Trump afirma que crise na fronteira com o México é "pior que Afeganistão"
Presidente norte-americano disse que vai esperar até fevereiro para decidir se usa seu poder executivo para financiar a construção do muro
EFE
Publicado em 31 de janeiro de 2019 às 21h04.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , afirmou nesta quinta-feira que a crise humanitária na fronteira com o México é "pior ainda que o Afeganistão", e disse que esperará até meados de fevereiro para decidir se usa seu poder executivo para financiar a construção do muro na zona limítrofe.
"Muito tristemente, os casos de zssassinatos no México subiram 33% em 2018 a respeito de 2017, até 33.341. Isto é um grande fator na crise humanitária que se desenvolve na nossa fronteira sul e que está se expandindo pelo nosso país. Pior ainda que o Afeganistão", escreveu Trump na sua conta do Twitter.
"Muito disso é causado pelas drogas. Estamos construindo o muro!", acrescentou.
O número de assassinatos em território mexicano em 2018 citado por Trump corresponde com o apresentado na semana passada pela Secretaria de Segurança e Proteção Cidadã (SSPC) do México.
No entanto, segundo a SSPC, o aumento de homicídios entre 2017 e 2018 foi de 15,5%, e não de 33%, como afirmou o governante americano.
Em declarações a jornalistas na Casa Branca, Trump se mostrou bastante pessimista a respeito das perspectivas de que o grupo de 17 congressistas que negocia um pacote legislativo sobre imigração e segurança fronteiriça possa chegar a um acordo antes que expirem as três semanas que têm de prazo.
"Não acredito que possam chegar a um acordo. Se não me dão dinheiro para o muro, não vai funcionar", assegurou Trump.
O governante americano afirmou que está "esperando até 15 de fevereiro", data na qual se esgotariam de novo os fundos para o governo federal, para decidir se declara uma "emergência nacional", algo que poderia permitir-lhe usar fundos de outras verbas para a construção do muro.
Trump opinou que a paralisia parcial de seu governo durante mais de um mês, que terminou na semana passada e esteve motivada pelas suas diferenças com a oposição democrata com relação à necessidade de financiar o projeto de muro na fronteira, serviu para algo.
"Se não tivesse acontecido a paralisação do governo, o povo não saberia, não entenderia o assunto. Agora sabe. As pessoas se deram conta da crise humanitária que existe", comentou.
"Se você for a Tijuana e derrubar esse muro - disse Trump, em referência à barreira instalada em parte desse trecho da fronteira - terá tanta gente entrando no nosso país que (a presidente da Câmara de Representantes, a democrata) Nancy Pelosi estará suplicando para que haja um muro".