Temporada de furacões não terminou: ação chega ao berço do Sandy
As tempestades Lee e Maria logo perderão força no Atlântico central e depois haverá uma pausa. Depois disso, os problemas podem voltar
Da Redação
Publicado em 27 de setembro de 2017 às 16h21.
Última atualização em 27 de setembro de 2017 às 16h36.
Boston - Harvey, Irma e Maria escreveram novos capítulos da saga dos furacões do Oceano Atlântico nos últimos 30 dias, mas a história ainda não terminou. As tempestades certamente continuarão chegando e a ação agora passa para o Mar do Caribe ocidental -- berço do Sandy.
As tempestades Lee e Maria logo perderão força no Atlântico central e depois haverá uma pausa, já que não existe previsão de que se desenvolvam novas tempestades no lugar delas nos próximos dias. Depois disso, segundo os modelos de previsão, pode haver problemas, disse Dan Kottlowski, meteorologista especializado em furacões da AccuWeather em State College, Pensilvânia.
“As pessoas me perguntam: passando setembro, teremos deixado o pior para trás? Não é verdade”, disse Kottlowski. “Não se pode baixar a guarda.”
Pelo menos 100 pessoas morreram nos EUA e no Caribe neste ano desde que o Harvey tocou terra no Texas, em 25 de agosto, inundando algumas regiões do estado.
O furacão iniciou um mês de caos no qual o Irma atingiu a Flórida e Cuba e o Maria chegou a Dominica, Ilhas Virgens Americanas e Porto Rico. Os prejuízos econômicos nos EUA poderiam chegar a US$ 170 bilhões, segundo a Enki Research, em Savannah, Geórgia.
Em toda a bacia, os danos podem totalizar US$ 300 bilhões, disse Joel Myers, fundador, presidente e líder do conselho da AccuWeather.
As tempestades provocaram impactos profundos também nos mercados. O Harvey desativou temporariamente cerca de 25 por cento da produção de petróleo e gás natural do Golfo do México e 20 por cento da capacidade de refino dos EUA.
O furacão Irma provocou tamanhas perdas de frutas nas plantações de críticos da Flórida que arruinou alguns fazendeiros. O Maria derrubou toda a rede elétrica de Porto Rico.
“Nos últimos anos, dizíamos ‘uau, imagine se essa tempestade fosse aqui ou acolá, imagine o dano que provocaria’”, disse Kottlowski. “Foi o que aconteceu nesse ano.”
13 tempestades
Até o momento se formaram 13 tempestades no Atlântico, uma a mais do que em um ano médio. No entanto, 2017 já merece a definição de “extremamente ativo” e a quantidade de energia produzida pelas tempestades em setembro estabeleceu um novo recorde para o mês, segundo Phil Klotzbach, autor principal da projeção de furacões sazonais da Universidade do Colorado, acompanhada de perto.
Esta também foi a primeira vez que os EUA foram atingidos por três tempestades de categoria 4 em uma mesma temporada, disse Jeff Masters, cofundador da Weather Underground em Ann Arbor, Michigan, e a primeira vez desde 2005 que um grande furacão atingiu os EUA.
Com o avanço do outono no Hemisfério Norte, o Oceano Atlântico esfria entre o Caribe e Cabo Verde, as tesouras de vento se erguem na região e as ondas tropicais ao largo da África, os embriões das tempestades, começam a perder força, disse Dennis Feltgen, porta-voz do Centro Nacional de Furacões dos EUA em Miami.
“A atividade muda para o oeste”, disse Feltgen. “O Caribe ocidental ainda está bastante quente em outubro e pode facilmente gerar alguns furacões memoráveis. Tanto o Wilma, em 2005, quanto o Sandy, em 2012, começaram por lá.”
A AccuWeather prevê pelo menos mais quatro tempestades com nome nesta temporada, das quais três se transformarão em furacões, disse Kottlowski. Uma provavelmente será de grande porte: de categoria 3 ou superior na escala Saffir-Simpson, dividida em cinco níveis.
Uma tempestade recebe nome quando seus ventos chegam a 63 quilômetros por hora ou quando ganha força de tempestade tropical. Há chances muito altas de que uma dessas quatro tempestades atinja a parte continental dos EUA.