Cumhuriyet: a acusação pede penas específicas para cada jornalista, que vão de sete a 43 anos de prisão, por "ajudar uma organização terrorista" (Ozan Kose/AFP)
EFE
Publicado em 4 de abril de 2017 às 12h58.
Istambul - A Procuradoria Geral de Istambul publicou nesta terça-feira a acusação contra 19 jornalistas do "Cumhuriyet", um prestigiado jornal da oposição, por supostos vínculos com organizações terroristas.
Entre os 19 acusados está o ex-diretor do jornal, Can Dündar, exilado na Alemanha após receber uma ordem de prisão, o editor-chefe, Murat Sabuncu, e inclusive um chargista.
Exceto por Dündar, os jornalistas acusados permanecem em prisão preventiva, dez deles há cinco meses.
A acusação pede penas específicas para cada jornalista, que vão de sete a 43 anos de prisão, por "ajudar uma organização terrorista", "ser membro de uma organização terrorista" e inclusive "atuar em nome de" tais organizações "sem ser membro".
A Procuradoria de Istambul vincula suas publicações no jornal e nas redes sociais com o proscrito Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), com o grupo ultraesquerdista Partido-Frente Revolucionária de Libertação Popular (DHKP-C), e com a confraria do clérigo islamita Fethullah Gülen.
Com uma tiragem de cerca de 50mil exemplares diários, o "Cumhuriyet", fundado em 1924, não é um dos jornais mais vendidos da Turquia, mas sim um dos mais prestigiados, conhecido por seu jornalismo investigativo e sua linha de oposição ao governo.
Aproximadamente 150 jornalistas turcos estão atualmente presos, seja de forma preventiva ou cumprindo sentença.