Refugiados: na China, aliada da Coreia do Norte, os norte-coreanos não os considerados refugiados, mas imigrantes ilegais (Kim Min-Hee-Pool / Getty Images)
Da Redação
Publicado em 27 de novembro de 2015 às 07h46.
Seul - O governo da Coreia do Sul afirmou nesta sexta-feira que está realizando "esforços diplomáticos" para evitar a repatriação forçada de nove refugiados norte-coreanos retidos pelas autoridades da China, depois que a ONG internacional Human Rights Watch (HRW) denunciou essa situação.
O Executivo sul-coreano "está mobilizando todos os seus esforços diplomáticos para garantir que os refugiados não sejam repatriados para a Coreia do Norte contra sua vontade e que possam viajar com segurança e rapidez para o país que escolherem", disse à Agência Efe um representante do Ministério das Relações Exteriores em Seul.
O representante não ofereceu mais detalhes - "por motivos de segurança" - sobre as ações que foram tomadas pelo governo ou sobre o paradeiro dos nove norte-coreanos, entre eles um bebê e um adolescente, que durante sua fuga foram detidos em outubro, no Vietnã, e entregues às autoridades chinesas.
As repatriações de norte-coreanos por parte da China são frequentes já que Pequim, um aliado histórico de Pyongyang, os persegue e os entrega ao regime de Kim Jong-un, já que não os considera refugiados, mas imigrantes ilegais.
Este caso passou a ser foco de atenção mundial devido à denúncia da organização internacional Human Rights Watch (HRW), que na terça-feira enviou cartas aos presidentes da China, Xi Jinping e da Coreia do Sul, Park Geun-hye, para pedir que evitem a repatriação forçada.
"Por enquanto não obtivemos uma resposta, e não sabemos se o governo da Coreia do Sul está trabalhando no caso", disse à Efe uma fonte da HRW na Ásia.
Em todo caso, a fonte comentou que há esperança, "já que o caso está tendo repercussão midiática, o que representa mais pressão para que o governo atue".
A Human Rights Watch, que mantém contato com familiares dos nove refugiados, acredita que eles se encontram na cidade chinesa de Tumen, próxima à fronteira com a Coreia do Norte, à espera da repatriação iminente. No entanto, a organização revelou faz dois dias desde que obteve as últimas informações sobre os refugiados.
Phil Robertson, subdiretor da HRW na Ásia, denunciou em um comunicado de imprensa que se os norte-coreanos forem deportados para a Coreia do Norte pelas autoridades chinesas, "provavelmente vão acabar em um campo de prisioneiros onde a prática de tortura, a violência e a privação das necessidades básicas são recorrentes".