Turquia tenta evitar eleições antecipadas e sonda coalizões
Partidos do país iniciaram conversas em busca de possíveis coalizões para evitar eleições antecipadas, após o partido governista perder a maioria absoluta
Da Redação
Publicado em 10 de junho de 2015 às 16h34.
Ancara - Os partidos políticos da Turquia iniciaram nesta quarta-feira conversas em busca de possíveis coalizões de governo para evitar eleições antecipadas, depois de o partido islamita AKP perder a maioria absoluta nas eleições de domingo.
O presidente da Turquia e fundador do partido de Justiça e Desenvolvimento (AKP), Recep Tayyip Erdogan, se reuniu hoje com Deniz Baykal, influente ex-líder do partido laico Republicano do Povo (CHP).
Este encontro, que durou mais de duas horas em Ancara, disparou os rumores sobre uma possível coalizão entre o AKP e o CHP, o segundo partido mais votado.
Após a reunião, Baykal disse que Erdogan está disposto a qualquer acordo de coalizão, inclusive um que exclua o AKP.
"Vi que (Erdogan) está aberto a todas as possibilidades de coalizão. Também a uma coalizão dos partidos da oposição", afirmou o político social-democrata em entrevista à imprensa.
O AKP, no poder desde 2002, conquistou somente 258 cadeiras, 18 a menos do que o necessário para a maioria absoluta, mas quase o dobro dos 132 deputados do CHP.
Os islamitas se viram pela primeira vez em 13 anos obrigados a buscar um pacto para continuar no governo.
Perante da negativa pública dos três partidos opositores de fazer um pacto com o AKP, também é considerada a opção de um tripartite.
Este pode reunir junto do CHP os nacionalistas do partido direitista MHP e os esquerdistas e pró-curdos do HDP, ambos com 80 cadeiras cada.
A mera possibilidade de se considerar esta complicada constelação fomentou nos dois últimos dias rumores de que Erdogan poderia dar em breve por impossível a formação de um governo e convocar novas eleições, que podem ter resultado ainda mais incerto do que as de domingo.
Baykal, no entanto, se mostrou convencido de que o presidente não forçará esta opção e que prefere que os partidos políticos encontrem uma solução.
"A Turquia realizou eleições e o povo falou. Agora temos que nos movimentar de acordo com a vontade popular", concluiu o histórico dirigente do CHP.
Sua visita, a convite de Erdogan, contou com o sinal verde do chefe do CHP, Kemal Kiliçdaroglu, e se justificou porque Baykal assumirá temporariamente a presidência do parlamento por ser o deputado mais velho da casa.
No entanto, houve críticas dos outros partidos opositores, como o HDP, que considerou que "não é normal" Erdogan se reunir com o presidente interino do parlamento e não com o eleito.
Além disso, os pró-curdos denunciaram como "anticonstitucional" o envolvimento ativo do próprio presidente na busca de membros de uma coalizão.
Em todo caso, a "grande coalizão" entre AKP e CHP é a opção preferida por muitos empresários na Turquia, já que, segundo os analistas, daria estabilidade e traria confiança aos mercados.
Nos últimos dias, ambos os partidos tiveram contatos oficiosos para sondar esta possibilidade, revelou hoje o jornal "Hürriyet".
Enquanto isso, o primeiro-ministro interino e líder do AKP, Ahmet Davutoglu, recebeu hoje a incumbência da Junta Direção do partido de debater possíveis coalizões.
Mas o AKP ainda não tomou nenhuma decisão sobre qual pacto seria preferível, reconheceu hoje um porta-voz do partido islamita em entrevista à imprensa turca.
Ancara - Os partidos políticos da Turquia iniciaram nesta quarta-feira conversas em busca de possíveis coalizões de governo para evitar eleições antecipadas, depois de o partido islamita AKP perder a maioria absoluta nas eleições de domingo.
O presidente da Turquia e fundador do partido de Justiça e Desenvolvimento (AKP), Recep Tayyip Erdogan, se reuniu hoje com Deniz Baykal, influente ex-líder do partido laico Republicano do Povo (CHP).
Este encontro, que durou mais de duas horas em Ancara, disparou os rumores sobre uma possível coalizão entre o AKP e o CHP, o segundo partido mais votado.
Após a reunião, Baykal disse que Erdogan está disposto a qualquer acordo de coalizão, inclusive um que exclua o AKP.
"Vi que (Erdogan) está aberto a todas as possibilidades de coalizão. Também a uma coalizão dos partidos da oposição", afirmou o político social-democrata em entrevista à imprensa.
O AKP, no poder desde 2002, conquistou somente 258 cadeiras, 18 a menos do que o necessário para a maioria absoluta, mas quase o dobro dos 132 deputados do CHP.
Os islamitas se viram pela primeira vez em 13 anos obrigados a buscar um pacto para continuar no governo.
Perante da negativa pública dos três partidos opositores de fazer um pacto com o AKP, também é considerada a opção de um tripartite.
Este pode reunir junto do CHP os nacionalistas do partido direitista MHP e os esquerdistas e pró-curdos do HDP, ambos com 80 cadeiras cada.
A mera possibilidade de se considerar esta complicada constelação fomentou nos dois últimos dias rumores de que Erdogan poderia dar em breve por impossível a formação de um governo e convocar novas eleições, que podem ter resultado ainda mais incerto do que as de domingo.
Baykal, no entanto, se mostrou convencido de que o presidente não forçará esta opção e que prefere que os partidos políticos encontrem uma solução.
"A Turquia realizou eleições e o povo falou. Agora temos que nos movimentar de acordo com a vontade popular", concluiu o histórico dirigente do CHP.
Sua visita, a convite de Erdogan, contou com o sinal verde do chefe do CHP, Kemal Kiliçdaroglu, e se justificou porque Baykal assumirá temporariamente a presidência do parlamento por ser o deputado mais velho da casa.
No entanto, houve críticas dos outros partidos opositores, como o HDP, que considerou que "não é normal" Erdogan se reunir com o presidente interino do parlamento e não com o eleito.
Além disso, os pró-curdos denunciaram como "anticonstitucional" o envolvimento ativo do próprio presidente na busca de membros de uma coalizão.
Em todo caso, a "grande coalizão" entre AKP e CHP é a opção preferida por muitos empresários na Turquia, já que, segundo os analistas, daria estabilidade e traria confiança aos mercados.
Nos últimos dias, ambos os partidos tiveram contatos oficiosos para sondar esta possibilidade, revelou hoje o jornal "Hürriyet".
Enquanto isso, o primeiro-ministro interino e líder do AKP, Ahmet Davutoglu, recebeu hoje a incumbência da Junta Direção do partido de debater possíveis coalizões.
Mas o AKP ainda não tomou nenhuma decisão sobre qual pacto seria preferível, reconheceu hoje um porta-voz do partido islamita em entrevista à imprensa turca.