Rebeldes sírios lançam ataque para romper cerco a Aleppo
Mais violento do que de costume, o ataque se concentrou nas escolas de artilharia e de armamento que ficam ao sudoeste da cidade
Da Redação
Publicado em 5 de agosto de 2016 às 18h15.
Os extremistas e seus aliados rebeldes lançaram, nesta sexta-feira (5), um potente ataque contra uma academia militar ao sul de Aleppo com o objetivo de romper o cerco imposto pelo governo aos bairros insurgentes dessa cidade.
Mais violento do que de costume, o ataque se concentrou nas escolas de artilharia e de armamento que ficam ao sudoeste de Aleppo.
As informações divulgadas por seus protagonistas sobre a batalha são contraditórias, porém, e a televisão oficial chegou a anunciar o "fracasso" dos agressores.
"Os rebeldes assumiram o controle de várias partes dessas escolas, mas o Exército lançou uma contraofensiva con cobertura aérea para expulsá-los", afirmou o diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahman.
Dividida desde 2012 entre os bairros rebeldes, a leste, e bairros pró-governo, a oeste, Aleppo é uma peça-chave no conflito. Sua tomada pelo poder poderia significar o fim da rebelião.
"Se os rebeldes conseguirem tomar o controle dessas escolas, podem bloquear a estrada de abastecimento dos bairros do oeste" quase sitiados por setores nas mãos dos insurgentes, disse Abdel Rahman.
Os rebeldes tentam conquistar o bairro de Ramussa "para romper o cerco dos bairros rebeldes", imposto desde 17 de julho passado pelas forças pró-governo, completou.
"Batalha de vida ou morte"
"É uma batalha de vida, ou morte, para o regime" e seu aliado russo, acrescentou o diretor do OSDH.
A televisão oficial classificou de "fracasso" o ataque contra a academia militar e relatou que há centenas de mortos entre as fileiras inimigas.
Em 31 de julho, os rebeldes ajudados pelos grupo extremista Fatah al-Sham (ex-Frente al-Nosra que renunciou à sua filiação com a Al-Qaeda) iniciaram ao sul de Aleppo uma retaliação para romper o cerco imposto pelo governo.
Em uma mensagem de áudio divulgada em extremistas, Abu Mohammad al-Jolani, o líder da Frente Fateh al-Sham, disse estar confiante na vitória.
"Deus proverá uma vitória gloriosa para nossos combatentes, que vão quebrar o cerco de Aleppo", afirma na mensagem. "O resultado da batalha será muito maior do que um levantamento do cerco. Ela vai mudar o equilíbrio de forças e preparar um novo capítulo na guerra", ressalta.
Até agora, contudo, o caminho não foi traçado. Depois de conseguir recuperar algumas áreas, os rebeldes perderam terreno para o Exército, que tem o apoio de combatentes iranianos e do Hezbollah libanês, assim como Força Aérea russa.
Ainda segundo o OSDH, os ataques aéreos "mataram dez civis, entre eles sete crianças, no setor". Além disso, acrescentou a mesma fonte, três civis, incluindo dois menores, morreram em bombardeios rebeldes no bairro de Hamadaniye.
No total, desde 31 de julho, pelo menos 112 civis, entre eles 33 crianças, morreram nos bombardeios em Aleppo, segundo o OSDH.
Na quinta-feira (4), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, criticou Moscou por seu apoio militar ao regime sírio.
"Eu não tenho certeza de que podemos confiar na Rússia e em Vladimir Putin, e é por isso que devemos avaliar se podemos, ou não, obter uma real cessação das hostilidades" na Síria, disse ele.
Avanço curdo em Manbij
Em resposta a essas declarações, o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Riabkov, afirmou que os Estados Unidos têm de se comportar de maneira "honesta" e "responsável", se quiserem restabelecer a confiança entre ambos os países.
Cerca de 60 km a nordeste de Aleppo, combatentes árabes e curdos reunidos nas Forças Democráticas da Síria (FDS) continuavam a avançar em Minbej, um reduto do grupo Estado Islâmico (EI), com apoio aéreo da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.
De acordo com o OSDH, as FDS agora controlam 70% da cidade sitiada que elas tentam recuperar desde 31 de maio.
"Nos setores nas mãos dos 'jihadistas', há muita população civil que é usada como escudo humano", alertou Abdel Rahman.
Manbij era a principal rota de abastecimento do EI, entre a fronteira turca e Raqqa, a capital dos extremistas na Síria, situada mais ao leste.
