Reino Unido estaria disposto a manter livre-circulação temporária
A possível disposição foi noticiada pela imprensa britânica, que diverge sobre o período certo durante o qual ela seria mantida
AFP
Publicado em 21 de julho de 2017 às 11h05.
Última atualização em 21 de julho de 2017 às 11h10.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, estaria disposta a garantir a livre-circulação dos europeus durante alguns anos após o Brexit - noticiou a imprensa britânica nesta sexta-feira (21).
Segundo o "Times", esse intervalo seria de dois anos, enquanto o jornal "The Guardian" sugeriu um período de três a quatro anos.
O ministro britânico das Finanças, Philip Hammond, teria o apoio de todos os ministros do governo para este projeto de acordo de transição que duraria dois anos após a saída do bloco prevista para 2019, acrescentou o "Times", citando uma "fonte próxima às negociações".
Já o "Guardian", que menciona uma fonte do gabinete do governo, diz que a ideia de liberdade de movimento poderia se estender por quatro anos após o Brexit.
"Se você perguntar às empresas quando querem ver a conclusão deste acordo, elas vão dizer amanhã", disse a fonte.
Manter a liberdade de movimento permitiria que as empresas britânicas conservassem um acesso ao mercado único europeu durante um período de transição, o que é exigido pela principal organização patronal do Reino Unido, o CBI.
Na quinta-feira (20), a dirigente do CBI, Carolyn Fairbairn, e outras lideranças econômicas foram recebidas por Theresa May em Downing Street.
"A primeira-ministra reiterou o objetivo global do governo de conseguir uma saída ordenada, que resulte em um acordo de livre-comércio global com a UE, incorporando um período de implementação para evitar uma ruptura abrupta", indicou um porta-voz de Downing Street.
Em Bruxelas, o negociador europeu para o Brexit, Michel Barnier, pediu a Londres esclarecimentos sobre sua posição a respeito da "fatura" do divórcio e em relação aos direitos dos cidadãos, após quatro dias de negociações.
Seu colega britânico, David Davis, evocou discussões "robustas, mas construtivas".
"Nós ainda precisamos discutir muitas coisas", acrescentou.
A próxima sessão de negociação está prevista para o final de agosto.