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Síria não vê reflexo de solução política

Acima dos combates, se algo marcou a Síria em 2013 foi exatamente o que não chegou a acontecer: uma intervenção militar estrangeira

Bashar al-Assad: regime do presidente sírio se defende dizendo que tenta encontrar uma solução pacífica à luta que mantém contra o terrorismo (AFP)
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Da Redação

Publicado em 18 de dezembro de 2013 às 16h04.

Beirute - O conflito na Síria fecha este ano com mais de cem mil mortos desde março de 2011 e sem que os esforços diplomáticos para encontrar uma solução política tenham surtido efeito.

Acima dos combates, das mediações e da tragédia humanitária, se algo marcou a Síria em 2013 foi exatamente o que não chegou a acontecer: uma intervenção militar estrangeira.

No início de setembro, o país parecia condenado a um ataque dos EUA contra alvos do regime, após a ofensiva com armas químicas de 21 de agosto em um dos subúrbios de Damasco que deixou mais de mil mortos, pela qual Washington culpou o regime de Bashar al Assad.

Foram momentos nos quais a comunidade internacional prendeu a respiração diante da possibilidade de uma guerra que corria o risco de se transformar em regional, por causa do complicado tabuleiro que é o Oriente Médio.

Ao final, um acordo fechado entre Rússia, firme aliado do regime de Damasco, e os Estados Unidos dissipou a ameaça de uma intervenção militar em território sírio, com a condição que fosse desmantelado o arsenal químico em poder de Assad e se iniciassem negociações para uma solução política de governabilidade.

Pelas mãos deste pacto entre as duas grandes potências, chegou à Síria no início de outubro uma equipe de analistas internacionais da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) para destruir o arsenal, o que valeu à entidade o Prêmio Nobel da Paz.

Enquanto isso, se intensificou a mediação para realizar a conferência de paz de Genebra 2, prevista para o próximo dia 22 de janeiro, e para que nela sentem à mesa membros do regime e da oposição.


Não parece que as partes em conflito estejam dispostas a chegar a um acordo na cidade suíça, apesar das vindas do mediador internacional, Lakhdar Brahimi, das consultas das autoridades sírias e dos opositores em Moscou e das viagens do secretário de Estado americano, John Kerry.

O regime de Assad se defende dizendo que tenta encontrar uma solução pacífica à luta que mantém contra o "terrorismo", enquanto a oposição exige a saída do presidente sírio, medida negada categoricamente pelas autoridades.

Enquanto isso no local, a situação se radicalizou e o conflito adquiriu fortíssimas tinturas sectárias.

Este ano foi o da consolidação no campo de batalha de dois grandes grupos vinculados à Al Qaeda, o Estado Islâmico do Iraque e do Levante (Síria) e o Frente al Nusra, ponta de lança dos rebeldes no norte do país.

A emergência dos jihadistas, que contam com milicianos estrangeiros, ocasionou atritos com outras facções insurgentes e inclusive entre eles mesmos.

Os vídeos de execuções de cidadãos e combatentes de outros grupos pelo Estado Islâmico se transformaram na tônica do diário de guerra.

Este ano também foi o das batalhas em cidades como Al Qusair e Aleppo, onde o regime lançou ofensivas para recuperar as regiões tomadas pelos insurgentes.

A perda da estratégica Al Qusair, perto da fronteira com o Líbano, foi uma derrota para os rebeldes no início de junho, pois tinham na cidade uma de seus principais fortificações na província central de Homs.

Dias depois, o regime começou as operações para recuperar totalmente Aleppo, a cidade maior do norte da Síria e tomada em parte pelos opositores, em uma ofensiva que ainda segue em andamento.

No meio dos combates e a destruição, o número de vítimas da guerra no país árabe ultrapassou este ano os cem mil mortos, como anunciou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em agosto.

O êxodo de refugiados continua intenso em direção a outros países, especialmente aos estados vizinhos à Síria, que já abrigam mais de 2,75 milhões de deslocados que fugiram do conflito.

