Tahrir prepara-se para exigir dos militares saída do poder no Egito
População quer transferência de comando imediata para uma autoridade civil
Da Redação
Publicado em 25 de novembro de 2011 às 06h55.
Cairo - Milhares de egípcios participarão nesta sexta-feira da manifestação da 'Sexta-feira da última oportunidade' para exigir do Conselho Superior das Forças Armadas que deixe o poder e transfira imediatamente o comando a uma autoridade civil.
Os opositores pedem que os militares transfiram o poder a um conselho interino, organismo que governaria o país até a realização das eleições parlamentares, cuja primeira fase começa em três dias, e, se o novo Parlamento transmitir confiança, poderá permanecer até as eleições presidenciais em 30 de junho.
Como publicou o jornal independente 'Al-Masry Al-Youm', os manifestantes da Tahrir rejeitaram o pedido de desculpa do Conselho Superior das Forças Armadas feito na quinta ao povo egípcio, que consideram uma 'manobra política'.
'O Conselheiro Superior das Forças Armadas apresenta seu pesar e suas desculpas pelos mártires, filhos fiéis do Egito , nos últimos eventos na Praça Tahrir', publicou a Junta Militar no comunicado divulgado na quinta em sua página no Facebook.
Ao menos dois partidos, os salafistas de Al Nour e o grupo da Gamaa Islamiya, anunciaram que vão participar da manifestação desta sexta, mas o principal movimento islamita, a Irmandade Muçulmana, não tomará parte. O braço político da Irmandade Muçulmana, o Partido Liberdade e Justiça, não vai participar para 'não impor obstáculos ao processo eleitoral', afirmou em comunicado.
A confraria já alertou que teme confrontos em Tahrir entre a manifestação contra a Junta Militar e outra de apoio aos generais que deve concentrar-se no bairro central de Abassiya, que a partir desse local vai se dirigir à praça.
Alguns meios de comunicação egípcios agitaram o fantasma da chamada 'Batalha dos Camelos', evocando o dia 2 de fevereiro, em que partidários do deposto presidente Hosni Mubarak entraram em Tahrir montados em camelos e cavalos para tentar acabar com o protesto.
Apesar dos temores, durante a noite foi mantida a trégua entre as forças de segurança e os manifestantes, depois da mediação das Forças Armadas e de clérigos muçulmanos.
Diante da previsão de possíveis confrontos, a Junta Militar pediu na quinta-feira ao povo egípcio em seu último comunicado 'união e controle para evitar que o país entre em um estado de caos'.
A manifestação desta sexta ocorre em um momento de incerteza política, a três dias do pleito legislativo, e sem que por enquanto um novo governo tenha sido designado que substitua ao demissionário do primeiro-ministro Essam Sharaf.
No fim da noite de quinta, a imprensa egípcia e internacional informou que o marechal Hussein Tantawi, chefe da Junta Militar, teria encomendado ao primeiro-ministro Kamal Ganzouri a formação de um novo Governo.
Uma fonte da Junta Militar, no entanto, negou a Efe que Ganzouri tivesse recebido essa incumbência e limitou-se a afirmar que os dois tiveram apenas uma reunião.
'Se tivesse feito esse pedido, teríamos divulgado na imprensa estatal', explicou a fonte.
A ativista e porta-voz do Partido Social-Democrata Hala Mustafa disse a Efe que a população reunida em Tahrir rejeita essa eventual designação, e apontou para a possibilidade de isso ser uma estratégia dos militares para saber a reação do público diante desse nome, que foi premiê sob o regime de Mubarak, de 1996 a 1999.
Cairo - Milhares de egípcios participarão nesta sexta-feira da manifestação da 'Sexta-feira da última oportunidade' para exigir do Conselho Superior das Forças Armadas que deixe o poder e transfira imediatamente o comando a uma autoridade civil.
Os opositores pedem que os militares transfiram o poder a um conselho interino, organismo que governaria o país até a realização das eleições parlamentares, cuja primeira fase começa em três dias, e, se o novo Parlamento transmitir confiança, poderá permanecer até as eleições presidenciais em 30 de junho.
Como publicou o jornal independente 'Al-Masry Al-Youm', os manifestantes da Tahrir rejeitaram o pedido de desculpa do Conselho Superior das Forças Armadas feito na quinta ao povo egípcio, que consideram uma 'manobra política'.
'O Conselheiro Superior das Forças Armadas apresenta seu pesar e suas desculpas pelos mártires, filhos fiéis do Egito , nos últimos eventos na Praça Tahrir', publicou a Junta Militar no comunicado divulgado na quinta em sua página no Facebook.
Ao menos dois partidos, os salafistas de Al Nour e o grupo da Gamaa Islamiya, anunciaram que vão participar da manifestação desta sexta, mas o principal movimento islamita, a Irmandade Muçulmana, não tomará parte. O braço político da Irmandade Muçulmana, o Partido Liberdade e Justiça, não vai participar para 'não impor obstáculos ao processo eleitoral', afirmou em comunicado.
A confraria já alertou que teme confrontos em Tahrir entre a manifestação contra a Junta Militar e outra de apoio aos generais que deve concentrar-se no bairro central de Abassiya, que a partir desse local vai se dirigir à praça.
Alguns meios de comunicação egípcios agitaram o fantasma da chamada 'Batalha dos Camelos', evocando o dia 2 de fevereiro, em que partidários do deposto presidente Hosni Mubarak entraram em Tahrir montados em camelos e cavalos para tentar acabar com o protesto.
Apesar dos temores, durante a noite foi mantida a trégua entre as forças de segurança e os manifestantes, depois da mediação das Forças Armadas e de clérigos muçulmanos.
Diante da previsão de possíveis confrontos, a Junta Militar pediu na quinta-feira ao povo egípcio em seu último comunicado 'união e controle para evitar que o país entre em um estado de caos'.
A manifestação desta sexta ocorre em um momento de incerteza política, a três dias do pleito legislativo, e sem que por enquanto um novo governo tenha sido designado que substitua ao demissionário do primeiro-ministro Essam Sharaf.
No fim da noite de quinta, a imprensa egípcia e internacional informou que o marechal Hussein Tantawi, chefe da Junta Militar, teria encomendado ao primeiro-ministro Kamal Ganzouri a formação de um novo Governo.
Uma fonte da Junta Militar, no entanto, negou a Efe que Ganzouri tivesse recebido essa incumbência e limitou-se a afirmar que os dois tiveram apenas uma reunião.
'Se tivesse feito esse pedido, teríamos divulgado na imprensa estatal', explicou a fonte.
A ativista e porta-voz do Partido Social-Democrata Hala Mustafa disse a Efe que a população reunida em Tahrir rejeita essa eventual designação, e apontou para a possibilidade de isso ser uma estratégia dos militares para saber a reação do público diante desse nome, que foi premiê sob o regime de Mubarak, de 1996 a 1999.