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Turquia promete ajuda a curdos que enfrentam o EI na Síria

Governo sírio, no entanto, advertiu que considerará qualquer intervenção militar turca como uma agressão

O premier turco, Ahmet Davutoglu: "faremos o que for possível para que Kobane não caia" (Adem Altan/AFP)
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Da Redação

Publicado em 3 de outubro de 2014 às 16h50.

Mursitpinar - Os curdos travavam nesta sexta-feira violentos combates contra o grupo Estado Islâmico ( EI ) perto da cidade síria de Kobane, que a Turquia prometeu defender fazendo o máximo para impedir que caia nas mãos dos jihadistas.

A Síria advertiu que vai considerar qualquer intervenção militar turca em seu território como uma agressão.

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"Faremos o que for possível para que Kobane não caia", disse o primeiro-ministro turco, Ahmed Davutoglu.

Uma espessa fumaça era podia ser vista sobre a cidade de maioria curda do norte da Síria, e os disparos de morteiros eram intensos, constatou a AFP na fronteira turca, a poucos quilômetros de distância.

Apesar do avanço constante dos jihadistas, não há informações de que a coalizão liderada pelos Estados Unidos tenha intensificado os bombardeios.

O último comunicado do comando americano informa sobre seis ataques na quinta e nesta sexta-feira na Síria, nenhum deles perto de Kobane.

No Iraque, outro país com amplas faixas de seu território dominadas por jihadistas, os combatentes do EI tomaram nesta sexta-feira o controle de parte da cidade de Hit, um dos últimos redutos do governo iraquiano na província ocidental de Al-Anbar, 150 km a oeste de Bagdá.

Neste contexto, o grande mufti da Arábia Saudita, xeque Abdel Aziz al-Sheikh, convocou nesta sexta-feira os líderes muçulmanos a atacar com força os jihadistas do EI, embora sem citar o grupo explicitamente. "Eles não têm nada a ver com a jihad e o Islã. São tiranos", acrescentou.

Na Síria, há dias os jihadistas se aproximam pelo sul, leste e sudeste de Kobane, defendida com dificuldade por combatentes curdos que estão em desvantagem em número e armamento.

Segundo o diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahman, "os combates foram travados durante toda a noite e nesta manhã" na linha de frente, situada a dois quilômetros de Kobane, chamada Ain al-Arab em árabe.

As Unidades de Proteção do Povo (YPG, principal milícia curda) destruíram dois veículos blindados do EI a menos de dois quilômetros de Kobane, acrescentou.

"Desde o dia 16 de setembro, defendemos Kobane. Estamos sozinhos. Pedimos à comunidade internacional que se una a nós nesta batalha contra o terrorismo e nos forneça armas e munições", disse Idris Nahsen, uma autoridade local curda.

Curdos massacrados

"É um massacre cometido diante dos olhos do mundo inteiro", afirmou outra testemunha, Burhan Atmaca. "O mundo permanece em silêncio enquanto os curdos são massacrados", denuncia.

O EI lançou no dia 16 de setembro um ataque contra a cidade, assumindo o controle de quase 70 vilarejos e provocando a fuga de pelo menos 186.000 pessoas para a Turquia, cometendo atrocidades contra as populações locais.

Esta organização, que conta com dezenas de milhares de homens, muitos deles recrutados no exterior, controla zonas no norte e no leste da Síria, um país devastado por mais de três anos de guerra civil. Além disso, ocupa extensos territórios no vizinho Iraque.

A tomada de Kobane, onde ainda permanecem milhares de civis, permitiria ao EI controlar uma faixa territorial ininterrupta na fronteira com a Turquia.

Diante da ameaça, o Parlamento turco autorizou na quinta-feira operações militares contra o EI no Iraque e na Síria como parte da coalizão internacional integrada por 50 países. Também autorizou a mobilização de tropas estrangeiras em seu território.

Nesta sexta-feira, Damasco considerou que "a política do governo turco representa uma verdadeira agressão contra um Estado-membro das Nações Unidas".

"A comunidade internacional e, em particular, o Conselho de Segurança, deveria agir para acabar com as aventuras do governo turco, que representa uma ameaça à segurança mundial e à paz", advertiu a Síria.

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