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Tensão e repressão: o que explica os protestos que se espalham pelas universidades nos EUA

Situação ficou tensa neste domingo na Universidade da Califórnia, em Los Angeles, com alunos trocando socos e insultos

Campus da UCLA teve violência entre alunos e polícia precisou intervir. (Robert Gauthier/Los Angeles Times via Getty Images)/Getty Images)

Campus da UCLA teve violência entre alunos e polícia precisou intervir. (Robert Gauthier/Los Angeles Times via Getty Images)/Getty Images)

Publicado em 29 de abril de 2024 às 14h19.

A onda de protestos nas universidades dos EUA pelo fim da ocupação de Israel na Faixa de Gaza resultou em centenas de estudantes presos nas últimas semanas, além de confrontos entre alunos das próprias faculdades, algo pouco visto no país com essa intensidade. Alguns estudantes chegaram a ser expulsos das universidades.

Há cerca de uma semana, na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, mais de 100 ativistas pró-Palestina foram presos, ato que "acendeu" outros protestos pelo país.

O acampamento pró-palestino na Universidade da Califórnia em Los Angeles se expandiu nos últimos dias, mas os manifestantes contrários também se tornaram cada vez mais expressivos.

No domingo, a situação ficou tensa quando alguns manifestantes romperam uma barreira que havia sido montada para separar as duas alas, de acordo com Mary Osako, vice-chanceler de comunicações estratégicas da UCLA, segundo relatou a Al-Jazeera.

As pessoas de ambos os lados se empurraram e se agrediram, gritando slogans e insultos e, em alguns casos, trocando socos. A polícia do campus, armada com cassetetes, acabou separando os grupos que estavam brigando. Osako disse que a universidade estava “desolada” com a violência e que havia adotado medidas de segurança adicionais.

“Como instituição de ensino superior, defendemos firmemente a ideia de que, mesmo quando discordamos, devemos nos envolver respeitosamente e reconhecer a humanidade uns dos outros”, disse ela em um comunicado. “Estamos consternados com o fato de que certos indivíduos optaram por colocar em risco a segurança física da comunidade.”
Embora a polícia de Los Angeles não tenha sido acionada na UCLA e nenhuma prisão tenha sido feita, policiais de outras partes do país foram enviados aos campi no sábado, alguns usando irritantes químicos e Tasers para dispersar os estudantes, à medida que os protestos se espalhavam.

Em Boston, a polícia deteve cerca de 100 pessoas enquanto acabava com um acampamento de protesto na Northeastern University, com postagens nas mídias sociais mostrando forças de segurança em equipamentos de choque e policiais carregando tendas na traseira de um caminhão.

Em uma declaração no X, a Northeastern disse que a área do campus onde os protestos foram realizados estava agora “totalmente protegida” e “todas as operações do campus voltaram ao normal”.


Em Bloomington, no Centro-Oeste, o Departamento de Polícia da Universidade de Indiana prendeu 23 pessoas enquanto elas limpavam um campo de protesto no campus, informou o jornal Indiana Daily Student.

Já o Departamento de Polícia da Universidade Estadual do Arizona prendeu 69 pessoas por invasão de propriedade depois que o grupo montou um “acampamento não autorizado” no campus.

Na Universidade de Washington, em St. Louis, pelo menos 80 pessoas foram presas, incluindo a candidata presidencial dos EUA, Jill Stein, e o seu gestor de campanha.

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