Tanques de guerra não serão ecológicos
Na semana passada, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos anunciou que iria reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa em 34% até 2020
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h48.
O anúncio, porém, tem um detalhe: não vale para as "atividades de combate".
Os mais de 300 mil edifícios, incluindo o Pentágono, e mais de 160 mil veículos utilizados em serviço sofrerão alterações para se adequar à meta. Essa infra-estrutura corresponde à cerca de 25% do consumo de energia e 40% das emissões do Departamento.
Todas as medidas excluem veículos táticos, como aeronaves, navios e veículos armados que ofereçam apoio direto ao combatente de guerra. Apesar dessa estratégica ressalva na sua política ambiental, o departamento de Defesa avisa que "a redução da demanda de energia em atividades de combate é um dos principais focos da estratégia de segurança".
Isso porque seus administradores acreditam que os combustíveis fósseis são uma fonte cara de energia - daí a adoção de novos combustíveis, no futuro, servir não somente para a redução dos danos ao planeta, como também para melhorar a eficiência das missões.
A preocupação também chegou ao Pentágono. Pela primeira vez, o órgão irá listar o aquecimento global como uma "força desestabilizadora" em seu relatório quadrimestral apresentado ao Congresso amanhã.
O jornal inglês The Guardian teve acesso a um rascunho do documento, que alerta para a necessidade de levar em conta as mudanças climáticas nos planejamentos militares a longo prazo.
"Apesar de as mudanças climáticas em si não causarem conflitos, elas podem atuar como aceleradoras de instabilidades ou conflitos, colocando um peso em instituições civis e militares em todo o mundo", diz um trecho do documento destacado pelo jornal.
As páginas afirmam que ondas de calor e tempestades inesperadas podem aumentar a necessidade de ajuda humanitária; além disso, mais de 30 bases militares americanas estão ameaçadas pelo aumento do nível do mar.