Tomada de Aleppo não é vitória de Assad, diz coalizão
Segundo o ministro da Defesa do Reino Unido, Michael Fallon, "bombardear hospitais e restringir ajuda humanitária não é uma vitória"
EFE
Publicado em 15 de dezembro de 2016 às 14h42.
Última atualização em 15 de dezembro de 2016 às 14h43.
Londres - O ministro da Defesa do Reino Unido, Michael Fallon, afirmou nesta quinta-feira, após uma reunião da coalizão internacional contra o Estado Islâmico (EI), que a tomada de Aleppo não representa uma "vitória" do regime do presidente da Síria, Bashar al-Assad , e destacou a necessidade de um acordo político para resolver a situação no país.
"Não vemos nenhum futuro para Al Assad na Síria, inclusive se dobrar a oposição em Aleppo. Bombardear hospitais e restringir ajuda humanitária não é uma vitória", criticou Fallon em entrevista coletiva conjunta com o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Ashton Carter.
Ambos explicaram que a cúpula com os 14 ministros da Defesa dos países que fazem parte da coalizão se concentrou em avançar nas estratégias para derrotar o EI na Síria e no Iraque, além de abordar medidas para evitar a dispersão de jihadistas no Ocidente.
"Resolver a crise síria significa, em último caso, obter um acordo político. Continuamos trabalhando nessa direção com a oposição moderada. Pedimos ao regime (de Al Assad) e seus aliados, inclusive a Rússia, que abandonem as táticas destrutivas e voltem à mesa de negociações", afirmou Fallon na coletiva.
O chanceler britânico destacou como objetivos imediatos da coalizão a frente de combate aberta em Al Raqqa, principal reduto do EI na Síria, assim como a ofensiva para retomar Mossul, no Iraque.
"As forças democráticas sírias abriram na semana passada uma segunda frente em direção à Al Raqaa. Começaram seu avanço e estão sendo apoiadas por aviões da coalizão", explicou.
Quanto a Mossul, Fallon disse que, quando a cidade for libertada, a comunidade internacional terá que fornecer mais do que ajuda humanitária. "Teremos que auxiliar o governo do Iraque a estabelecer os mecanismos adequados para garantir que todos os grupos étnicos e religiosos se sentirão seguros no futuro", detalhou.
O secretário de Defesa dos EUA, por sua vez, destacou que é necessário não só "acabar com o câncer do EI na Síria e no Iraque, mas também com suas metástases ao redor do mundo".
Carter disse que a estratégia da coalizão na região funcionou "conforme o previsto" nos últimos meses e defendeu reforço às tropas locais que estão lutando no terreno.
Sobre seu substituto no governo do presidente eleito do país, Donald Trump, Carter disse que compartilhará as "lições aprendidas".
"Minha recomendação será que os EUA sigam como líderes desta coalizão para derrotar o EI e proteger nossa nação", concluiu.