Desde sua deflagração em 2011, após a sangrenta repressão a manifestações pacíficas pró-reformas, a guerra na Síria deixou mais de 280.000 mortos e milhões de deslocados.
Os extremistas e seus aliados rebeldes lançaram, nesta sexta-feira (5), um potente ataque contra uma academia militar ao sul de Aleppo com o objetivo de romper o cerco imposto pelo governo aos bairros insurgentes dessa cidade.
Mais violento do que de costume, o ataque se concentrou nas escolas de artilharia e de armamento que ficam ao sudoeste de Aleppo.
As informações divulgadas por seus protagonistas sobre a batalha são contraditórias, porém, e a televisão oficial chegou a anunciar o "fracasso" dos agressores.
"Os rebeldes assumiram o controle de várias partes dessas escolas, mas o Exército lançou uma contraofensiva con cobertura aérea para expulsá-los", afirmou o diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahman.
Dividida desde 2012 entre os bairros rebeldes, a leste, e bairros pró-governo, a oeste, Aleppo é uma peça-chave no conflito. Sua tomada pelo poder poderia significar o fim da rebelião.
"Se os rebeldes conseguirem tomar o controle dessas escolas, podem bloquear a estrada de abastecimento dos bairros do oeste" quase sitiados por setores nas mãos dos insurgentes, disse Abdel Rahman.
Os rebeldes tentam conquistar o bairro de Ramussa "para romper o cerco dos bairros rebeldes", imposto desde 17 de julho passado pelas forças pró-governo, completou.
"Batalha de vida ou morte"
"É uma batalha de vida, ou morte, para o regime" e seu aliado russo, acrescentou o diretor do OSDH.
A televisão oficial classificou de "fracasso" o ataque contra a academia militar e relatou que há centenas de mortos entre as fileiras inimigas.
Em 31 de julho, os rebeldes ajudados pelos grupo extremista Fatah al-Sham (ex-Frente al-Nosra que renunciou à sua filiação com a Al-Qaeda) iniciaram ao sul de Aleppo uma retaliação para romper o cerco imposto pelo governo.
Em uma mensagem de áudio divulgada em extremistas, Abu Mohammad al-Jolani, o líder da Frente Fateh al-Sham, disse estar confiante na vitória.
"Deus proverá uma vitória gloriosa para nossos combatentes, que vão quebrar o cerco de Aleppo", afirma na mensagem. "O resultado da batalha será muito maior do que um levantamento do cerco. Ela vai mudar o equilíbrio de forças e preparar um novo capítulo na guerra", ressalta.
Até agora, contudo, o caminho não foi traçado. Depois de conseguir recuperar algumas áreas, os rebeldes perderam terreno para o Exército, que tem o apoio de combatentes iranianos e do Hezbollah libanês, assim como Força Aérea russa.
Ainda segundo o OSDH, os ataques aéreos "mataram dez civis, entre eles sete crianças, no setor". Além disso, acrescentou a mesma fonte, três civis, incluindo dois menores, morreram em bombardeios rebeldes no bairro de Hamadaniye.
No total, desde 31 de julho, pelo menos 112 civis, entre eles 33 crianças, morreram nos bombardeios em Aleppo, segundo o OSDH.
Na quinta-feira (4), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, criticou Moscou por seu apoio militar ao regime sírio.
"Eu não tenho certeza de que podemos confiar na Rússia e em Vladimir Putin, e é por isso que devemos avaliar se podemos, ou não, obter uma real cessação das hostilidades" na Síria, disse ele.
Avanço curdo em Manbij
Em resposta a essas declarações, o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Riabkov, afirmou que os Estados Unidos têm de se comportar de maneira "honesta" e "responsável", se quiserem restabelecer a confiança entre ambos os países.
Cerca de 60 km a nordeste de Aleppo, combatentes árabes e curdos reunidos nas Forças Democráticas da Síria (FDS) continuavam a avançar em Minbej, um reduto do grupo Estado Islâmico (EI), com apoio aéreo da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.
De acordo com o OSDH, as FDS agora controlam 70% da cidade sitiada que elas tentam recuperar desde 31 de maio.
"Nos setores nas mãos dos 'jihadistas', há muita população civil que é usada como escudo humano", alertou Abdel Rahman.
Manbij era a principal rota de abastecimento do EI, entre a fronteira turca e Raqqa, a capital dos extremistas na Síria, situada mais ao leste.
Desde sua deflagração em 2011, após a sangrenta repressão a manifestações pacíficas pró-reformas, a guerra na Síria deixou mais de 280.000 mortos e milhões de deslocados.