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Protestos se intensificam e premiê tailandesa deixa prédio

Cerca de 30 mil manifestantes iniciaram um "golpe do povo" contra o governo tailandês. Manifestantes tomaram emissora estatal e primeira-ministra teve de fugir

Protesto na Tailândia: neste domingo, manifestações se intensificaram e primeira-ministra foi forçada a deixar prédio (Damir Sagolj/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 1 de dezembro de 2013 às 14h35.

Bangcoc- Cerca de 30 mil manifestantes iniciaram um "golpe do povo" contra o governo tailandês no domingo, invadindo agências estatais em confrontos violentos, tomando o controle de uma emissora estatal e forçando a primeira-ministra a fugir de um complexo policial.

Mas, depois de um dia de confrontos entre manifestantes que atiravam pedras e bombas e a polícia de choque, que respondia com gás lacrimogêneo, os manifestantes não conseguiram romper as barricadas da Casa do Governo, escritório da primeira-ministra Yingluck Shinnawatra, embora o número de manifestantes tenha começado a crescer enquanto anoitecia.

"Eles não dominaram nenhum lugar", disse à Reuters o chefe do Conselho de Segurança Nacional, Paradorn Pattanathabutr.

Os manifestantes semearam o caos em uma das maiores cidades do sudeste da Ásia, rompendo um bloqueio da polícia, tomando sete caminhões da polícia e forçando Yingluck a se deslocar de um prédio onde ela daria entrevistas à imprensa para um local não revelado.

Pequenos incêndios foram causados por bombas que caíram perto dos caminhões da polícia. Os manifestantes arrancavam cercas de arame farpado enquanto outros lavavam o gás lacrimogêneo dos olhos com garrafas d'água.

Esta é a mais recente reviravolta dramática em um conflito contrapondo a classe média urbana de Bangcoc e a elite monarquista contra os defensores pobres e principalmente rurais de Yingluck e seu irmão bilionário, Thaksin Shinawatra, um ex-primeiro-ministro deposto em um golpe militar em 2006.


A detonação de granadas de efeito moral, seguida pelas vaias dos manifestantes, ecoaram pelo bairro histórico do governo, não muito longe da região turística de Khao San, depois de uma noite caótica de conflitos e lutas com armas e facas no leste de Bangcoc, em que quatro pessoas morreram e pelo menos 57 ficaram feridas.

Os hospitais divulgaram que 46 pessoas foram feridas no domingo.

O porta-voz da polícia, Piya Utayo, disse que as tropas vão expulsar à força os manifestantes que ocupam o complexo do governo desde quinta-feira e o Ministério de Finanças desde segunda-feira. "Mandamos tropas para esses lugares para recuperar a propriedade do governo", disse ele na TV nacional.

O governo pediu aos moradores de Bangcoc, uma metrópole de 10 milhões de pessoas, que permanecem em casa das 22h às 5h.

"Pedimos às pessoas que não deixem suas casas para sua segurança, para que não se tornem uma vítima dos provocadores", disse o vice-primeiro-ministro, Pracha Promnok, em discurso televisionado.

Jornalistas da Reuters que esperavam para entrevistar Yingluck no Escritório de Supressão de Narcóticos foram avisados por Natthriya Thawaeevong, uma assistente da primeira-ministra, que ela havia ido embora depois que manifestantes conseguiram entrar na parte externa do complexo, o Clube de Esportes da Polícia, onde o escritório está localizado.


Os manifestantes se concentraram em frente a uma barreira policial do lado de fora de Wat Benjamabhopit, também conhecido como o Templo de Mármore. A polícia lançou gás lacrimogêneo enquanto alguns manifestantes tentavam mover barreiras de concreto.

"Só quero que as pessoas chamadas Shinawatra peguem um avião e vão para algum lugar, e por favor, não voltem", disse Chatupron Tirawongkusol, de 33 anos, cuja família administra um restaurante em Bangcoc.

Fora do departamento de Polícia Metropolitana, cerca de 3 mil manifestantes se reuniram, acusando a polícia antimotim de ser manipulada por Thaksin, um ex-policial que se tornou magnata das telecomunicações antes de entrar para a política e vencer as eleições de 2001 e 2005.

A região ao redor da Casa do Governo foi palco de conflitos quase que ininterruptos, enquanto a polícia disparava gás lacrimogêneo na multidão que atirava pedras. Um fotógrafo da Reuters viu manifestantes lançando pelo menos uma dúzia de bombas em postos policiais de um campus universitário através de um canal localizado do outro lado da Casa do Governo.

O líder dos manifestantes, Suthep Thaugsuban, exortou os funcionários do governo e entrarem em greve na segunda-feira e apelou para que todas as estações de televisão parem de transmitir notícias do governo.

