Trump autoriza exploração petrolífera em santuário ecológico no Alasca
Programa abrange uma zona de 70.000 km² na maior área de proteção natural do país, onde vivem ursos-polares e renas
AFP
Publicado em 17 de agosto de 2020 às 18h46.
Última atualização em 17 de agosto de 2020 às 19h01.
O governo de Donald Trump aprovou nesta segunda-feira, 17, um programa que permite a exploração petrolífera e de gás na maior área natural preservada do país, situada no estado do Alasca, onde vivem os ursos-polares, segundo informações da imprensa americana.
A venda de concessões de petróleo no Refúgio Nacional da Vida Selvagem do Ártico (Arctic National Wildlife Refuge) pode começar "a partir do final do ano", afirmou o secretário do Interior, David Bernhardt, ao The Wall Street Journal.
O programa de perfuração abrange uma zona costeira de cerca de 70.000 km2, ao longo do Oceano Ártico na maior área de proteção natural do país, onde vivem ursos-polares e renas.
A operação "pode criar milhares de novos empregos", declarou Bernhardt a repórteres, de acordo com o site The Hill.
Há 30 anos, empresas petrolíferas e líderes do Alasca insistem em explorar os recursos deste refúgio nacional. Em 2017, o Congresso autorizou a venda de concessões de petróleo.
Muitas organizações ambientais denunciam essa iniciativa relacionada a essa área protegida desde a década de 1980.
"O governo Trump continua sua corrida para comercializar a última área natural selvagem de nosso país, colocando em risco os povos indígenas e a natureza emblemática que depende do local", ressalta Adam Kolton, diretor da associação de proteção ambiental Alaska Wilderness League, em comunicado.
"Continuaremos a lutar" contra esse projeto "em cada etapa, nos tribunais, no Congresso e nas diretorias" das empresas, acrescentou Kolton.
O Congresso deu ao Ministério do Interior um prazo para a venda das concessões de petróleo até dezembro de 2021, mas com os preços mínimos do petróleo nos últimos 15 anos e controvérsias sobre o meio ambiente, não há certeza sobre o interesse de grandes empresas nesses lotes.
Vários bancos americanos, como Goldman Sachs e Wells Fargo, se recusaram a financiar a perfuração de petróleo no refúgio do Alasca.