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Tensão, lixo e parques fechados: efeitos da paralisação do governo dos EUA

No centro, está o impasse entre o Congresso e Donald Trump sobre a aprovação de gastos bilionários para a construção do muro na fronteira com o México

 (Win McNamee/Getty Images)

(Win McNamee/Getty Images)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 5 de janeiro de 2019 às 07h47.

Última atualização em 5 de janeiro de 2019 às 07h47.

São Paulo - Desde o dia 22 de dezembro de 2018, parte do governo dos Estados Unidos está paralisada. Na política americana, a paralisação ocorre quando o Congresso não aprova, ou o presidente se recusa a assinar, a legislação que define o orçamento para financiar as operações e agências do governo federal.

Como resultado da atual paralisação, que já dura quase duas semanas, cerca de 400.000 funcionários não críticos de nove agências foram enviados para casa sem pagamento, enquanto outros que continuam a trabalhar tiveram a remuneração suspensa.

O orçamento para gastos discricionários (não obrigatórios) financia a maioria dos departamentos federais. Mas aqueles que fornecem serviços essenciais, como os que incluem defesa, segurança nacional e segurança, continuam a operar. 

Ainda assim, muitas operações cessaram. Várias agências federais, incluindo a Agência de Proteção Ambiental (EPA) e a NASA, foram afetadas. Pontos de turismo e lazer, como Parques Nacionais, a National Gallery of Art, em Washington, todos os 19 museus do Instituto Smithsonian e o Zoológico Nacional foram fechados por causa do desligamento temporário.

National Zoo: fechado devido à paralisação parcial do governo americano. (Kevin Lamarque/Reuters)

A situação levanta preocupações com relação à saúde pública. No Parque Nacional de Yosemite, na Califórnia, que opera com poucos funcionários, o lixo está se acumulando, pois os banheiros não estão recebendo manutenção adequada. O parque Joshua Tree, outra atração americana, fechou seus acampamentos na quarta-feira devido a preocupações com saúde e segurança. 

Até mesmo em torno do Capitólio, o lixo já ganha destaque na paisagem.

(Win McNamee/Getty Images)

Impasse

A paralisação começou depois que Donald Trump se recusou a recuar de suas exigências para o Congresso liberar US$ 5 bilhões para construção do muro ao longo da fronteira dos EUA com o México. 

Em 11 de dezembro de 2018, os líderes congressistas democratas se reuniram com o presidente Trump para  negociar os principais pontos do orçamento e evitar a paralisação.

Em contrapartida, os democratas, que consideram o muro uma solução onerosa e ineficaz, ofereceram US$ 1,3 bilhão para continuar com o atual financiamento de segurança nas fronteiras, o que  inclui cercas, paredes de diques e tecnologia de segurança, menos um grande muro de concreto. 

Mas o presidente americano reiterou sua ameaça de "fechar" o governo se os democratas não incluíssem o montante para o muro. Dito e feito.

Na quinta-feira, o novo congresso tomou posse e já aprovou um pacote de leis para reabrir o governo federal mas sem pagar pelo muro de Trump.

A medida foi enviada para aprovação no Senado, que deve refutar o documento. O líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, reiterou na quinta-feira que o Senado só adotará a legislação que Trump apoia.

A medida que o impasse perdura, cresce o temor de efeitos mais danosos para o país. Se a paralisação continuar além de duas semanas, poderá afetará o crescimento econômico americano. Isso porque os gastos do governo são um componente do produto interno bruto, contribuindo com 18% do PIB.

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