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The Economist contrapõe a 'morte' do chavismo ao sucesso do lulismo

Revista britânica cita o exemplo do novo presidente do Peru, que foi eleito ao abandonar Chávez e se aliar a Lula

Chávez e Lula: um está em decadência e o outro, em alta, segundo a The Economist (Antonio Cruz/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de julho de 2011 às 19h20.

São Paulo – A edição da revista The Economist, que chega às bancas nesta quinta-feira (21), traz uma reportagem com o título “Lulismo x Chavismo”, mostrando que o modelo venezuelano está morrendo, enquanto o brasileiro faz sucesso.

O início do texto lembra que Hugo Chávez passar por grave problema de saúde – “a luta contra o câncer é cercada de mistérios, um segredo de Estado, na pior das tradições do Kremlin ou da Coreia do Norte”.

No entanto, mesmo antes deste revés, o chavismo já estava em declínio terminal, ao menos fora da Venezuela, segundo a publicação britânica.

“Em seu auge, há cinco anos, o sr. Chávez projetou sua 'revolução bolivariana' – uma mistura gasosa do socialismo autoritário e do populismo – como uma força continental. Com o apoio de um punhado de outros países latino-americanos e caribenhos, ele forjou um bloco 'anti-imperialista' (isto é, anti-Estados Unidos).”

A revista lembra que Chávez, além de ser um comunicador popular nato, também sempre foi abastecido pelo dinheiro do petróleo. O presidente da Venezuelka “aferroou Lula, um colega de esquerda que age de forma democrática, ao incentivar a nacionalização de ativos brasileiros na Bolívia e no Equador”.


Atualmente, diz The Economist, o anti-imperialista está sozinho. Enquanto o restante da América do Sul vive um forte crescimento econômico, a Venezuela tenta emergir após dois anos de recessão. “Sua economia é uma vítima da péssima gestão. Produção de petróleo está em queda e cortes de energia são endêmicos. Os venezuelanos enfrentam inflação galopante e escassez (óleo de cozinha é a mais recente raridade). Caracas tornou-se capital dos assassinatos no continente.”

Após as críticas a Chávez, a reportagem dispara elogios ao “Brasil de Lula”. “O mais notável é o Brasil. É uma mistura lulista de estabilidade econômica, investimento privado e programas sociais que virou a fórmula da moda na região.”

A revista cita a eleição de Ollanta Humala no Peru como exemplo do fracasso do chavismo e do sucesso do lulismo. “Ollanta Humala, cinco anos atrás, fez campanha como um aliado de Chávez. Na eleição deste ano, ele declarou ter se convertido ao estilo brasileiro. (...) Com sorte, ele também pode agarrar um outro elemento crucial para o sucesso do Brasil: o respeito aos contratos com investidores privados.”

A Economist salienta, no entanto, que há limites para o modelo lulista. “O tamanho do governo continuará a crescer de uma forma que pode não ser necessariamente benéfica aos pobres. A generosidade fiscal nos últimos anos do mandato de Lula contribuiu para o superaquecimento econômico. Humala deve ter notado que Dilma Rousseff, sucessora e aliada de Lula, agora quer os investidores privados operarem aeroportos e portos, bem como estradas.”

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São Paulo – A edição da revista The Economist, que chega às bancas nesta quinta-feira (21), traz uma reportagem com o título “Lulismo x Chavismo”, mostrando que o modelo venezuelano está morrendo, enquanto o brasileiro faz sucesso.

O início do texto lembra que Hugo Chávez passar por grave problema de saúde – “a luta contra o câncer é cercada de mistérios, um segredo de Estado, na pior das tradições do Kremlin ou da Coreia do Norte”.

No entanto, mesmo antes deste revés, o chavismo já estava em declínio terminal, ao menos fora da Venezuela, segundo a publicação britânica.

“Em seu auge, há cinco anos, o sr. Chávez projetou sua 'revolução bolivariana' – uma mistura gasosa do socialismo autoritário e do populismo – como uma força continental. Com o apoio de um punhado de outros países latino-americanos e caribenhos, ele forjou um bloco 'anti-imperialista' (isto é, anti-Estados Unidos).”

A revista lembra que Chávez, além de ser um comunicador popular nato, também sempre foi abastecido pelo dinheiro do petróleo. O presidente da Venezuelka “aferroou Lula, um colega de esquerda que age de forma democrática, ao incentivar a nacionalização de ativos brasileiros na Bolívia e no Equador”.


Atualmente, diz The Economist, o anti-imperialista está sozinho. Enquanto o restante da América do Sul vive um forte crescimento econômico, a Venezuela tenta emergir após dois anos de recessão. “Sua economia é uma vítima da péssima gestão. Produção de petróleo está em queda e cortes de energia são endêmicos. Os venezuelanos enfrentam inflação galopante e escassez (óleo de cozinha é a mais recente raridade). Caracas tornou-se capital dos assassinatos no continente.”

Após as críticas a Chávez, a reportagem dispara elogios ao “Brasil de Lula”. “O mais notável é o Brasil. É uma mistura lulista de estabilidade econômica, investimento privado e programas sociais que virou a fórmula da moda na região.”

A revista cita a eleição de Ollanta Humala no Peru como exemplo do fracasso do chavismo e do sucesso do lulismo. “Ollanta Humala, cinco anos atrás, fez campanha como um aliado de Chávez. Na eleição deste ano, ele declarou ter se convertido ao estilo brasileiro. (...) Com sorte, ele também pode agarrar um outro elemento crucial para o sucesso do Brasil: o respeito aos contratos com investidores privados.”

A Economist salienta, no entanto, que há limites para o modelo lulista. “O tamanho do governo continuará a crescer de uma forma que pode não ser necessariamente benéfica aos pobres. A generosidade fiscal nos últimos anos do mandato de Lula contribuiu para o superaquecimento econômico. Humala deve ter notado que Dilma Rousseff, sucessora e aliada de Lula, agora quer os investidores privados operarem aeroportos e portos, bem como estradas.”

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