Trump pede afastamento de juíza de processo por eleições de 2020
A magistrada Tanya Chutkan deveria se afastar do processo por causa de declarações que fez no passado sobre o ex-presidente e que demonstram sua parcialidade, alegaram os advogados de Trump
Agência de notícias
Publicado em 12 de setembro de 2023 às 08h54.
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , pediu nesta segunda-feira, 11, a suspeição da juíza responsável pelo caso no qual ele é acusado de conspirar para anular as eleições de 2020.
A magistrada Tanya Chutkan deveria se afastar do processo por causa de declarações que fez no passado sobre o ex-presidente e que demonstram sua parcialidade, alegaram os advogados de Trump no pedido.
- Taxa de desemprego do Reino Unido sobe a 4,3% no trimestre até julho; salários avançam 7,8%
- Nestlé compra Kopenhagen — e Advent deixa o negócio
- US Open: Djokovic X Medvedev disputam R$ 14 milhões na final; saiba quanto cada um já faturou
- Moeda da China valoriza em relação ao dólar, após PBoC alertar sobre flutuações no mercado
- Brasileiro Filipe Toledo vence mundial de surfe e se torna bicampeão
- Argentina garante exportação de gás natural para o Chile até o fim de 2024
"Em relação a outros casos, a juíza sugeriu que o presidente Trump deveria ser processado e preso", disseram. "Tais declarações, feitas antes da abertura deste caso e sem o devido processo, são inerentemente desabonadoras."
"Embora possa ter a genuína intenção de dar ao presidente Trump um julgamento justo [...], suas declarações públicas inevitavelmente mancham estes procedimentos, independentemente do resultado", acrescentaram.
Pedido de suspeição
Juristas consideraram improvável que o pedido de suspeição prospere, pois caberia à própria Chutkan aceitar voluntariamente o seu afastamento do caso.
No mês passado, Chutkan marcou para 4 de março de 2024 o início do julgamento de Trump por conspiração para reverter os resultados das eleições presidenciais de 2020, nas quais ele foi derrotado pelo democrata Joe Biden.
Favorito para conseguir a indicação presidencial republicana em 2024, Trump declarou-se inocente das acusações.
Em seu pedido de suspeição da magistrada, os advogados de Trump citaram os comentários proferidos por ela em sentenças contra partidários do ex-presidente acusados de invadir o Capitólio em janeiro de 2021.
Na decisão de outubro de 2022 contra uma mulher por sua participação no ataque, Chutkan descreveu a ação no Capitólio como "uma tentativa violenta de derrubar o governo".
Em uma aparente alusão a Trump, a juíza acrescentou que a ré estava inspirada pela "lealdade cega a uma pessoa que, certamente, continua livre nos dias atuais".
"Seus comentários sugerem que ela chegou à conclusão, antes deste caso, de que o presidente Trump é mais merecedor de uma pena de prisão do que o acusado que estava sentenciando", disseram os advogados do ex-mandatário.
"A juíza Chutkan deveria aceitar sua suspeição neste caso e ordenar que outro juiz seja designado aleatoriamente", acrescentaram.
Presidentes não são reis
Trump classificou a magistrada como "altamente partidária" e também de "preconceituosa e injusta".
Com 61 anos, a juíza foi nomeada pelo ex-presidente democrata Barack Obama e ditou fortes condenações contra os invasores do Capitólio em Washington.
Além disso, tem antecedentes de litígios com Trump. Em novembro de 2021, decidiu contra o magnata e declarou que os "presidentes não são reis".