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Sarkozy prepara entrar em campanha para sua reeleição

Expectativa de analistas é que o presidente francês anuncia ainda nesta semana que tentará permanecer no cargo

Nicolas Sarkozy terá como adversário o socialista François Hollande, que lidera as pesquisas (Pablo Blazquez/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 13 de fevereiro de 2012 às 13h49.

Paris - O presidente francês, Nicolas Sarkozy , abre nesta segunda-feira uma intensa agenda política na qual está previsto que anuncie sua candidatura oficial à reeleição, com o objetivo de superar o atraso que acumula com relação ao socialista François Hollande, a pouco mais de dois meses do pleito.

O chefe de Estado desfruta estes dias de uma enorme atenção midiática, enquanto os meios de comunicação esperam que ele se torne candidato na quarta ou na próxima quinta-feira.

Será o momento de começar a superar a diferença com Hollande nas pesquisas, que em alguns casos chega a 20 pontos no provável segundo turno do dia 6 de maio.

No próximo domingo o partido conservador convocou o primeiro grande comício de campanha em Marselha, a segunda cidade do país, para mais de 7 mil pessoas.

Sarkozy apressa ao máximo sua entrada na campanha, mas a diferença com Hollande lhe obriga a avançar em duas semanas o anúncio, segundo o responsável de Estudos Políticos do Instituto BVA, Éric Bonnet.

'Quanto mais terreno tenha perdido, mais tempo precisará para recuperá-lo', disse o analista político à Agência Efe. Já o primeiro-ministro, François Fillon, disse em entrevista ao jornal 'Le Monde' que o resultado das eleições é disputado 'nas últimas três semanas'.

Sarkozy não esperou ser candidato para começar a debulhar algumas das linhas de seu programa, que estará bastante escorado na direita, com uma alta do imposto sobre a renda para reduzir as cargas dos empresários e uma 'revolução' da indenização por desemprego que condicionará que aqueles que estão parados façam cursos.

Além disso, Sarkozy se opõe ao casamento homossexual, à eutanásia e ao voto para os imigrantes legais nas eleições locais.

Para Bonnet, esta é 'uma tentativa para que as eleições não sejam um plebiscito sobre Sarkozy mas um duelo entre a esquerda e a direita'. 'Hollande lhe supera em todos os indicadores, inclusive no carisma, no qual Sarkozy ganhava sempre', afirma.


O comício do candidato socialista em Le Bourget no dia 26 supôs uma mudança em sua imagem, segundo o especialista, para quem considera que agora 'os franceses acham mais crível tramitar os temas que mais lhes interessam, que são os relacionados com a crise econômica'.

Nesse contexto, a única fonte onde Sarkozy pode buscar votos é entre os apoiadores da ultradireitista Marine Le Pen, que recebe mais de 15% das intenções de voto nas pesquisas.

A aposta já serviu a Sarkozy há cinco anos, quando conseguiu que 60% dos eleitores da Frente Nacional (FN) do primeiro turno lhe dessem apoio no segundo. 'As pesquisas atuais indicam que atualmente apenas um terço do eleitorado da FN está disposto a apoiar Sarkozy', acrescenta Bonnet.

'Os eleitores de centro-direita podem considerar que o melhor situado para ganhar a esquerda é o centrista François Bayrou', terceiro nas últimas eleições presidenciais com quase 20% dos votos e que agora as pesquisas colocam como quarto com 15%, afirma.

Em qualquer caso, Sarkozy tem diante de si a difícil tarefa de remontar pesquisas muito negativos, com uma taxa de popularidade muito baixa e uma crise econômica muito complexa.

A situação lembra a vivida em 1981 por Valéry Giscard d'Estaing, até agora o último presidente que concorreu à reeleição com todo o poder em suas mãos (a Presidência e o Governo) e o único que perdeu após a Segunda Guerra Mundial.

