Barack Obama cumprimenta membros de audiência depois de falar sobre a lei de saúde, conhecida como Obamacare, no Faneuil Hall, Boston (Brian Snyder/Reuters)
Da Redação
Publicado em 2 de novembro de 2013 às 11h20.
Washington - O lançamento caótico do plano de saúde governamental do presidente Barack Obama e seu impacto nas eleições legislativas de 2014 estão deixando os Democratas do Congresso cada vez mais ansiosos e na defensiva, caso os problemas do programa persistam.
Um grupo de 16 senadores que desejam manter suas vagas no ano que vem está especialmente nervoso, já que os Republicanos estão de olho em seis cadeiras para tentar assumir o controle dos 100 assentos da casa.
Alguns dos Democratas, como Jeanne Shaheen, de New Hampshire, representam Estados onde o entusiasmo com a chamada Lei de Assistência Acessível foi grande.
Entre outras coisas, a lei almeja oferecer planos de saúde baratos a muitos dos estimados 15 milhões de norte-americanos com pouca ou nenhuma assistência médica.
Outros, como Mark Pryor, de Arkansas, e Mary Landrieu, da Louisiana, representam Estados conservadores onde o ceticismo foi alimentado por anúncios de Republicanos desencorajando a participação.
O site oficial do plano, HealthCare.gov, não conseguiu processar um número não revelado de inscrições para planos de saúde desde sua estreia em 1º de outubro, e a frustração que as duas facções de Democratas sentiram ficou evidente na quinta-feira.
Denis McDonough, chefe de Gabinete da Casa Branca, foi convocado ao Capitólio para uma reunião a portas fechadas com todos os Democratas do Senado e salpicado com perguntas "duras e incisivas" sobre o programa, disse um assessor da liderança Democrata no Senado.
Os senadores disseram a McDonough que querem ver mais progresso no funcionamento eficiente do site, e que o governo tem que fazer um trabalho melhor para comunicar seus sucessos e fracassos na implementação da maior conquista legislativa da presidência de Obama.
Telefonemas e cartas de eleitores insatisfeitos começaram a inundar os escritórios de Shaheen quase imediatamente após o início tumultuado das inscrições no "Obamacare" no mês passado, quando ficou claro que navegar no HealthCare.gov era um tormento.
Autoridades administrativas têm dito que a maior parte dos problemas do site será resolvida até 30 de novembro.
Mesmo assim, Shaheen congregou outros nove senadores Democratas para incentivar a Casa Branca a ampliar o período inicial de inscrição para além de 31 de março.
"A inauguração da nova lei foi um desastre. O governo teve três anos para se preparar", disse Shaheen à Reuters. "Pisaram na bola claramente".
A senadora sente a pressão dos eleitores em parte porque foi uma defensora da lei do plano de saúde do governo, que pode ajudar cerca de 130 mil pessoas sem plano em seu pequeno Estado, assim como muitas outras que têm planos que não cobrem doenças pré-existentes ou apresentam limites significativos nos benefícios.
Shaheen é vista por muitos como forte candidata a conquistar um segundo mandato de seis anos em 2014, mas outros Democratas no Senado que concorrem à reeleição, como Pryor e Landrieu, devem enfrentam desafios duros diante de Republicanos conservadores.
Os tropeços do "Obamacare" são um problema especial para eles, já que defendem a lei inovadora que ajudaram a escrever e na qual ainda acreditam.