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Sindicatos argentinos demonstram força durante greve

Sindicatos classificaram inciativa como um 'êxito'; para o Executivo argentino, greve foi 'extorsão'

Policial checa celular em estação de trem vazia, durante greve nacional na Argentina (Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de novembro de 2012 às 19h01.

Buenos Aires - Sindicatos argentinos confrontados com o governo da presidente Cristina Kirchner deram uma demonstração de força nesta terça-feira com uma greve nacional que consideraram um 'êxito' e que o Executivo qualificou como uma 'extorsão'.

'A greve é um êxito em todo o país, é de uma contundência impressionante', afirmou o dirigente sindical Pablo Micheli, que recomendou ao chefe de Gabinete, Juan Manuel Abal Medina, percorrer as empresas para verificar 'que tudo está deserto'.

A greve, apoiada pela Federação Agrária Argentina (FAA), foi convocada por setores da Confederação Geral do Trabalho (CGT) e da Central Operária de Trabalhadores da Argentina (CTA), cujos dirigentes, antes enfrentados entre si, superaram suas diferenças para desafiar o governo.

'Foi uma jornada realmente importantíssima. Os trabalhadores se expressaram em silêncio. Esse silêncio é a melhor voz que o governo tem que escutar', comentou Hugo Moyano, dirigente da CGT.

Nem governo nem sindicatos deram números de adesão da greve, mas segundo as centrais convocatórias, foram registrados mais de 300 cortes nas rotas e pontes do país e se repetiram as mobilizações em todas as grandes cidades do país.

As ameaças sindicais sobre cortes e bloqueios fizeram com que muitos argentinos não saíssem para trabalhar hoje e Buenos Aires amanheceu com áreas praticamente desertas e com um clima de feriado.


O protesto paralisou os trens, afetou os voos domésticos e regionais, a atividade bancária e a boa parte dos escritórios do centro portenho. Sem mobilizações maciças, os sindicatos bloquearam com piquetes os principais acessos à capital durante o início da manhã.

Os únicos incidentes foram registrados no centro de Buenos Aires quando um piquete pressionou os donos de bares e restaurantes abertos para que fechassem suas portas.

'Não há greve. Uma greve é quando os operários e os empregados decidem não comparecer a seus locais de trabalho. Isto é um piquete extorsivo, no qual os que conseguem ir trabalhar são apedrejados', disse o chefe de Gabinete.

Na mesma linha, o ministro do Interior, Florencio Randazzo, considerou que com esta 'greve da prepotência e do autoritarismo' os grevistas 'mostraram sua pior face, com cortes nos acessos e nas vias e com ameaças a comerciantes'.

O secretário de Segurança argentino, Sergio Berni, antecipou que o governo levará à Justiça 'os delinquentes que provocaram danos em bares e lojas' que tinham decidido abrir.

Já Cristina Kirchner postou em seu perfil no Facebook trechos de um discurso pronunciado na segunda-feira no qual insistiu em convocar os trabalhadores a um 'exercício de responsabilidade'.

Os sindicatos exigem, entre outras reivindicações, um aumento do salário mínimo, reformas tributárias e melhorias nas pensões.

O protesto sindical acontece poucos dias depois que centenas de milhares de pessoas se mobilizassem em todo o país, no dia 8 de novembro, contra a política do governo de Cristina.

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Buenos Aires - Sindicatos argentinos confrontados com o governo da presidente Cristina Kirchner deram uma demonstração de força nesta terça-feira com uma greve nacional que consideraram um 'êxito' e que o Executivo qualificou como uma 'extorsão'.

'A greve é um êxito em todo o país, é de uma contundência impressionante', afirmou o dirigente sindical Pablo Micheli, que recomendou ao chefe de Gabinete, Juan Manuel Abal Medina, percorrer as empresas para verificar 'que tudo está deserto'.

A greve, apoiada pela Federação Agrária Argentina (FAA), foi convocada por setores da Confederação Geral do Trabalho (CGT) e da Central Operária de Trabalhadores da Argentina (CTA), cujos dirigentes, antes enfrentados entre si, superaram suas diferenças para desafiar o governo.

'Foi uma jornada realmente importantíssima. Os trabalhadores se expressaram em silêncio. Esse silêncio é a melhor voz que o governo tem que escutar', comentou Hugo Moyano, dirigente da CGT.

Nem governo nem sindicatos deram números de adesão da greve, mas segundo as centrais convocatórias, foram registrados mais de 300 cortes nas rotas e pontes do país e se repetiram as mobilizações em todas as grandes cidades do país.

As ameaças sindicais sobre cortes e bloqueios fizeram com que muitos argentinos não saíssem para trabalhar hoje e Buenos Aires amanheceu com áreas praticamente desertas e com um clima de feriado.


O protesto paralisou os trens, afetou os voos domésticos e regionais, a atividade bancária e a boa parte dos escritórios do centro portenho. Sem mobilizações maciças, os sindicatos bloquearam com piquetes os principais acessos à capital durante o início da manhã.

Os únicos incidentes foram registrados no centro de Buenos Aires quando um piquete pressionou os donos de bares e restaurantes abertos para que fechassem suas portas.

'Não há greve. Uma greve é quando os operários e os empregados decidem não comparecer a seus locais de trabalho. Isto é um piquete extorsivo, no qual os que conseguem ir trabalhar são apedrejados', disse o chefe de Gabinete.

Na mesma linha, o ministro do Interior, Florencio Randazzo, considerou que com esta 'greve da prepotência e do autoritarismo' os grevistas 'mostraram sua pior face, com cortes nos acessos e nas vias e com ameaças a comerciantes'.

O secretário de Segurança argentino, Sergio Berni, antecipou que o governo levará à Justiça 'os delinquentes que provocaram danos em bares e lojas' que tinham decidido abrir.

Já Cristina Kirchner postou em seu perfil no Facebook trechos de um discurso pronunciado na segunda-feira no qual insistiu em convocar os trabalhadores a um 'exercício de responsabilidade'.

Os sindicatos exigem, entre outras reivindicações, um aumento do salário mínimo, reformas tributárias e melhorias nas pensões.

O protesto sindical acontece poucos dias depois que centenas de milhares de pessoas se mobilizassem em todo o país, no dia 8 de novembro, contra a política do governo de Cristina.

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