"Convidamos todos os tailandeses a se juntarem a nós para defender a democracia", disse ele em um discurso transmitido ao vivo por quase todas as estações de TV, incluindo a estatal PBS, que concordou em transmitir o discurso depois que os manifestantes invadiram suas instalações.

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Bangcoc- Cerca de 30 mil manifestantes iniciaram um "golpe do povo" contra o governo tailandês no domingo, invadindo agências estatais em confrontos violentos, tomando o controle de uma emissora estatal e forçando a primeira-ministra a fugir de um complexo policial.

Mas, depois de um dia de confrontos entre manifestantes que atiravam pedras e bombas e a polícia de choque, que respondia com gás lacrimogêneo, os manifestantes não conseguiram romper as barricadas da Casa do Governo, escritório da primeira-ministra Yingluck Shinnawatra, embora o número de manifestantes tenha começado a crescer enquanto anoitecia.

"Eles não dominaram nenhum lugar", disse à Reuters o chefe do Conselho de Segurança Nacional, Paradorn Pattanathabutr.

Os manifestantes semearam o caos em uma das maiores cidades do sudeste da Ásia, rompendo um bloqueio da polícia, tomando sete caminhões da polícia e forçando Yingluck a se deslocar de um prédio onde ela daria entrevistas à imprensa para um local não revelado.

Pequenos incêndios foram causados por bombas que caíram perto dos caminhões da polícia. Os manifestantes arrancavam cercas de arame farpado enquanto outros lavavam o gás lacrimogêneo dos olhos com garrafas d'água.

Esta é a mais recente reviravolta dramática em um conflito contrapondo a classe média urbana de Bangcoc e a elite monarquista contra os defensores pobres e principalmente rurais de Yingluck e seu irmão bilionário, Thaksin Shinawatra, um ex-primeiro-ministro deposto em um golpe militar em 2006.


A detonação de granadas de efeito moral, seguida pelas vaias dos manifestantes, ecoaram pelo bairro histórico do governo, não muito longe da região turística de Khao San, depois de uma noite caótica de conflitos e lutas com armas e facas no leste de Bangcoc, em que quatro pessoas morreram e pelo menos 57 ficaram feridas.

Os hospitais divulgaram que 46 pessoas foram feridas no domingo.

O porta-voz da polícia, Piya Utayo, disse que as tropas vão expulsar à força os manifestantes que ocupam o complexo do governo desde quinta-feira e o Ministério de Finanças desde segunda-feira. "Mandamos tropas para esses lugares para recuperar a propriedade do governo", disse ele na TV nacional.

O governo pediu aos moradores de Bangcoc, uma metrópole de 10 milhões de pessoas, que permanecem em casa das 22h às 5h.

"Pedimos às pessoas que não deixem suas casas para sua segurança, para que não se tornem uma vítima dos provocadores", disse o vice-primeiro-ministro, Pracha Promnok, em discurso televisionado.

Jornalistas da Reuters que esperavam para entrevistar Yingluck no Escritório de Supressão de Narcóticos foram avisados por Natthriya Thawaeevong, uma assistente da primeira-ministra, que ela havia ido embora depois que manifestantes conseguiram entrar na parte externa do complexo, o Clube de Esportes da Polícia, onde o escritório está localizado.


Os manifestantes se concentraram em frente a uma barreira policial do lado de fora de Wat Benjamabhopit, também conhecido como o Templo de Mármore. A polícia lançou gás lacrimogêneo enquanto alguns manifestantes tentavam mover barreiras de concreto.

"Só quero que as pessoas chamadas Shinawatra peguem um avião e vão para algum lugar, e por favor, não voltem", disse Chatupron Tirawongkusol, de 33 anos, cuja família administra um restaurante em Bangcoc.

Fora do departamento de Polícia Metropolitana, cerca de 3 mil manifestantes se reuniram, acusando a polícia antimotim de ser manipulada por Thaksin, um ex-policial que se tornou magnata das telecomunicações antes de entrar para a política e vencer as eleições de 2001 e 2005.

A região ao redor da Casa do Governo foi palco de conflitos quase que ininterruptos, enquanto a polícia disparava gás lacrimogêneo na multidão que atirava pedras. Um fotógrafo da Reuters viu manifestantes lançando pelo menos uma dúzia de bombas em postos policiais de um campus universitário através de um canal localizado do outro lado da Casa do Governo.

O líder dos manifestantes, Suthep Thaugsuban, exortou os funcionários do governo e entrarem em greve na segunda-feira e apelou para que todas as estações de televisão parem de transmitir notícias do governo.

"Convidamos todos os tailandeses a se juntarem a nós para defender a democracia", disse ele em um discurso transmitido ao vivo por quase todas as estações de TV, incluindo a estatal PBS, que concordou em transmitir o discurso depois que os manifestantes invadiram suas instalações.

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