Trump teria documentos secretos sobre Irã e China em sua mansão na Flórida
Os investigadores apreenderam cerca de 11 mil documentos na operação para recuperar o que o atual governo do democrata Joe Biden disse que deveria estar nos arquivos dos Estados Unidos
AFP
Publicado em 21 de outubro de 2022 às 19h05.
Os documentos apreendidos na mansão do ex-presidente republicano Donald Trump no estado da Flórida em agosto incluíam dados de inteligência altamente confidenciais sobre Irã e China, que podem revelar os métodos de espionagem dos Estados Unidos, informou nesta sexta-feira, 21, o jornal The Washington Post.
Entre os documentos recuperados em Palm Beach por investigadores do Departamento de Justiça havia um que descrevia o programa de mísseis do Irã e outro que "descrevia um trabalho de inteligência altamente sensível dirigido à China", disse o jornal, citando pessoas familiarizadas com o caso.
Os investigadores apreenderam cerca de 11 mil documentos na operação para recuperar o que o atual governo do democrata Joe Biden disse que deveria estar nos arquivos dos Estados Unidos, mas Trump os levou ilegalmente quando saiu da Casa Branca em janeiro de 2021.
Entre eles havia pouco mais de 100 documentos classificados, alguns deles ultrassecretos, e normalmente guardados a sete chaves, aos quais poucas pessoas autorizadas têm acesso.
No entanto, na residência do complexo de Mar-a-Lago esses documentos foram mantidos em lugares como o escritório pessoal de Trump, com pouca segurança, segundo o Departamento de Justiça.
O departamento justificou a operação por motivos de segurança nacional, indicando que se suspeitava que Trump havia violado a Lei de Espionagem, que proíbe a retenção e o intercâmbio de documentos altamente confidenciais relacionados à defesa nacional.
Também suspeita-se de obstrução à Justiça, depois que seus advogados disseram ao departamento em junho que não havia mais documentos governamentais apreendidos em Mar-a-Lago.
Trump não foi acusado, no entanto. Depois que o magnata apresentou uma ação, o tribunal nomeou um especialista independente para revisar os documentos e ver quais poderiam estar cobertos por suas alegações de privilégio.
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