Mas a história eleitoral francesa também mostra algumas mudanças, como a de Jacques Chirac frente a Edouard Balladour em 1995, quando em fevereiro ele deu a volta nas pesquisas e acabou se impondo como candidato conservador, e finalmente bateu o socialista Lionel Jospin.

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Paris - O presidente francês, Nicolas Sarkozy , abre nesta segunda-feira uma intensa agenda política na qual está previsto que anuncie sua candidatura oficial à reeleição, com o objetivo de superar o atraso que acumula com relação ao socialista François Hollande, a pouco mais de dois meses do pleito.

O chefe de Estado desfruta estes dias de uma enorme atenção midiática, enquanto os meios de comunicação esperam que ele se torne candidato na quarta ou na próxima quinta-feira.

Será o momento de começar a superar a diferença com Hollande nas pesquisas, que em alguns casos chega a 20 pontos no provável segundo turno do dia 6 de maio.

No próximo domingo o partido conservador convocou o primeiro grande comício de campanha em Marselha, a segunda cidade do país, para mais de 7 mil pessoas.

Sarkozy apressa ao máximo sua entrada na campanha, mas a diferença com Hollande lhe obriga a avançar em duas semanas o anúncio, segundo o responsável de Estudos Políticos do Instituto BVA, Éric Bonnet.

'Quanto mais terreno tenha perdido, mais tempo precisará para recuperá-lo', disse o analista político à Agência Efe. Já o primeiro-ministro, François Fillon, disse em entrevista ao jornal 'Le Monde' que o resultado das eleições é disputado 'nas últimas três semanas'.

Sarkozy não esperou ser candidato para começar a debulhar algumas das linhas de seu programa, que estará bastante escorado na direita, com uma alta do imposto sobre a renda para reduzir as cargas dos empresários e uma 'revolução' da indenização por desemprego que condicionará que aqueles que estão parados façam cursos.

Além disso, Sarkozy se opõe ao casamento homossexual, à eutanásia e ao voto para os imigrantes legais nas eleições locais.

Para Bonnet, esta é 'uma tentativa para que as eleições não sejam um plebiscito sobre Sarkozy mas um duelo entre a esquerda e a direita'. 'Hollande lhe supera em todos os indicadores, inclusive no carisma, no qual Sarkozy ganhava sempre', afirma.


O comício do candidato socialista em Le Bourget no dia 26 supôs uma mudança em sua imagem, segundo o especialista, para quem considera que agora 'os franceses acham mais crível tramitar os temas que mais lhes interessam, que são os relacionados com a crise econômica'.

Nesse contexto, a única fonte onde Sarkozy pode buscar votos é entre os apoiadores da ultradireitista Marine Le Pen, que recebe mais de 15% das intenções de voto nas pesquisas.

A aposta já serviu a Sarkozy há cinco anos, quando conseguiu que 60% dos eleitores da Frente Nacional (FN) do primeiro turno lhe dessem apoio no segundo. 'As pesquisas atuais indicam que atualmente apenas um terço do eleitorado da FN está disposto a apoiar Sarkozy', acrescenta Bonnet.

'Os eleitores de centro-direita podem considerar que o melhor situado para ganhar a esquerda é o centrista François Bayrou', terceiro nas últimas eleições presidenciais com quase 20% dos votos e que agora as pesquisas colocam como quarto com 15%, afirma.

Em qualquer caso, Sarkozy tem diante de si a difícil tarefa de remontar pesquisas muito negativos, com uma taxa de popularidade muito baixa e uma crise econômica muito complexa.

A situação lembra a vivida em 1981 por Valéry Giscard d'Estaing, até agora o último presidente que concorreu à reeleição com todo o poder em suas mãos (a Presidência e o Governo) e o único que perdeu após a Segunda Guerra Mundial.

Mas a história eleitoral francesa também mostra algumas mudanças, como a de Jacques Chirac frente a Edouard Balladour em 1995, quando em fevereiro ele deu a volta nas pesquisas e acabou se impondo como candidato conservador, e finalmente bateu o socialista Lionel Jospin.

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