Tripulação de navio pode ser condenada a 6 anos de prisão
Tripulantes do navio norte-coreano interceptado no Panamá com mísseis e aviões cubanos podem ser condenados por contrabando
Da Redação
Publicado em 18 de julho de 2013 às 08h42.
Cólon - Os tripulantes do navio norte-coreano interceptado no Panamá por contrabandear mísseis e aviões cubanos ocultos sob toneladas de açúcar podem ser condenados a seis anos de prisão, disse o procurador da divisão de narcóticos Javier Carballo.
"Formulamos acusações contra os marinheiros e eles recorreram ao direito de permanecer em silêncio (...) este tipo de conduta por transporte ilegal de armas pode levar de quatro a seis anos de prisão", explicou o procurador na noite de quarta-feira no cais Manzanillo, junto à embarcação retida.
O "Chong Chon Gang" transportava armas de mais de meio século que o governo do octogenário Raúl Castro tentava enviar através do Canal do Panamá, sem declará-las, para serem reparadas no país comunista asiático, sujeito a embargos da ONU para qualquer comércio ou transferência de armas.
Os 35 tripulantes "estão em perfeito estado de saúde", segundo Carballo, e permanecem sob custódia nas instalações de Forte Sherman, uma antiga base militar americana às margens do canal proveniente da época em que a via interoceânica estava sob o controle de Washington.
Mas a Coreia do Norte , em sua primeira reação - uma semana depois da interceptação - sustentou que "as autoridades do Panamá deve libertar a tripulação detida e deixar a embarcação partir o quanto antes".
"Este carregamento não é mais do que armas obsoletas que serão enviadas de volta a Cuba assim que forem recondicionadas, segundo um contrato legítimo", indicou o ministério das Relações Exteriores norte-coreano.
Nesta mesma linha, na terça-feira Cuba havia reconhecido a propriedade do material bélico, definido pelo país como "defensivo obsoleto", e enumerou sistemas de mísseis, partes de foguetes, motores de avião e dois caças Mig-21.
Especialistas em temas militares, como Hugh Griffiths, do Instituto Internacional de Estocolmo para a Investigação da Paz (SIPRI, em inglês), sustentam que a Coreia do Norte normalmente conserta materiais militares obsoletos de países do Terceiro Mundo em troca de matérias-primas que requer com urgência, muito mais após as sanções por seus testes nucleares.
Mas os apelos de Cuba e da Coreia do Norte não convenceram as autoridades panamenhas, que insistem que são obrigadas, como membro das Nações Unidas, a fazer valer os embargos decretados pelo Conselho de Segurança.
O ministro das Relações Exteriores panamenho, Fernando Núñez Fraga, explicou que seu governo agiu acatando as resoluções ditadas em 2006 e 2009 contra a Coreia do Norte por seus testes nucleares com fins militares.
E em um gesto de distensão em relação a Cuba, com quem o Panamá mantém uma conveniente relação econômica para além das desavenças políticas, Núñez Fraga disse que os cubanos "devem entender que não depende de nós. (Esta carga) precisou ser interceptada em cumprimento destas resoluções das Nações Unidas".
O Panamá solicitou na quarta-feira formalmente ao Conselho de Segurança da ONU o envio "o quanto antes" de uma comissão de especialistas para que analise o material apreendido nos porões do barco, construído em 1979.
Mas os especialistas levarão tempo. "A presença no Panamá da comissão de especialistas das Nações Unidas está programada para o dia 5 de agosto", disse o ministro da Segurança do país, José Mulino.
Mulino também informou sobre a lentidão dos trabalhos para esvaziar o barco e verificar a carga, o que ainda demorará entre 7 a 10 dias.
A exasperante lentidão da tarefa - realizada em meio a uma invasão de abelhas atraídas pelo açúcar - responde ao surpreendentemente primitivo sistema de armazenamento utilizado em Cuba.
As sacas de açúcar foram carregadas individualmente, enquanto o normal seria colocá-las em pallets, um sistema que teria permitido esvaziar cada porão em poucas horas.
No dia 10 de julho o cargueiro, procedente de Cuba, foi abordado antes de entrar no Canal do Panamá rumo à Coreia do Norte, levantando suspeitas de que transportava drogas em meio a sua carga de açúcar.
