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Rússia retira tropas e pede que Ucrânia faça o mesmo

O presidente russo ordenou a retirada das tropas perto da fronteira com a Ucrânia e pediu a Kiev que retire os militares da região leste

O presidente russo, Vladimir Putin: em março, Moscou mobilizou até 40 mil homens (Mikhail Klimentyev/AFP)

O presidente russo, Vladimir Putin: em março, Moscou mobilizou até 40 mil homens (Mikhail Klimentyev/AFP)

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Da Redação

Publicado em 19 de maio de 2014 às 10h30.

Moscou - O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou nesta segunda-feira a retirada das tropas que realizavam manobras perto da fronteira com a Ucrânia e pediu a Kiev que retire "imediatamente" os militares da região leste pró-Moscou do país, anunciou o Kremlin.

"Vladimir Putin deu a ordem ao ministério da Defesa de devolver as tropas a suas guarnições [...] após a conclusão dos exercícios que exigiram seu deslocamento às regiões de Rostov, Belgorod e Briansk", afirma um comunicado do Kremlin, citado pelas agências russas.

Na Ucrânia, a "Rússia pede o fim imediato da operação de repressão e da violência, assim como a retirada das tropas e a solução de todos os problemas existentes por meios exclusivamente pacíficos", completa a nota do Kremlin, segundo a agência pública Ria-Novosti, em uma referência à operação "antiterrorista" iniciada pelo exército ucraniano em 13 de abril.

Segundo a ONU, quase 130 pessoas — soldados, separatistas e civis — morreram em atos de violência durante a operação.

"O presidente Vladimir Putin felicita os primeiros contatos entre Kiev e os partidários da federalização (da Ucrânia, que buscam estabelecer um diálogo direto no qual devem participar todas as partes envolvidas", afirma o Kremlin.

Após um primeiro encontro na quarta-feira passada em Kiev, sem qualquer avanço, os principais ministros do governo, incluindo dois ex-presidentes ucranianos, deputados e autoridades religiosas, se reuniram no sábado em Kharkiv.

Como da primeira vez, os insurgentes separatistas, chamados de "terroristas" por Kiev, não estavam representados e o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, rejeitou a ideia de federalismo.

Moscou, acusado pelo governo pró-Ocidente de Kiev de apoiar os separatistas no leste do país, respalda o princípio de uma reforma constitucional na Ucrânia que leve em consideração a vontade das regiões pró-Rússia do leste.

Os referendos organizados nestas regiões, denunciados por Kiev e pelos países ocidentais, deram uma vitória ampla ao desejo de independência.

A Rússia questiona a legitimidade da eleição presidencial de 25 de maio na Ucrânia, quando o governo ucraniano realiza uma operação armada que Moscou chama de "repressiva" contra os insurgentes separatistas.

Em março, Moscou mobilizou tropas — até 40.000 homens, segundo fontes ocidentais - sob o pretexto de manobras perto da fronteira ucraniana, o que provocou temores de uma invasão.

Putin afirmou na semana passada que os militares haviam recuado, mas o governo dos Estados Unidos afirmou que não tinha provas da movimentação.

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