Trump chama Irã de "ditadura corrupta" em duro discurso na ONU
Inimigos por décadas, Washington e Teerã entraram cada vez mais em desacordo quando Trump retirou os EUA do acordo nuclear internacional de 2015
Reuters
Publicado em 25 de setembro de 2018 às 13h31.
Última atualização em 25 de setembro de 2018 às 13h31.
Nova York - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , criticou o Irã nesta terça-feira, descrevendo o país como uma "ditadura corrupta" que está roubando da população para pagar por agressões no exterior, usando seu discurso na Assembleia-Geral da ONU para enviar uma mensagem dura a Teerã.
"Os líderes do Irã semeiam o caos, a morte e a destruição", disse Trump durante o encontro anual. "Eles não respeitam os vizinhos, fronteiras ou os direitos de soberania das nações".
Trump fez uma comparação entre o relacionamento dos EUA e Irã com o que descreveu como laços melhores com o líder norte-coreano, Kim Jong Un, a quem elogiou por interromper testes nucleares e de mísseis e por devolver restos mortais de militares norte-americanos da Guerra da Coreia.
O presidente norte-americano usou seu discurso para pedir reformas no comércio internacional e insistiu que seu principal objetivo como presidente é proteger a soberania norte-americana. Ele pediu que a Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) pare de aumentar os preços do petróleo, e criticou as práticas comerciais da China.
Trump provocou alguns murmúrios da plateia de líderes mundiais e diplomatas presentes quando declarou que tinha realizado mais como presidente do que quase qualquer outra administração na história.
"Eu não esperava essa reação, mas tudo bem", disse ele.
Mas a principal mensagem de Trump foi destinada ao Irã e tentar criar uma tensão entre Teerã e seu povo, dias depois de um ataque no sudoeste iraniano durante um desfile militar que matou 25 pessoas e desestabilizou o país.
Em declarações a repórteres antes de seu discurso, Trump disse que não irá se encontrar com os iranianos até que "mudem de tom".
Trump e o líder iraniano, Hassan Rouhani, estavam participando do evento anual da ONU.
"O Irã agiu muito mal", disse Trump. "Estamos ansiosos para ter um ótimo relacionamento com o Irã, mas isso não vai acontecer agora."
Inimigos por décadas, Washington e Teerã entraram cada vez mais em desacordo desde maio, quando a administração Trump retirou os EUA do acordo nuclear internacional de 2015 com o Irã e potências mundiais anunciou sanções contra o país.
O acordo, negociado pelo ex-presidente norte-americano, Barack Obama, retirou a maioria das sanções internacionais contra Teerã em troca do Irã restringir seu programa nuclear.
Trump também usou seu discurso para pedir reformas do comércio internacional e cobriu seus comentários com promessas de proteger a soberania norte-americana e rejeitar o globalismo.
"A América é governada por americanos. Nós rejeitamos a ideologia do globalismo e abraçamos a doutrina do patriotismo", disse ele.