Trump diz que indicação de promotor para caso Rússia é negativa
O presidente também disse que a investigação é uma "pura desculpa para os democratas" por terem perdido as eleições
EFE
Publicado em 18 de maio de 2017 às 20h52.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , afirmou nesta quinta-feira que a indicação de Robert Mueller como promotor especial para supervisionar as investigações sobre a interferência da Rússia nas eleições presidenciais é "muito negativa" porque mostra que o país está dividido.
"Acredito que prejudica nosso país terrivelmente, porque mostra que estamos divididos, não unidos como país. E acredito que temos que fazer coisas muito importantes agora, como tratados comerciais e assuntos militares", indicou Trump.
Em declarações a um grupo de apresentadores das principais emissoras de televisão, o presidente também disse que a investigação é uma "pura desculpa para os democratas" por terem perdido as eleições.
Por isso, ele desejou que o caso "avance rápido" para que os EUA mostrem unidade ao resto do mundo.
"Temos coisas muito importantes para fazer neste momento, seja tratar de acordos comerciais, militares ou nucleares, tudo o que falamos hoje. Acredito que isso mostra um país muito dividido", disse o presidente republicano.
Trump sugeriu que a investigação que agora será comandada pelo ex-diretor do FBI foi motivada por uma tentativa de manchar sua vitória eleitoral no ano passado.
"Acredito que isso tudo mostra divisão, que não estamos juntos como país, e que é uma coisa muito, muito negativa. Espero que isso possa passar rápido, porque temos que mostrar unidade se vamos fazer grandes coisas em relação ao resto do mundo", reiterou.
A posição de Trump é oposta à postura adotada de maneira quase unânime pelo Congresso, onde a nomeação de Mueller foi bem recebida tanto por democratas como por republicanos.
Em um comunicado, o procurador-geral-adjunto, Rod Rosenstein, anunciou ontem a nomeação de Mueller para supervisionar a investigação sobre a ingerência Rússia nas eleições e os possíveis laços do Kremlin com a campanha de Trump.
"Minha decisão não é uma crença de que foram cometidos delitos ou que uma acusação está garantida. O que determinei é que, com base em circunstâncias únicas, o interesse público requer que coloquemos essa investigação sob a autoridade de uma pessoa que exerça uma certa independência da cadeia de comando", explicou.