Membro da Médicos sem Fronteiras trabalha em Serra Leoa (Carl de Souza/AFP)
Da Redação
Publicado em 23 de setembro de 2014 às 18h19.
Freetown, Serra Leoa - Equipes médicas que foram de porta em porta nas ruas de Serra Leoa descobriram 130 novos casos confirmados de ebola durante o confinamento nacional de três dias implantado para barrar o avanço da doença, afirmou uma autoridade do país nesta terça-feira.
O governo já considera repetir a operação.
Cerca de 70 outros casos suspeitos ainda estão sendo testados, contou o vice-ministro para Questões Políticas e Públicas, Karamoh Kabba.
Além disso, 92 corpos foram encontrados durante a campanha, na qual as equipes distribuíram informações sobre o vírus do ebola para mais de um milhão de casas. Não ficou claro se esses corpos haviam sido diagnosticados como portadores da doença.
A epidemia de ebola que se espalhou pelo Oeste da África infectou mais de 5,8 mil pessoas e matou cerca de 2,8 mil. Os países mais afetados foram Libéria, Serra Leoa e Guiné.
A Organização Mundial da Saúde alertou, no entanto, que mesmo esses números devem estar subestimados.
Apesar de muitos especialistas terem duvidado inicialmente da capacidade do confinamento de barrar o avanço do surto, dizendo que seria difícil manter as 6 milhões de pessoas que moram no país em suas casas, o governo considerou a operação um sucesso e já pensa em um novo período de paralisação.
O presidente Ernest Bai Koroma disse nesta terça-feira que ele está "satisfeito com todo o processo, que facilitou o acesso a muitas casas e trouxe à tona muitos doentes e corpos".
O comitê que coordena a resposta à crise do ebola ainda está analisando os resultados do confinamento e Koroma afirmou que vai ouvir os conselhos da equipe para determinar se haverá ou não outro toque de recolher.