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Ucrânia fala em ataque russo na quarta-feira e presidente decreta feriado

Volodymir Zelensky, presidente da Ucrânia, respondeu aos boatos recentes de que uma invasão está prevista para quarta-feira; os EUA estão esvaziando a embaixada em Kiev

Volodymir Zelensky: presidente também negou nesta segunda-feira que sua família tenha deixado o país (Irina Yakovleva/TASS/Reuters)

Volodymir Zelensky: presidente também negou nesta segunda-feira que sua família tenha deixado o país (Irina Yakovleva/TASS/Reuters)

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Da redação, com agências

Publicado em 14 de fevereiro de 2022 às 16h48.

Última atualização em 14 de fevereiro de 2022 às 18h37.

O presidente da Ucrânia, Volodymir Zelensky, publicou mensagem decretando para esta quarta-feira, 16, um dia patriótico e "de união" no país, diante dos rumores, não confirmados, de que a Rússia planeja uma invasão nos próximos dias.

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Na mensagem, o mandatário respondeu à suspeita - que vem circulando desde o fim de semana - de que a Rússia planejaria um ataque ao país no dia 16. Autoridades ucranianas reforçaram, na sequência, que o presidente não disse que há uma invasão prevista, mas apenas respondeu aos rumores.

"Dizem-nos que 16 de fevereiro será o dia do ataque. Vamos fazer dele um dia de união. O decreto já foi assinado. Esta tarde vamos pendurar bandeiras nacionais, colocar fitas azuis-amarelas e mostrar ao mundo a nossa unidade", declarou Zelensky.

Diante da repercussão da fala, um alto funcionário ucraniano, Mykhailo Podoliak, negou que Zelensky tenha sido literal, e afirmou que o presidente estava sendo irônico, em resposta aos boatos recentes sobre a data, segundo informou a CNN Espanha.

Na mensagem, Zelensky disse ainda que, "mais uma vez", uma suposta data de invasão tem sido disseminada, mas que a Ucrânia está pronta para responder se necessário. "Nosso Estado está mais forte do que nunca", disse.

O presidente ucraniano afirmou que o país deseja "paz" e que prefere uma saída diplomática. "Nós lutamos pela paz e queremos resolver todas as questões exclusivamente através de negociações".

Mais de 100 mil soldados russos estão posicionados em vários pontos da fronteira ucraniana desde o fim do ano passado, e as tensões pioraram nas últimas semanas. O governo russo nega que esteja planejando uma invasão.

Reunião com Scholz

Nesta segunda-feira, Zelensky também se encontrou com o chanceler alemão, Olaf Scholz, e pediu "garantias legais" para defesa da Ucrânia no caso de uma ameaça russa. O presidente ucraniano negou ainda que sua família tenha deixado o país. 

Scholz, por sua vez, embarca na sequência para Moscou, onde tem conversa marcada com o presidente russo, Vladimir Putin, nesta terça-feira, 15.

Olaf Scholz e Volodymyr Zelensky: presidente ucraniano se reuniu nesta segunda-feira, 14, com o chanceler alemão (Kay Nietfeld/picture alliance/Getty Images)

No fim de semana, Putin conversou por telefone com o presidente americano, Joe Biden, e o francês, Emmanuel Macron (com quem também se encontrou na semana passada). As negociações até agora, no entanto, não avançaram para reduzir o conflito na região.

Em Washington, no domingo, o conselheiro de segurança nacional do presidente Joe Biden, Jake Sullivan, disse que um ataque russo pode começar "a qualquer momento" - mas não confirmou os relatos de que a inteligência americana já esperava uma invasão na quarta-feira.

"Não podemos prever perfeitamente o dia, mas já estamos dizendo há algum tempo que estamos na janela", afirmou Sullivan à CNN.

Nos últimos dias, circularam também informações de que a Rússia esperava somente o fim das Olimpíadas de Inverno em Pequim (que terminam em 20 de fevereiro) antes de um ataque à Ucrânia. 

Viagem de Bolsonaro

Em meio às tensões, o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, também chegará à Rússia nesta semana para um encontro com Putin.

Bolsonaro diz que não falará da Ucrânia na reunião, mas de questões comerciais e de interesse do Brasil. A reunião entre ambos está marcada exatamente para a manhã de quarta-feira, dia 16, e a previsão é que Bolsonaro embarque ainda hoje para Moscou.

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"Sabemos o momento difícil que existe naquela região", disse Bolsonaro a apoiadores nesta segunda-feira, em frente ao Palácio da Alvorada.

"Temos negócios com eles, comerciais. Em grande parte, nosso agronegócio depende dos fertilizantes deles. Temos assuntos para tratar sobre defesa, sobre energia, muita coisa para tratar. E o Brasil é um país soberano", disse.

Apesar de não haver confirmação de que a Rússia de fato planeja um ataque à Ucrânia, os EUA estão fechando sua embaixada em Kiev em meio aos riscos de uma piora no conflito. Uma série de países têm pedido desde o fim de semana que seus cidadãos saiam da Ucrânia e alertado para a dificuldade de resgatar os que ficarem caso haja um confronto.

O presidente Vladimir Putin tem negado que planeja invadir a Ucrânia, mas tem usado a crise para obter a garantia de que a Otan, aliança militar do Ocidente, não permita o ingresso ucraniano em seus quadros.

Além da Ucrânia, outra demanda de Putin é que a aliança liderada por EUA e países europeus não posicione tropas em outros membros do leste europeu, antigas áreas de influência soviética.

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