Depois de superada a resistência e a obstrução dos tripulantes, as autoridades panamenhas detectaram dois contêineres ocultos, em um dos quais havia material bélico, identificado posteriormente como um sistema de controle de disparo de mísseis antiaéreos.
Cólon - Os tripulantes do navio norte-coreano interceptado no Panamá por contrabandear mísseis e aviões cubanos ocultos sob toneladas de açúcar podem ser condenados a seis anos de prisão, disse o procurador da divisão de narcóticos Javier Carballo.
"Formulamos acusações contra os marinheiros e eles recorreram ao direito de permanecer em silêncio (...) este tipo de conduta por transporte ilegal de armas pode levar de quatro a seis anos de prisão", explicou o procurador na noite de quarta-feira no cais Manzanillo, junto à embarcação retida.
O "Chong Chon Gang" transportava armas de mais de meio século que o governo do octogenário Raúl Castro tentava enviar através do Canal do Panamá, sem declará-las, para serem reparadas no país comunista asiático, sujeito a embargos da ONU para qualquer comércio ou transferência de armas.
Os 35 tripulantes "estão em perfeito estado de saúde", segundo Carballo, e permanecem sob custódia nas instalações de Forte Sherman, uma antiga base militar americana às margens do canal proveniente da época em que a via interoceânica estava sob o controle de Washington.
Mas a Coreia do Norte , em sua primeira reação - uma semana depois da interceptação - sustentou que "as autoridades do Panamá deve libertar a tripulação detida e deixar a embarcação partir o quanto antes".
"Este carregamento não é mais do que armas obsoletas que serão enviadas de volta a Cuba assim que forem recondicionadas, segundo um contrato legítimo", indicou o ministério das Relações Exteriores norte-coreano.
Nesta mesma linha, na terça-feira Cuba havia reconhecido a propriedade do material bélico, definido pelo país como "defensivo obsoleto", e enumerou sistemas de mísseis, partes de foguetes, motores de avião e dois caças Mig-21.
Especialistas em temas militares, como Hugh Griffiths, do Instituto Internacional de Estocolmo para a Investigação da Paz (SIPRI, em inglês), sustentam que a Coreia do Norte normalmente conserta materiais militares obsoletos de países do Terceiro Mundo em troca de matérias-primas que requer com urgência, muito mais após as sanções por seus testes nucleares.
Mas os apelos de Cuba e da Coreia do Norte não convenceram as autoridades panamenhas, que insistem que são obrigadas, como membro das Nações Unidas, a fazer valer os embargos decretados pelo Conselho de Segurança.
O ministro das Relações Exteriores panamenho, Fernando Núñez Fraga, explicou que seu governo agiu acatando as resoluções ditadas em 2006 e 2009 contra a Coreia do Norte por seus testes nucleares com fins militares.
E em um gesto de distensão em relação a Cuba, com quem o Panamá mantém uma conveniente relação econômica para além das desavenças políticas, Núñez Fraga disse que os cubanos "devem entender que não depende de nós. (Esta carga) precisou ser interceptada em cumprimento destas resoluções das Nações Unidas".
O Panamá solicitou na quarta-feira formalmente ao Conselho de Segurança da ONU o envio "o quanto antes" de uma comissão de especialistas para que analise o material apreendido nos porões do barco, construído em 1979.
Mas os especialistas levarão tempo. "A presença no Panamá da comissão de especialistas das Nações Unidas está programada para o dia 5 de agosto", disse o ministro da Segurança do país, José Mulino.
Mulino também informou sobre a lentidão dos trabalhos para esvaziar o barco e verificar a carga, o que ainda demorará entre 7 a 10 dias.
A exasperante lentidão da tarefa - realizada em meio a uma invasão de abelhas atraídas pelo açúcar - responde ao surpreendentemente primitivo sistema de armazenamento utilizado em Cuba.
As sacas de açúcar foram carregadas individualmente, enquanto o normal seria colocá-las em pallets, um sistema que teria permitido esvaziar cada porão em poucas horas.
No dia 10 de julho o cargueiro, procedente de Cuba, foi abordado antes de entrar no Canal do Panamá rumo à Coreia do Norte, levantando suspeitas de que transportava drogas em meio a sua carga de açúcar.
Depois de superada a resistência e a obstrução dos tripulantes, as autoridades panamenhas detectaram dois contêineres ocultos, em um dos quais havia material bélico, identificado posteriormente como um sistema de controle de disparo de mísseis antiaéreos.