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Sindicatos argentinos desafiam Cristina Kirchner com greve

Popularidade do governo se deteriora em meio a uma alta inflação que corrói o poder de compra da população e cresce a violência urbana

Cristina Kirchner: protesto reivindica um reajuste dos salários e uma redução dos altos impostos que incidem sobre a renda (Diego Giudice/Bloomberg)
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Da Redação

Publicado em 10 de abril de 2014 às 09h17.

Buenos Aires - As centrais sindicais argentinas desafiam a presidente Cristina Kirchner com uma greve de um dia nesta quinta-feira, enquanto a popularidade do governo se deteriora em meio a uma alta inflação que corrói o poder de compra da população e cresce a violência urbana.

O protesto, ao qual aderiram os sindicatos dos transportes públicos e importantes associações de caminhoneiros e servidores públicos, reivindica um reajuste dos salários e uma redução dos altos impostos que incidem sobre a renda, após uma desvalorização do peso argentino de 35 por cento em 12 meses.

O secretário-geral da Confederação Geral do Trabalho (CGT), Hugo Moyano, um dos organizadores da greve, disse que a presidente se comporta com "orgulho" e pediu que ela ouça às queixas.

"A paralisação é para ratificar que haja articulações (negociações salariais) livres", disse Moyano, que também pediu um aumento salarial "de emergência" aos aposentados e medidas governamentais para conter a crescente violência urbana.

Moyano, também líder dos caminhoneiros, comanda um sindicato do qual dependem desde o transporte de jornais, combustíveis e valores até a coleta de lixo e a provisão de comida para as companhias aéreas.

Uma das razões da greve é a reivindicação de uma atualização, devido à inflação, do imposto incidente sobre os lucros, que se aplica aos salários.

A Argentina sofre com uma das maiores taxas de inflação do mundo enquanto a economia dá sinais de esgotamento após quase uma década de forte crescimento.

A tabela salarial sobre a qual incide o imposto foi atualizada apenas em anos recentes e acabou defasada por causa dos ajustes salariais em decorrência da elevada inflação, que supera os 30 por cento anuais.


A tabela do imposto não se atualiza automaticamente em relação ao custo de vida e depende somente da decisão da presidente.

O governo afirmou que o protesto tem motivos políticos e não sindicais, ao acusar os sindicalistas de estarem alinhados com o líder opositor Sergio Massa, um peronista que abandonou o governo e agrupa atrás de si as forças de oposição, visando as eleições presidenciais no fim de 2015.

A greve, que se prolonga por toda a quinta, vai afetar a principal região agroexportadora no momento em que a colheita de soja, principal plantação do país, está no auge.

A Argentina é o maior exportador mundial de óleo e farinha de soja e o terceiro de milho.

A alta instabilidade social da Argentina, onde são frequentes o bloqueio de ruas e as manifestações sociais, deve se intensificar durante a realização das negociações salariais anuais, que acabam de começar entre os sindicatos e as organizações patronais.

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Buenos Aires - As centrais sindicais argentinas desafiam a presidente Cristina Kirchner com uma greve de um dia nesta quinta-feira, enquanto a popularidade do governo se deteriora em meio a uma alta inflação que corrói o poder de compra da população e cresce a violência urbana.

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O secretário-geral da Confederação Geral do Trabalho (CGT), Hugo Moyano, um dos organizadores da greve, disse que a presidente se comporta com "orgulho" e pediu que ela ouça às queixas.

"A paralisação é para ratificar que haja articulações (negociações salariais) livres", disse Moyano, que também pediu um aumento salarial "de emergência" aos aposentados e medidas governamentais para conter a crescente violência urbana.

Moyano, também líder dos caminhoneiros, comanda um sindicato do qual dependem desde o transporte de jornais, combustíveis e valores até a coleta de lixo e a provisão de comida para as companhias aéreas.

Uma das razões da greve é a reivindicação de uma atualização, devido à inflação, do imposto incidente sobre os lucros, que se aplica aos salários.

A Argentina sofre com uma das maiores taxas de inflação do mundo enquanto a economia dá sinais de esgotamento após quase uma década de forte crescimento.

A tabela salarial sobre a qual incide o imposto foi atualizada apenas em anos recentes e acabou defasada por causa dos ajustes salariais em decorrência da elevada inflação, que supera os 30 por cento anuais.


A tabela do imposto não se atualiza automaticamente em relação ao custo de vida e depende somente da decisão da presidente.

O governo afirmou que o protesto tem motivos políticos e não sindicais, ao acusar os sindicalistas de estarem alinhados com o líder opositor Sergio Massa, um peronista que abandonou o governo e agrupa atrás de si as forças de oposição, visando as eleições presidenciais no fim de 2015.

A greve, que se prolonga por toda a quinta, vai afetar a principal região agroexportadora no momento em que a colheita de soja, principal plantação do país, está no auge.

A Argentina é o maior exportador mundial de óleo e farinha de soja e o terceiro de milho.

A alta instabilidade social da Argentina, onde são frequentes o bloqueio de ruas e as manifestações sociais, deve se intensificar durante a realização das negociações salariais anuais, que acabam de começar entre os sindicatos e as organizações patronais.

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