Trump condena vídeo que o mostra agredindo mídia e oponentes
"Paródia" exibida em reunião de apoiadores mostra Trump atirando em pessoas cujos rostos foram alterados pelos logotipos de grupos de mídia
AFP
Publicado em 14 de outubro de 2019 às 12h24.
O presidente americano Donald Trump condenou categoricamente um vídeo de paródia que o mostra atirando e esfaqueando a mídia e oponentes políticos, informou a porta-voz Stephanie Grisham nesta segunda-feira.
"O presidente ainda não viu o vídeo. Ele o verá rapidamente, mas com base em tudo que foi informado, ele condena veementemente esse vídeo", tuitou Grishman.
O vídeo foi exibido durante uma reunião de adeptos de Trump em Miami, informou o jornal New York Times.
Em uma cena tirada do filme "Kingsman: Serviço Secreto", uma comédia de espionagem britânica de 2015, a cabeça do presidente americano foi sobreposta ao corpo de um homem que atira em pessoas cujos rostos foram alterados pelos logotipos de grupos de mídia como CNN, Washington Post e NBC.
Enquanto a violência continua dentro da "igreja das fake news", o personagem de Trump ataca o falecido senador John McCain, o senador Bernie Sanders - que busca a indicação democrata para enfrentá-lo nas eleições presidenciais de 2020 - e também joga no chão o senador republicano Mitt Romney.
Enquanto isso, o ex-presidente Barack Obama o ataca por trás e o joga contra uma parede.
O organizador do evento, chamado "American Priority" e que aconteceu na semana passada em um resort de Trump em Miami, disse que o vídeo foi mostrado como parte de uma exibição de "memes".
"A American Priority rejeita a violência política e incentiva um diálogo saudável sobre a preservação da liberdade de expressão", disse Alex Phillips ao NYT.
Enquanto isso, a CNN escreveu no Twitter: "Esta não é a primeira vez que os seguidores do presidente promovem violência contra a mídia em um vídeo que aparentemente acham divertido, mas esse é, de longe, o pior de todos".
Trump, a Casa Branca e sua equipe de campanha deveriam denunciar o vídeo, disse o canal de notícias, acrescentando que "isso significa apoio tácito à violência".
Tim Murtaugh, porta-voz da campanha de Trump para 2020, disse ao New York Times que o vídeo "não foi produzido pela campanha".
"Não toleramos violência", acrescentou.
A mídia tem sido regularmente alvo de ataques verbais de Trump e de seus seguidores.
Em seus comícios, o presidente pede repetidamente à multidão que reprima os jornalistas que cobrem o evento, chamando-os de "fake news" e "inimigos do povo".
Em uma ocasião, Trump postou um vídeo grosseiramente editado em que ele ataca um lutador cuja cabeça era o logotipo da CNN.