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Rússia anuncia adiamento das negociações sobre a Síria em Genebra

Segundo o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, negociações patrocinadas pela ONU "foram adiadas outra vez"

Sergey Lavrov: "A passividade dos nossos colegas da ONU é inaceitável" (Sean Gallup/Reuters)
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EFE

Publicado em 27 de janeiro de 2017 às 09h49.

Moscou - A nova rodada de negociações entre governo e oposição para tentar acabar com o conflito na Síria , convocada para o dia 8 de fevereiro, foi adiada, segundo anuncio feito nesta sexta-feira pelo ministro das Relações Exteriores da Rússia , Sergey Lavrov.

As negociações patrocinadas pela ONU "foram adiadas outra vez para o final do próximo mês", lamentou Lavrov, ao abrir em Moscou uma reunião com vários grupos opositores sírios.

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"A passividade dos nossos colegas da ONU, que desde abril do ano passado não realizaram nenhuma rodada de negociações, é inaceitável", disse o chefe da diplomacia russa, em uma crítica que parece apontar para o enviado especial da organização internacional para o conflito na Síria, Staffan de Mistura.

A reunião de Lavrov com os grupos políticos da oposição síria, cujo lançamento foi retransmitido ao vivo pela televisão russa, ocorre três dias depois da realização em Astana (Cazaquistão) - com pouco resultado -, um encontro entre representantes do governo de Damasco e dos grupos armados opositores.

O ministro russo, no entanto, destacou que a reunião na capital cazaque deve ser vista como "um passo importante para a solução (do conflito), já que agora participam do processo grupos armados que até agora não tomavam parte nos contatos com o governo nem nas negociações sobre o futuro da Síria".

A Coalizão Nacional Síria (CNFROS), principal aliança política opositora, se recusou a comparecer em Moscou para se reunir com Lavrov, da mesma forma que outros grupos políticos opositores que integram a Comissão Suprema para as Negociações (CSN) que representam a oposição no processo de Genebra.

"Tínhamos convidado representantes do 'grupo de Riad'. No início pareciam aceitar, mas, em seguida, argumentaram que queriam contactar conosco por conta própria, e não no contexto de toda oposição patriótica", disse Lavrov, em alusão aos grupos do CSN, formado em seu dia em um encontro na capital saudita.

O grupo de Riad, respaldado pelo Ocidente, "sempre colocou condições que deviam ser cumpridas para o início das negociações, apesar da resolução 2254 (da ONU, sobre a Síria) não contempla nenhum tipo de condições", acrescentou o ministro.

"Diziam que não podiam sentar e negociar enquanto seguissem os combates. Agora os combates cessaram, há uma trégua, e por isso não pode haver mais desculpas", advertiu.

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