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Rússia apresenta projeto de resolução sobre Síria no Conselho de Segurança

Diplomatas ocidentais assinalaram que o projeto não é suficientemente contundente contra o líder sírio

Churkin detalhou que o texto apresentado expressa a 'necessidade urgente de deter a violência, respeitar os direitos humanos e agilizar as reformas no país' (Paul Banks/AFP)
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Da Redação

Publicado em 15 de dezembro de 2011 às 18h21.

Nações Unidas - A Rússia apresentou nesta quinta-feira no Conselho de Segurança da ONU um projeto de resolução sobre a Síria, com pedidos de reformas políticas no regime do líder Bashar al-Assad e apelos ao fim da violência 'dos dois lados' do conflito civil no país, assim como o respeito aos direitos humanos.

'Achamos que o Conselho de Segurança deve agir', disse à imprensa o embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, que neste mês exerce a presidência do Conselho. Diplomatas ocidentais assinalaram que o projeto não é suficientemente contundente contra o líder sírio.

Churkin detalhou que o texto apresentado expressa a 'necessidade urgente de deter a violência, respeitar os direitos humanos e agilizar as reformas no país', ao tempo que respalda 'os esforços da Liga Árabe para solver a crise em colaboração com as autoridades sírias'.

'Precisamos aprovar uma resolução no Conselho que termine com a violência e a crise que atinge a Síria, e ajudar esse país a seguir o caminho das reformas políticas', indicou o embaixador russo, para quem o papel do órgão deve ser 'não o de exacerbar o conflito, mas o de apaziguá-lo'.

Nos nove meses de repressão na Síria, o Conselho foi incapaz de aprovar uma resolução de condenação a Damasco pela oposição da Rússia e China, que em outubro passado usaram o poder de veto no órgão para se opor a um texto apresentado pela França, Reino Unido, Alemanha e Portugal, com o apoio dos Estados Unidos.

O embaixador russo assinalou nesta ocasião que a resposta dos demais membros do Conselho de Segurança foi 'construtiva' e destacou seu desejo de obter acordos, uma vontade compartilhada pelos diplomatas ocidentais, que, no entanto, acusaram o projeto de resolução russo de ser 'totalmente insuficiente'.


Vários representantes dos países europeus do Conselho - os que mais pressionaram nos últimos meses para obter uma resposta do principal órgão de decisão da ONU sobre a situação na Síria - criticaram o texto russo por equiparar as autoridades de Damasco com os manifestantes. Mesmo assim, disseram que é possível usá-lo 'como base para negociar'.

'É um projeto de resolução insuficiente. Temos de dizer quem é responsável pela violência, que é o governo sírio. Não podemos pôr no mesmo nível as autoridades e os manifestantes', indicou à imprensa o embaixador alemão na ONU, Peter Wittig, após a reunião de emergência no Conselho.

O embaixador francês na ONU, Gérard Araud, aplaudiu a iniciativa russa, que classificou como 'acontecimento extraordinário', porque mostra que 'a Rússia decidiu abandonar sua inação' em relação ao caso da Síria.

'A Rússia sentiu nossa pressão e o peso da indignação', disse Araud, que considerou o projeto de resolução russo 'desequilibrado' e disse que o texto precisa de 'muitas mudanças'. Ainda assim, Araud destacou que a proposta servirá para negociar uma resolução final, um meio de tirar as negociações do impasse no Conselho.

'Temos de mostrar que a violência veio do regime sírio e que é o regime que matou milhares de manifestantes. Está claro que, após meses de violência, alguns manifestantes devolvem a violência, mas não podemos colocá-los no mesmo nível', acrescentou o diplomata francês.

O número de mortos pela repressão na Síria segue aumentando, como destacou nesta semana a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay. Ela disse no Conselho que o conflito já deixou 'mais de 5 mil mortos, entre eles mais de 300 menores'.

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'Achamos que o Conselho de Segurança deve agir', disse à imprensa o embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, que neste mês exerce a presidência do Conselho. Diplomatas ocidentais assinalaram que o projeto não é suficientemente contundente contra o líder sírio.

Churkin detalhou que o texto apresentado expressa a 'necessidade urgente de deter a violência, respeitar os direitos humanos e agilizar as reformas no país', ao tempo que respalda 'os esforços da Liga Árabe para solver a crise em colaboração com as autoridades sírias'.

'Precisamos aprovar uma resolução no Conselho que termine com a violência e a crise que atinge a Síria, e ajudar esse país a seguir o caminho das reformas políticas', indicou o embaixador russo, para quem o papel do órgão deve ser 'não o de exacerbar o conflito, mas o de apaziguá-lo'.

Nos nove meses de repressão na Síria, o Conselho foi incapaz de aprovar uma resolução de condenação a Damasco pela oposição da Rússia e China, que em outubro passado usaram o poder de veto no órgão para se opor a um texto apresentado pela França, Reino Unido, Alemanha e Portugal, com o apoio dos Estados Unidos.

O embaixador russo assinalou nesta ocasião que a resposta dos demais membros do Conselho de Segurança foi 'construtiva' e destacou seu desejo de obter acordos, uma vontade compartilhada pelos diplomatas ocidentais, que, no entanto, acusaram o projeto de resolução russo de ser 'totalmente insuficiente'.


Vários representantes dos países europeus do Conselho - os que mais pressionaram nos últimos meses para obter uma resposta do principal órgão de decisão da ONU sobre a situação na Síria - criticaram o texto russo por equiparar as autoridades de Damasco com os manifestantes. Mesmo assim, disseram que é possível usá-lo 'como base para negociar'.

'É um projeto de resolução insuficiente. Temos de dizer quem é responsável pela violência, que é o governo sírio. Não podemos pôr no mesmo nível as autoridades e os manifestantes', indicou à imprensa o embaixador alemão na ONU, Peter Wittig, após a reunião de emergência no Conselho.

O embaixador francês na ONU, Gérard Araud, aplaudiu a iniciativa russa, que classificou como 'acontecimento extraordinário', porque mostra que 'a Rússia decidiu abandonar sua inação' em relação ao caso da Síria.

'A Rússia sentiu nossa pressão e o peso da indignação', disse Araud, que considerou o projeto de resolução russo 'desequilibrado' e disse que o texto precisa de 'muitas mudanças'. Ainda assim, Araud destacou que a proposta servirá para negociar uma resolução final, um meio de tirar as negociações do impasse no Conselho.

'Temos de mostrar que a violência veio do regime sírio e que é o regime que matou milhares de manifestantes. Está claro que, após meses de violência, alguns manifestantes devolvem a violência, mas não podemos colocá-los no mesmo nível', acrescentou o diplomata francês.

O número de mortos pela repressão na Síria segue aumentando, como destacou nesta semana a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay. Ela disse no Conselho que o conflito já deixou 'mais de 5 mil mortos, entre eles mais de 300 menores'.

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