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"Não disse a Comey para interromper investigação", diz Trump

O ex-diretor do FBI declarou que o presidente dos EUA teria pedido lealdade e também que ele "deixasse para lá" uma investigação sobre Michael Flynn

Donald Trump: Comey disse que Trump mentiu sobre os motivos da demissão (Jonathan Ernst/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de junho de 2017 às 18h28.

Última atualização em 9 de junho de 2017 às 18h29.

São Paulo - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , negou nesta sexta-feira que tenha pedido ao então diretor do FBI, James Comey, que encerrasse uma investigação sobre seu ex-assessor de segurança nacional Michael Flynn.

"Eu não disse isso", afirmou Trump durante entrevista coletiva ao lado do presidente da Romênia, Klaus Iohannis.

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Questionado por um repórter, o presidente americano afirmou que estaria "100%" disposto a confirmar sua versão sob juramento, caso fosse necessário.

"Eu mal conheço o sujeito, eu não diria a ele 'Você tem que jurar lealdade'. Quem faria isso?", questionou Trump, contradizendo a versão de Comey sobre as conversas.

Comey falou ao Comitê de Inteligência do Senado americano na quinta-feira, quando deu sua versão de que Trump teria pedido lealdade e também que ele "deixasse para lá" uma investigação sobre Flynn.

O então diretor do FBI teria se sentido coagido pelo presidente a arquivar o caso. Comey acabou demitido por Trump no início de maio e o caso veio à tona após o vazamento de um memorando do FBI.

Ontem, Comey admitiu que atuou para vazar o documento e disse que Trump mentiu sobre os motivos da demissão.

Outro ex-diretor do FBI, Robert Mueller, foi nomeado pelo Departamento de Justiça para investigar a suposta interferência da Rússia na corrida presidencial do ano passado.

Perguntado, Trump disse hoje que estaria totalmente confortável em confirmar a Mueller sua versão.

"Não há nenhum conluio [com a Rússia], nenhuma obstrução de Justiça e Comey vazou as informações", afirmou o presidente americano. "Parte do depoimento de Comey não foi verdadeira, mas ele mostrou que não há conluio."

Trump também falou sobre o Catar, que há alguns dias foi alvo de retaliação diplomática de várias nações vizinhas do Golfo Pérsico, lideradas pela Arábia Saudita.

"O Catar tem sido historicamente um apoiador do terrorismo", disse o presidente americano.

"Temos que interromper o financiamento ao terrorismo", afirmou ele, acrescentando que pediu ao Catar e a outras nações da região que façam isso "mais e mais rápido".

O presidente americano também comentou sobre a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), elogiando a Romênia por ter elevado seus gastos com defesa e por ser um dos principais contribuintes de tropas da aliança para o Afeganistão.

Trump afirmou que está "absolutamente comprometido" com o Artigo 5 da Otan, que estabelece que cada país colabore para a defesa dos demais.

Trump disse ainda que os EUA "obviamente" apoiam a luta contra a corrupção na Romênia e que o atual presidente do país tem feito avanços.

"Há muitos investidores agora mesmo indo para a Romênia e investindo", afirmou o presidente. "Isso mostra um progresso muito grande", comentou.

Sobre a agenda política interna, Trump disse que continua com seu plano de "fazer a América mais forte", mas que precisa de dinheiro para isso.

O governo do republicano tenha avançar com sua agenda no Legislativo, para aprovar reformas que segundo a Casa Branca podem impulsionar a economia.

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