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Situação de Assange não está na agenda com EUA, diz chanceler do Equador

Em uma carta, senadores disseram sentir-se "extremamente preocupados" pelo fato de o Equador proporcionar asilo a fundador do WikiLeaks

Julian Assange: ativista era requerido desde 2010 pelas autoridades suecas devido às acusações de estupro de duas mulheres, que ele nega (Carl Court/Getty Images)
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EFE

Publicado em 29 de junho de 2018 às 19h32.

Quito - O ministro de Relações Exteriores equatoriano, José Valencia, afirmou nesta sexta-feira que a questão sobre o australiano Julian Assange , asilado na legação diplomática do país andino em Londres, não compete à agenda com Estados Unidos, mas ao Equador, ao Reino Unido e ao próprio fundador do WikiLeaks.

Valencia se expressou assim em entrevista coletiva ao ser consultado se a situação do australiano foi abordada na reunião de ontem em Quito entre o chefe de Estado equatoriano, Lenín Moreno, e o vice-presidente americano, Mike Pence.

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"É um assunto que compete às jurisdições do Equador e do Reino Unido e, certamente, ao senhor Assange como uma pessoa que se encontra neste momento hospedada, asilada na embaixada do Equador em Londres", respondeu o diplomata.

Nesse sentido, enfatizou que o assunto "não entra, portanto, na agenda com os Estados Unidos ".

"Nós queremos que se busque uma solução com o Reino Unido, estamos em contato com eles e também com o próprio senhor Assange", acrescentou o ministro, evitando se aprofundar mais no tema.

Na quarta-feira passada, na véspera da chegada de Pence ao Equador , um grupo de senadores americanos democratas pediu ao vice-presidente que aproveitasse sua viagem para melhorar as relações com o país andino e pressionar Quito sobre sua decisão de continuar dando asilo ao fundador do WikiLeaks.

Em uma carta, os legisladores disseram sentir-se "extremamente preocupados" pelo fato de o Equador proporcionar asilo a Assange, que desde o final de 2017 também tem nacionalidade equatoriana.

Os democratas lembraram na carta que a comunidade de inteligência americana emitiu um relatório em janeiro de 2017 no qual confirmou que o governo russo tinha utilizado o WikiLeaks para publicar informação roubada e "influenciar nas eleições presidenciais de 2016 nos Estados Unidos".

O ativista era requerido desde 2010 pelas autoridades suecas devido às acusações de estupro de duas mulheres, que ele nega, mas a Suécia arquivou a causa por não poder avançar na investigação.

Mesmo assim, Assange segue sob asilo por temer que seja detido pelas autoridades britânicas e deportado aos EUA, onde seria julgado pela publicação de documentos militares e diplomáticos de caráter confidencial.

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