham morrido nas explosões iniciais, a agência atômica das Nações Unidas afirma que 28 socorristas morreram de doenças relacionadas à radiação nos três meses que se seguiram ao acidente.

Segundo números oficiais ucranianos, mais de 25.000 dos trabalhadores da limpeza, denominados "liquidadores" das então soviéticas Ucrânia, Rússia e Belarus morreram após o desastre.

Apesar disso, a escala real dos óbitos relacionados diretamente com a tragédia permanecem até hoje tema de um penoso debate científico.

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Os ucranianos acenderam velas e depositaram flores nesta sexta-feira em memória das vítimas do pior desastre nuclear da História, ocorrido em Chernobyl, 27 anos atrás, enquanto prosseguem os esforços para blindar permanentemente o reator acidentado.

Em 26 de abril de 1986, uma explosão durante um teste provocou um vazamento de material radioativo que se espalhou pela Europa, contaminando principalmente Belarus, Ucrânia e Rússia.

Dezenas de pessoas depositaram flores e acenderam velas em frente a retratos de vítimas no monumento às vítimas de Chernobyl na pequena cidade de Slavutych, a cerca de 50 km do local do desastre, onde moravam muitos funcionários da usina.

Ao mesmo tempo, na capital, Kiev, autoridades e parentes das vítimas também fizeram uma cerimônia perante um memorial.

"A lembrança da tragédia pede unidade e a consolidação dos esforços do governo e da sociedade para solucionar os problemas, implementando projetos para criar um sistema ambientalmente seguro em Chernobyl", declarou o presidente ucraniano, Viktor Yanukovych, em um comunicado.

"Os incontáveis homens, mulheres e crianças afetados pela contaminação radioativa nunca devem ser esquecidos", destacou, também em um comunicado, o porta-voz da ONU, Martin Nesirky, apelando à "generosidade" mundial com as regiões afetadas.

No ano passado, a Ucrânia iniciou a construção de um abrigo permanente para substituir a estrutura temporária de concreto e aço que foi erguida apressadamente após a tragédia, mas que desde então tem apresentado rachaduras.

"Um novo confinamento é o nosso futuro, isto é algo pelo qual aguardamos muitos anos", declarou a jornalistas Alexander Novikov, vice-diretor técnico de segurança da usina elétrica de Chernobyl, durante visita ao local esta semana.


A estrutura arqueada de 257 metros e 20 mil toneladas, conhecida como o novo e seguro confinamento, é projetada para durar um século e será dotada de equipamentos de alta tecnologia para fazer de forma segura o trabalho de descontaminação dentro do reator afetado.

A construção da nova estrutura é estimada em 900 milhões de euros (US$ 1,172 bilhão), enquanto o trabalho de descontaminação no local vai elevar o custo total a 1,5 bilhão de euros (US$ 1,95 bilhão).

A conclusão do novo abrigo está prevista para outubro de 2015.

A administração da usina informou que também iniciará em breve a construção de uma cobertura temporária sobre uma seção de Chernobyl, onde parte do telhado desmoronou este inverno devido ao peso da neve acumulada.

Novikov enfatizou que o trecho que ruiu em fevereiro não pertencia à estrutura do sarcófago que cobre o reator que explodiu.

"O trabalho do projeto está quase concluído e começaremos a construção da cobertura temporária para fechar o buraco que apareceu", afirmou.

O gerente-geral da usina de Chernobyl, Igor Gramotkin, acrescentou que o desmoronamento da parte do telhado voltou a reforçar a necessidade de uma conclusão rápida do novo arco sobre o reator acidentado.

Chernobyl fica a apenas 100 km de Kiev e está próxima das fronteiras com a Rússia e Belarus. A área no entorno da usina ainda está muito contaminada e é classificada como "zona de exclusão" desabitada.

Após o acidente, autoridades da União Soviética determinaram que milhares de pessoas na Ucrânia participassem da limpeza depois do acidente em Chernobyl, trabalhando sem qualquer proteção.

Embora apenas duas pessoas tenham morrido nas explosões iniciais, a agência atômica das Nações Unidas afirma que 28 socorristas morreram de doenças relacionadas à radiação nos três meses que se seguiram ao acidente.

Segundo números oficiais ucranianos, mais de 25.000 dos trabalhadores da limpeza, denominados "liquidadores" das então soviéticas Ucrânia, Rússia e Belarus morreram após o desastre.

Apesar disso, a escala real dos óbitos relacionados diretamente com a tragédia permanecem até hoje tema de um penoso debate científico.

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