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Separatistas retomam iniciativa na Ucrânia

Com ações de separatistas no leste do país, Kiev pediu ajuda à Otan para solucionar conflito

Morador agita uma bandeira russa, durante a passagem de um comboio russo pela fronteira com a Ucrânia (Sergey Venyavksy/AFP)
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Da Redação

Publicado em 27 de agosto de 2014 às 15h49.

Starobesheve - A Ucrânia pediu ajuda à Otan nesta quarta-feira, no momento em que os separatistas retomavam a iniciativa no leste do país e Kiev denunciava o avanço dos blindados russos em uma nova zona de combates.

Em um sinal da ausência de progresso após um encontro na terça-feira entre os presidentes ucraniano, Petro Poroshenko, e russo, Vladimir Putin, o governo de Kiev disse nesta quarta-feira que está à espera de que a Otan decida dar uma ajuda prática durante sua cúpula da semana que vem.

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Em terra, os rebeldes pró-russos se posicionaram na estrada entre seus redutos de Donetsk e Novoazovsk, uma cidade litorânea situada 100 km ao sul, onde todos os postos de controle estão em poder dos insurgentes.

No povoado de Starobesheve, nessa estrada, os rebeldes descobriram dezenas de caixas com munições e muitos veículos militares abandonados, após uma provável retirada do Exército ucraniano.

De acordo com habitantes da região, os militares ucranianos fugiram na segunda-feira, após os primeiros bombardeios provenientes da zona da fronteira russa.

"Combatentes de Donetsk e ocupantes russos" se apoderaram do povoado, declarou o porta-voz militar ucraniano, Andrii Lysenko.

De acordo com o Exército ucraniano, uma coluna de 100 veículos e equipamentos "como tanques, blindados e lança-foguetes múltiplos Grad" entrou na Ucrânia a partir da Rússia e avançava por uma parte da região de Donetsk na qual combates eram travados desde segunda-feira.

Kiev havia afirmado antes que tropas russas que haviam entrado na Ucrânia instalaram um quartel-general 48 km a sudeste de Donetsk e 60 km a oeste da fronteira russa.

"Se este grupo tático se perdeu e entrou por acidente, como os paraquedistas (...), é bom lembrá-los de que podem retornar à Rússia dirigindo-se a leste", declarou Lysenko.

A Ucrânia havia anunciado na terça-feira a prisão de dez paraquedistas russos no leste da Ucrânia. Moscou afirmou que eles passaram pela fronteira entre os dois países por acidente.

Ajuda da Otan

Em Kiev, centenas de pessoas se manifestaram nesta quarta-feira diante da presidência para pedir que sejam enviados reforços aos soldados ucranianos cercados na cidade de Ilovaisk, a 20 km de Donetsk.

Neste contexto, o primeiro-ministro, Arseni Yatseniuk, ressaltou que seu país espera que a Otan tome decisões cruciais na cúpula que realizará no dia 4 de setembro e que contará com a presença do presidente ucraniano. "Precisamos de ajuda", acrescentou.

A Otan, preocupada pela atitude da Rússia na crise ucraniana, quer poder mobilizar em alguns dias tropas e equipamentos no leste da Europa, indicou seu secretário-geral, Anders Fogh Rasmussen, em uma entrevista publicada nesta quarta-feira em vários jornais europeus.

No entanto, também nesta quarta-feira, o ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, afirmou que a Rússia não tem interesse na desintegração da Ucrânia.

"A aplicação política do que os cidadãos do sudeste da Ucrânia votaram deve ser feita através de negociações", disse Lavrov, referindo-se aos referendos de 11 de maio nas regiões de Donetsk e Lugansk, considerados ilegais por Kiev e por seus aliados ocidentais, nos quais a independência foi aprovada pela ampla maioria.

As negociações da véspera em Minsk entre Poroshenko e Putin, na presença de líderes europeus, terminaram sem avanços.

Nelas, Putin minimizou a captura dos paraquedistas russos em território ucraniano e se distanciou da crise ucraniana.

"Não podemos falar de cessar-fogo, de possíveis acordos entre Kiev, Donetsk e Lugansk. Não é assunto nosso. É um assunto interno da Ucrânia", disse.

Já Poroshenko pediu ações concretas para garantir o controle da fronteira e mencionou um mapa do caminho para um plano de paz com o objetivo de acabar com os confrontos no leste entre o Exército e os separatistas pró-russos, que deixaram mais de 2.200 mortos em quatro meses.

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