Soldado norte-coreano que fugiu ao Sul está em estado crítico
Nessa segunda-feira, um militar foi baleado pelo exército do Norte quando escapava pela Zona Desmilitarizada
EFE
Publicado em 14 de novembro de 2017 às 06h25.
Última atualização em 14 de novembro de 2017 às 09h49.
Seul - O soldado da Coreia do Norte que conseguiu desertar ao Sul, na segunda-feira, após ser feridos por disparos do exército norte-coreano, está internado em estado crítico por conta da gravidade dos ferimentos e sua vida corre risco, explicou hoje o medico que o atendeu.
"Nós vamos enfrentar momentos cruciais durante os próximos dez dias", disse em entrevista à agência "Yonhap", o médico Lee Kuk-jong, após indicar que existem órgãos importantes afetados e que não sabe se o soldado conseguirá sobreviver.
Inicialmente, as autoridades militares sul-coreanas tinham informado que o soldado apresentava ferimentos no ombro e cotovelo e que após a cirurgia, estava em "fase de recuperação".
O cirurgião disse que serão necessárias duas ou três operações no total para tentar sua vida, e que por enquanto, o homem, que está inconsciente e conectado a um respirador, terá que repousar durante dois ou três dias antes de voltar para sala de cirurgia.
De acordo com o que detalhou hoje o Estado Maior Conjunto (JCS) sul-coreano, o soldado alcançou a de Segurança Conjunta (JSA), única área de fronteira onde soldados das duas Coreias estão frente a frente, a bordo de automóvel que deixou abandonado quando uma das rodas ficou atolada.
Quando ele correu para atravessar a linha de demarcação militar, quatro soldados norte-coreanos dispararam cerca de 40 tiros, em que vários lhe atingiram.
O homem buscou abrigo perto de um edifício na faixa sul da JSA e foi encontrado meia hora depois pelas tropas sul-coreanas.
Um helicóptero o transportou para o Hospital Universitário de Ajou, em Suwon, onde foi operado por cinco horas pelo médico Lee, famoso no país por ter atendido o capitão de um mercante sul-coreano ferido de bala após o ataque de piratas somalis em 2011.
É muito raro que haja uma deserção na JSA (até agora houve uma em 1998 e outra em 2007), e os especialistas consideram que a Coreia do Norte elege cuidadosamente os soldados que atuam nessa região para evitar fatos como este.
A Coreia do Norte e a Coreia do Sul permanecem tecnicamente enfrentadas desde a guerra de 1950-53, que terminou com um armistício nunca substituído por um tratado de paz definitivo.