Congresso: esta terça-feira marca o início de novo período de sessões do Congresso dos EUA, onde os republicanos mantêm sua maioria tanto na Câmara dos Representantes como no Senado (Saul Loeb/AFP)
EFE
Publicado em 3 de janeiro de 2017 às 15h45.
Washington - Os republicanos da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos votaram na segunda-feira a favor de restringir significativamente o poder do Escritório de Ética do Congresso (OCE), órgão independente que investiga as acusações de má conduta contra os legisladores e seu pessoal.
A votação, a portas fechadas e sem aviso prévio, aconteceu durante uma reunião na qual os principais líderes republicanos da Câmara Baixa, Paul Ryan e Kevin McCarthy, se opuseram à medida, que irá a voto hoje no plenário.
Esta terça-feira marca o início de novo período de sessões do Congresso dos EUA, onde os republicanos mantêm sua maioria tanto na Câmara dos Representantes como no Senado após as eleições legislativas de novembro.
A emenda, proposta pelo legislador Bob Goodlatte e adotada pelos republicanos na reunião da segunda-feira, coloca o OCE, agora independente, sob a jurisdição do Comitê de Ética da Câmara Baixa.
Desse modo, o papel de vigilância ética e investigação recai sobre os próprios legisladores, através desse Comitê de Ética da Câmara Baixa, acusado no passado de ignorar alegações críveis de atos ilícitos contra congressistas.
O OCE se estabeleceu como uma entidade não partidária e independente dentro do Congresso em 2008, sob a liderança da então presidente da Câmara Baixa, a democrata Nancy Pelosi, e após vários escândalos de corrupção e más práticas protagonizados por legisladores.
Em comunicado, Nancy denunciou que a votação a favor de debilitar o poder do OCE indica que "a ética é a primeira vítima do novo Congresso republicano".
Goodlatte, presidente do Comitê Judicial da Câmara Baixa, defendeu, por sua vez, que sua emenda não pretende "impedir" o trabalho da OCE.
Enquanto isso, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, recorreu ao Twitter, como de hábito, para questionar a emenda.
"Com todo o trabalho que tem o Congresso, eles realmente têm que fazer o enfraquecimento do Escritório de Ética, por mais injusto que seja, seu ato número um e prioridade? Concentrem-se na reforma tributária, na saúde e em tantas outras coisas de maior importância!"
O magnata finalizou seu tweet com as sigla "DTS", abreviatura de "Drain the Swamp" ("Drenar o pântano"), seu slogan de campanha contra a corrupção em referência ao mundo da política em Washington.