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Relações dos EUA com Cuba melhoram, mas avanços são difíceis

Apesar do bom momento, Obama parece não querer ou não ser capaz de enfrentar o organizado lobby anti-Cuba e buscar novos progressos

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, cumprimenta, Raúl Castro, líder cubano, durante o funeral de Nelson Mandela, em dezembro de 2013 (Chip Somodevilla/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de fevereiro de 2014 às 15h53.

Miami/Havana - As relações dos Estados Unidos com Cuba estão no seu melhor momento em quase duas décadas, mas o presidente Barack Obama parece não querer ou não ser capaz de enfrentar o organizado lobby anti-Cuba e buscar novos progressos.

Obama sugeriu que mudanças estavam a caminho num evento em Miami em novembro, dizendo que "nós temos que ser criativos e temos que continuar atualizando as nossas políticas" em relação a Cuba. Mesmo assim, ele não usa os seus poderes executivos desde que diminuiu as restrições para viagens em janeiro de 2011.

Muitos especialistas avaliam que uma revisão fundamental na política sobre Cuba é há tempos necessária e que um maior envolvimento dos EUA poderia contribuir com as reformas econômicas sendo implementadas na ilha comunista desde que o presidente Raúl Castro substituiu o seu irmão, Fidel, em 2008.

O governo Obama afirma que primeiro Cuba precisa melhorar a situação dos direitos humanos e libertar o norte-americano Alan Gross, que foi condenado a 15 anos por tentar estabelecer uma rede de comunicação ilegal na ilha.

"Cuba tornaria as coisas muito mais fáceis se eles simplesmente libertassem Alan Gross", declarou uma autoridade norte-americana que conhece o tema de Cuba e pediu anonimato.

"Sempre que você mexe com a política sobre Cuba há uma oposição feroz de alguns parlamentares. Não há nunca um bom momento pra fazer as coisas, e não é claro se os benefícios superam os aspectos negativos", disse a autoridade.

Autoridades dos dois países disseram à Reuters que as relações bilaterais têm sido mais pragmáticas e sérias nos últimos meses. Cuba e EUA cooperaram nos temas de drogas, vazamento de óleo e imigração. Especialistas afirmam que as relações não são tão boas desde o primeiro mandato do presidente Bill Clinton nos anos 1990.

O principal problema é a prisão de Gross. Cuba não tem mostrado interesse em soltá-lo sem que primeiro os EUA tomem uma iniciativa como a libertação de agentes presos na Flórida em 1998 e condenados por espionagem.

Qualquer concessão provocaria os protestos do influente lobby anti-Castro, que exige mudanças no sistema de partido único cubano. Havana claramente quer melhorar as relações, mas não está fazendo concessões somente para agradar Washington.

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Miami/Havana - As relações dos Estados Unidos com Cuba estão no seu melhor momento em quase duas décadas, mas o presidente Barack Obama parece não querer ou não ser capaz de enfrentar o organizado lobby anti-Cuba e buscar novos progressos.

Obama sugeriu que mudanças estavam a caminho num evento em Miami em novembro, dizendo que "nós temos que ser criativos e temos que continuar atualizando as nossas políticas" em relação a Cuba. Mesmo assim, ele não usa os seus poderes executivos desde que diminuiu as restrições para viagens em janeiro de 2011.

Muitos especialistas avaliam que uma revisão fundamental na política sobre Cuba é há tempos necessária e que um maior envolvimento dos EUA poderia contribuir com as reformas econômicas sendo implementadas na ilha comunista desde que o presidente Raúl Castro substituiu o seu irmão, Fidel, em 2008.

O governo Obama afirma que primeiro Cuba precisa melhorar a situação dos direitos humanos e libertar o norte-americano Alan Gross, que foi condenado a 15 anos por tentar estabelecer uma rede de comunicação ilegal na ilha.

"Cuba tornaria as coisas muito mais fáceis se eles simplesmente libertassem Alan Gross", declarou uma autoridade norte-americana que conhece o tema de Cuba e pediu anonimato.

"Sempre que você mexe com a política sobre Cuba há uma oposição feroz de alguns parlamentares. Não há nunca um bom momento pra fazer as coisas, e não é claro se os benefícios superam os aspectos negativos", disse a autoridade.

Autoridades dos dois países disseram à Reuters que as relações bilaterais têm sido mais pragmáticas e sérias nos últimos meses. Cuba e EUA cooperaram nos temas de drogas, vazamento de óleo e imigração. Especialistas afirmam que as relações não são tão boas desde o primeiro mandato do presidente Bill Clinton nos anos 1990.

O principal problema é a prisão de Gross. Cuba não tem mostrado interesse em soltá-lo sem que primeiro os EUA tomem uma iniciativa como a libertação de agentes presos na Flórida em 1998 e condenados por espionagem.

Qualquer concessão provocaria os protestos do influente lobby anti-Castro, que exige mudanças no sistema de partido único cubano. Havana claramente quer melhorar as relações, mas não está fazendo concessões somente para agradar Washington.

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