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Trump diz que criará zonas seguras para refugiados na Síria

Medida anunciada pelo presidente americano aumenta o risco de uma escalada no envolvimento militar dos EUA na guerra civil síria

Donald Trump: presidente americano deve ordenar ao Pentágono e ao Departamento de Estado que elaborem um plano de de "zonas seguras" na Síria (Kevin Lamarque/Reuters)
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Reuters

Publicado em 26 de janeiro de 2017 às 08h42.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na quarta-feira que "com certeza criará zonas seguras na Síria " para refugiados em fuga da violência do país devastado pela guerra.

Dizendo que a Europa cometeu um erro tremendo ao acolher milhões de refugiados da Síria e de outros locais problemáticos do Oriente Médio, Trump disse à rede ABC News em uma entrevista: "Não quero que isso aconteça aqui".

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"Com certeza criarei zonas seguras na Síria para o povo", acrescentou, sem dar detalhes.

De acordo com um documento visto pela Reuters na quarta-feira, nos próximos dias Trump deve ordenar ao Pentágono e ao Departamento de Estado que elaborem um plano de estabelecimento de "zonas seguras", uma medida que implica o risco de uma escalada no envolvimento militar dos EUA na guerra civil síria.

O esboço do decreto à espera da assinatura de Trump é um sinal de que o novo governo está preparando uma ação à qual seu antecessor, Barack Obama, resistiu durante muito tempo, temendo mergulhar seu país ainda mais no conflito sangrento e se envolver em atritos com a Rússia sobre a Síria.

"O secretário de Estado, em conjunção com o secretário de Defesa, foi orientado, dentro de 90 dias contando da data deste decreto, a produzir um plano para proporcionar áreas seguras na Síria e na região circundante nas quais cidadãos sírios deslocados de sua terra natal possam aguardar um assentamento firme, como a repatriação ou o assentamento em potencial em um terceiro país", diz o esboço da ordem.

A criação de zonas seguras pode intensificar o envolvimento militar de Washington na Síria e marcar um grande rompimento com a abordagem mais cautelosa de Obama.

Seria preciso um reforço no poderio aéreo dos EUA ou de aliados se Trump decidir adotar restrições como zonas de exclusão aérea, e forças terrestres também podem ser necessárias para proteger civis nestas áreas.

Mesmo assim, o documento não detalhou o que constituiria uma zona segura, exatamente onde poderiam ser estabelecidas e quem as defenderia. Jordânia, Turquia e outras nações vizinhas já abrigam milhões de refugiados sírios.

O governo turco pressionou Obama durante muito tempo, sem sucesso, para a criação de uma zona de exclusão aérea na Síria e na fronteira com a Turquia.

O esboço trouxe a possibilidade de estabelecer estes santuários em países vizinhos, mas sem elaborar o tema.

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