A população civil é, sem dúvida, a grande prejudicada por esta guerra. Nos últimos doze meses testemunharam massacres contra os cidadãos, como o de começo de maio em Baniyas e Al Baida, na província de Tartus, feudo litorâneo do regime onde mais de 200 pessoas morreram, segundo ativistas.

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Acima dos combates, das mediações e da tragédia humanitária, se algo marcou a Síria em 2013 foi exatamente o que não chegou a acontecer: uma intervenção militar estrangeira.

No início de setembro, o país parecia condenado a um ataque dos EUA contra alvos do regime, após a ofensiva com armas químicas de 21 de agosto em um dos subúrbios de Damasco que deixou mais de mil mortos, pela qual Washington culpou o regime de Bashar al Assad.

Foram momentos nos quais a comunidade internacional prendeu a respiração diante da possibilidade de uma guerra que corria o risco de se transformar em regional, por causa do complicado tabuleiro que é o Oriente Médio.

Ao final, um acordo fechado entre Rússia, firme aliado do regime de Damasco, e os Estados Unidos dissipou a ameaça de uma intervenção militar em território sírio, com a condição que fosse desmantelado o arsenal químico em poder de Assad e se iniciassem negociações para uma solução política de governabilidade.

Pelas mãos deste pacto entre as duas grandes potências, chegou à Síria no início de outubro uma equipe de analistas internacionais da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) para destruir o arsenal, o que valeu à entidade o Prêmio Nobel da Paz.

Enquanto isso, se intensificou a mediação para realizar a conferência de paz de Genebra 2, prevista para o próximo dia 22 de janeiro, e para que nela sentem à mesa membros do regime e da oposição.


Não parece que as partes em conflito estejam dispostas a chegar a um acordo na cidade suíça, apesar das vindas do mediador internacional, Lakhdar Brahimi, das consultas das autoridades sírias e dos opositores em Moscou e das viagens do secretário de Estado americano, John Kerry.

O regime de Assad se defende dizendo que tenta encontrar uma solução pacífica à luta que mantém contra o "terrorismo", enquanto a oposição exige a saída do presidente sírio, medida negada categoricamente pelas autoridades.

Enquanto isso no local, a situação se radicalizou e o conflito adquiriu fortíssimas tinturas sectárias.

Este ano foi o da consolidação no campo de batalha de dois grandes grupos vinculados à Al Qaeda, o Estado Islâmico do Iraque e do Levante (Síria) e o Frente al Nusra, ponta de lança dos rebeldes no norte do país.

A emergência dos jihadistas, que contam com milicianos estrangeiros, ocasionou atritos com outras facções insurgentes e inclusive entre eles mesmos.

Os vídeos de execuções de cidadãos e combatentes de outros grupos pelo Estado Islâmico se transformaram na tônica do diário de guerra.

Este ano também foi o das batalhas em cidades como Al Qusair e Aleppo, onde o regime lançou ofensivas para recuperar as regiões tomadas pelos insurgentes.

A perda da estratégica Al Qusair, perto da fronteira com o Líbano, foi uma derrota para os rebeldes no início de junho, pois tinham na cidade uma de seus principais fortificações na província central de Homs.

Dias depois, o regime começou as operações para recuperar totalmente Aleppo, a cidade maior do norte da Síria e tomada em parte pelos opositores, em uma ofensiva que ainda segue em andamento.

No meio dos combates e a destruição, o número de vítimas da guerra no país árabe ultrapassou este ano os cem mil mortos, como anunciou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em agosto.

O êxodo de refugiados continua intenso em direção a outros países, especialmente aos estados vizinhos à Síria, que já abrigam mais de 2,75 milhões de deslocados que fugiram do conflito.

A população civil é, sem dúvida, a grande prejudicada por esta guerra. Nos últimos doze meses testemunharam massacres contra os cidadãos, como o de começo de maio em Baniyas e Al Baida, na província de Tartus, feudo litorâneo do regime onde mais de 200 pessoas morreram, segundo ativistas.

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