Exame Logo

Reuniões da negociação nuclear não têm data para acabar

Negociações sobre o programa nuclear iraniano entraram neste sábado em sua terceira semana sem que haja sinais para um acord

Os líderes das grandes potências e do Irã durante as negociações sobre o programa nuclear iraniano, em Viena (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2015 às 19h02.

As negociações sobre o programa nuclear iraniano entraram neste sábado em sua terceira semana sem que haja sinais para um acordo rápido.

Teerã afirma que o processo não tem limite de tempo e Washington assegura que ainda restam ser resolvidas algumas questões difíceis.

Um dia depois do enésimo prolongamento das conversações, os principais atores da negociação, o secretário de Estado americano John Kerry e o chanceler iraniano Mohamad Javad Zarif se reuniram no palácio Coburg de Viena na presença da chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini.

"Ainda restam questões difíceis nas negociações para obter um acordo sobre o programa nuclear de Teerã", afirmou John Kerry em seu Twitter após um encontro de 90 minutos com o chanceler iraniano e a diplomata europeia, o último de uma longa série desde 27 de junho.

E poderá haver outros mais: apesar da advertência de Kerry, de que os diálogos não podem durar para sempre, um alto funcionário iraniano aludiu a uma extensão indefinida das negociações.

"Não temos um limite de tempo para chegar a um bom acordo", afirmou essa fonte.

Kerry se reuniu em seguida com os chanceleres francês, Laurent Fabius, e alemão, Frank-Walter Steinmeier.

Seu colega britânico, Philip Hammond, voltou a Viena depois de uma pausa de 24 horas, enquanto que os chefes da diplomacia russa e chinesa se ausentaram há vários dias e não é certo que estejam presentes à mesa de negociações.

Irã e o grupo 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha) buscam um acordo que assegure que o programa nuclear de Teerã não tenha fins militares, em troca de um alívio das duras sanções de que padece o país.

Depois de várias declarações cruzadas trocando acusações pelo estancamento das negociações, na sexta-feira Kerry chegou a dar algumas esperanças ao afirmar que alguns assuntos pendentes haviam sido resolvidos.

Depois de quase dois anos de negociações, esta última rodada de diálogos em Viena para chegar a um acordo histórico que termine com 13 anos de conflicto diplomático, avança a passos de tartaruga, refletindo a dificuldade para se atingir um acordo satisfatório para os dois lados.

Interesses

Entre os pontos de desacordo, se encontra a suspensão das sanções, que Teerã, apoiado por Moscou, exige que sejam imediatas. Os ocidentais consideram delicada esta exigência, especialmente a relativa ao fim do embargo de armas, pelas possíveis consequências que teria nos conflitos no Oriente Médio.

O grupo 5+1 exige que se dê acesso aos inspetores da Agência Internacional da Energia Atômica (AIEA) em caso de necessidade, algo que os iranianos se negam em bloco.

Por fim, os dois grupos negociadores discursam quanto à duração das cláusulas impostas a Teerã.

Para a analista Kelsey Davenport, do centro de estudos Arms Control Association, com sede em Washington, este não é o momento para endurecer posições.

"Este é um momento histórico e pode ter sérias repercussões se os negociadores falharem na hora de aproveitar esta oportunidade para chegar a um bom acordo", afirmou.

Veja também

As negociações sobre o programa nuclear iraniano entraram neste sábado em sua terceira semana sem que haja sinais para um acordo rápido.

Teerã afirma que o processo não tem limite de tempo e Washington assegura que ainda restam ser resolvidas algumas questões difíceis.

Um dia depois do enésimo prolongamento das conversações, os principais atores da negociação, o secretário de Estado americano John Kerry e o chanceler iraniano Mohamad Javad Zarif se reuniram no palácio Coburg de Viena na presença da chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini.

"Ainda restam questões difíceis nas negociações para obter um acordo sobre o programa nuclear de Teerã", afirmou John Kerry em seu Twitter após um encontro de 90 minutos com o chanceler iraniano e a diplomata europeia, o último de uma longa série desde 27 de junho.

E poderá haver outros mais: apesar da advertência de Kerry, de que os diálogos não podem durar para sempre, um alto funcionário iraniano aludiu a uma extensão indefinida das negociações.

"Não temos um limite de tempo para chegar a um bom acordo", afirmou essa fonte.

Kerry se reuniu em seguida com os chanceleres francês, Laurent Fabius, e alemão, Frank-Walter Steinmeier.

Seu colega britânico, Philip Hammond, voltou a Viena depois de uma pausa de 24 horas, enquanto que os chefes da diplomacia russa e chinesa se ausentaram há vários dias e não é certo que estejam presentes à mesa de negociações.

Irã e o grupo 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha) buscam um acordo que assegure que o programa nuclear de Teerã não tenha fins militares, em troca de um alívio das duras sanções de que padece o país.

Depois de várias declarações cruzadas trocando acusações pelo estancamento das negociações, na sexta-feira Kerry chegou a dar algumas esperanças ao afirmar que alguns assuntos pendentes haviam sido resolvidos.

Depois de quase dois anos de negociações, esta última rodada de diálogos em Viena para chegar a um acordo histórico que termine com 13 anos de conflicto diplomático, avança a passos de tartaruga, refletindo a dificuldade para se atingir um acordo satisfatório para os dois lados.

Interesses

Entre os pontos de desacordo, se encontra a suspensão das sanções, que Teerã, apoiado por Moscou, exige que sejam imediatas. Os ocidentais consideram delicada esta exigência, especialmente a relativa ao fim do embargo de armas, pelas possíveis consequências que teria nos conflitos no Oriente Médio.

O grupo 5+1 exige que se dê acesso aos inspetores da Agência Internacional da Energia Atômica (AIEA) em caso de necessidade, algo que os iranianos se negam em bloco.

Por fim, os dois grupos negociadores discursam quanto à duração das cláusulas impostas a Teerã.

Para a analista Kelsey Davenport, do centro de estudos Arms Control Association, com sede em Washington, este não é o momento para endurecer posições.

"Este é um momento histórico e pode ter sérias repercussões se os negociadores falharem na hora de aproveitar esta oportunidade para chegar a um bom acordo", afirmou.

Acompanhe tudo sobre:EnergiaEnergia nuclearInfraestruturaMeio ambiente

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame