Turquia não aceitará milícias curdo-sírias em processo de paz
Desde o princípio, a Turquia deixou claro para a Rússia que as YPG "não deveriam estar envolvidas no processo em Astana"
EFE
Publicado em 30 de dezembro de 2016 às 15h38.
Última atualização em 30 de dezembro de 2016 às 15h39.
Istambul - A Turquia não quer que as milícias curdo-sírias Unidades de Proteção do Povo (YPG, sigla em curdo) participem da nova rodada de negociações de paz para a Síria, que está prevista para o fim de janeiro em Astana, no Cazaquistão, confirmou nesta sexta-feira em Ancara o ministro das Relações Exteriores turco, Mevlüt Çavusoglu.
O chefe da diplomacia turca destacou que, desde o princípio, a Turquia deixou claro para a Rússia que as YPG "não deveriam estar envolvidas no processo em Astana", informou o jornal "Hürriyet Daily News".
O governo turco atribui às YPG a intenção de criar um Estado independente no norte da Síria, apesar de a organização jamais ter declarado que tem esse objetivo, e as considera uma organização terrorista vinculada ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, sigla em curdo), a guerrilha curda na Turquia.
Além disso, Çavusoglu afirmou que, com a excessão de organizações terroristas como o Estado Islâmico (EI), nenhuma parte envolvida no conflito está excluída do processo de paz.
Nesse contexto, o ministro considerou que "se as YPG abandonarem as armas e apoiarem a unidade territorial da Síria, poderão, inclusive, ser parte de uma solução integral".