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Repressão na Síria mata 25 pessoas nas últimas 24 horas

Forças de segurança mataram quatro pessoas neste sábado em operações no noroeste da Síria

Reprodução de imagem publicada no site YouTube mostra funeral de manifestante morto por forças de segurança na Síria (AFP/Arquivo)

Reprodução de imagem publicada no site YouTube mostra funeral de manifestante morto por forças de segurança na Síria (AFP/Arquivo)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2011 às 17h33.

Damasco - As forças de segurança mataram quatro pessoas neste sábado em operações no noroeste da Síria, que se somam às 21 vítimas fatais da sexta-feira em manifestações sob o lema "antes a morte que a humilhação", segundo uma ONG e militantes.

"Dois homens morreram e outros cinco ficaram feridos em Maarrat Hormé, na região de Idleb, durante uma operação na qual participaram tanques e 50 ônibus que transportavam membros das forças de segurança", informaram os Comitês locais de coordenação (LCC), que encorajam as manifestações contra o regime.

Outro "militante político da cidade de Hama (centro) que se encontrava em Maarrat Hormé também morreu quando o exército abriu fogo contra os civis que observavam os militares que se retiravam do povoado", segundo o LCC.

O quarto óbito ocorreu durante uma operação das forças de segurança em Homs (centro), onde um manifestante ferido na véspera faleceu neste sábado.

De acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), a operação em Hama "ocorreu para perseguir pessoas procuradas (...), incluindo o procurador-geral (da cidade) Adnan el Bakkur", que renunciou para denunciar a repressão realizada pelo regime.

Estava prevista para este sábado a visita do presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Jakob Kellenberger, à Síria, onde permanecerá dois dias e se encontrará com o presidente Bashar al-Assad, indicou o CICV em um comunicado.

Quando Kellenberger esteve na Síria, em junho, o CICV concluiu um acordo que lhe fornecia "um amplo acesso às regiões de conflito" e solicitou às autoridades sírias que as equipes de ajuda humanitária pudessem visitar os detidos. Damasco afirmou na ocasião "estar disponível para discutir as modalidades e as condições" dessas visitas.

No comunicado divulgado neste sábado, a Cruz Vermelha afirma que "o objetivo das negociações que irão ocorrer na capital síria hoje (sábado) e amanhã (domingo) é examinar os progressos realizados nas duas questões desde junho" passado.

Na sexta-feira, os manifestantes foram novamente reprimidos, apesar das crescentes pressões internacionais contra o regime de Bashar al-Assad, em particular as sanções da Europa, que decretou um embargo sobre as importações de petróleo proveniente da Síria. No total, 21 civis foram mortos pelas forças de segurança, que dispararam para dispersar milhares de manifestantes que desafiavam o regime.


Nove manifestantes foram mortos na região de Damasco, nove na província de Hama e três na de Deir Ezzor (leste), indicou o OSDH.

Segundo a ONU, a violência no país já deixou ao menos 2.200 mortos desde meados de março, a maioria civis, e, de acordo com militantes, mais de 10 mil pessoas foram detidas.

De acordo com o governo americano, o embargo da União Europeia (UE) sobre o petróleo sírio, decidido na véspera, terá "um impacto direto" na capacidade do regime de financiar a repressão dos manifestantes.

A UE decretou na sexta-feira um embargo sobre as importações de petróleo sírio com a esperança de atingir economicamente o regime e convencê-lo a parar com a repressão. Os europeus não excluem endurecer ainda mais suas medidas contra o regime sírio.

"As vendas de petróleo são uma fonte chave de receitas e de moedas estrangeiras para o regime de (Bashar al) Assad", disse a porta-voz da diplomacia americana, Victoria Nuland, este sábado, em uma mensagem cumprimentando a decisão europeia.

Já a Rússia desaprovou o embargo, declarou o ministro russo de Relações Exteriores, Serguei Lavrov.

"Sempre sustentamos que as sanções unilaterais não produzem nada bom. Destroem a possiblidade de abordar de maneira concertada qualquer crise", disse este sábado Lavrov, citado pela agência Interfax, em declarações à imprensa em Dusambé, onde participa de uma cúpula regional.

"Somos contra as sanções unilaterais. Em geral, as sanções raras vezes solucionam algo", acrescentou.

A Rússia desaprova o embargo petroleiro imposto à Síria pela União Europeia, declarou neste sábado o ministro russo de Relações Exteriores, Serguei Lavrov.

"Sempre sustentamos que as sanções unilaterais não produzem nada bom. Destroem a possiblidade de abordar de maneira concertada qualquer crise", disse Lavrov, citado pela agência Interfax, em declarações à imprensa em Dusambé, onde participa de uma cúpula regional.

"Estamos contra as sanções unilaterais. Em geral, as sanções raras vezes solucionam algo", acrescentou.

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