Exame Logo

Quem é o “Super Mario”, o novo presidente do BCE

Italiano Mario Draghi assume o Banco Central Europeu a partir de terça-feira

Draghi terá a sua primeira decisão de política monetária nesta quinta-feira (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2011 às 14h54.

São Paulo – O italiano Mario Draghi assume na próxima terça-feira o comando do Banco Central Europeu (BCE) em meio à maior crise já vivida pela região desde que a moeda única começou a circular em 2002. O perfil do “Super Mario” ainda não está muito claro para o mercado financeiro.

O substituto de Jean-Claude Trichet, o francês que comandou a autoridade monetária da zona do euro por oito anos, serviu como ministro das finanças da Itália quando o país foi expulso do predecessor da zona do euro, o Mecanismo Europeu de Taxas de Câmbio na década de 1990. A Itália vivia uma situação parecida com a da Grécia e quase foi à falência.

Ele é conhecido na Itália como “Super Mario” por ter evitado a quebra do seu país naquela ocasião. Draghi comandou um dos maiores planos de privatização da história da Europa e abriu o caminho para a entrada no euro. Depois disso, prestou consultoria por muitos anos para ajudar países e fundos de pensão a lidar melhor com os passivos e dívidas usando instrumentos de derivativos financeiros.

Os críticos chegam ao ponto de argumentar que ele é um dos responsáveis por “maquiar” as finanças públicas da Grécia e da Itália, antes de serem aceitos no clube do euro.

A primeira reunião

O atual presidente do BCE se orgulha em dizer que conseguiu manter a região estável por oito anos com o controle de preços. Trichet agiu com cautela durante a crise e manteve o juro em 1,5% ao ano. A mudança mais recente foi uma elevação de 25 pontos-base no último dia 7 de julho. É o único grande Banco Central do mundo que ainda não está com a taxa perto de zero, como nos casos dos EUA (0-0,25%), Japão (0-0,1%) e Inglaterra (0,5%).


Porém Trichet não ficou parado e anunciou a entrada no mercado de títulos soberanos com um programa de compra da dívida dos países com problemas financeiros como a Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha e Itália. A contribuição do banco para a solução da crise, contudo, acaba por aí. Sob esse ponto de vista, o BCE é mais um que torce para que os líderes políticos da região encontrem logo uma solução convincente para a crise.

Draghi, entretanto, pode ajudar a mudar essa história. O italiano tem já nesta quinta-feira a sua primeira decisão de política monetária. “Sentimos que o BCE irá cortar o juro, mas isso é uma projeção difícil por ser o primeiro encontro de Draghi como presidente e ele pode não querer cortar o juro logo na primeira oportunidade sob o medo de ser julgado como leniente com a inflação”, destaca Steve Barrow, analista do Standard Bank em um relatório.

Dois lados

As declarações recentes de diretores de BCs da Europa escancaram a incerteza sobre os rumos do novo piloto do BCE. Um deles disse ao The New York Times que Draghi optaria por reduzir o programa de compra de títulos soberanos dos países da região.

Outro líder, contudo, pensa o contrário. Segundo ele, o italiano estaria disposto a usar todas ferramentas possíveis para ajudar na solução da crise. A primeira pista sobre essa versão 2.0 do Super Mario pode vir nesta quinta-feira, data da reunião de política monetária.

Veja também

São Paulo – O italiano Mario Draghi assume na próxima terça-feira o comando do Banco Central Europeu (BCE) em meio à maior crise já vivida pela região desde que a moeda única começou a circular em 2002. O perfil do “Super Mario” ainda não está muito claro para o mercado financeiro.

O substituto de Jean-Claude Trichet, o francês que comandou a autoridade monetária da zona do euro por oito anos, serviu como ministro das finanças da Itália quando o país foi expulso do predecessor da zona do euro, o Mecanismo Europeu de Taxas de Câmbio na década de 1990. A Itália vivia uma situação parecida com a da Grécia e quase foi à falência.

Ele é conhecido na Itália como “Super Mario” por ter evitado a quebra do seu país naquela ocasião. Draghi comandou um dos maiores planos de privatização da história da Europa e abriu o caminho para a entrada no euro. Depois disso, prestou consultoria por muitos anos para ajudar países e fundos de pensão a lidar melhor com os passivos e dívidas usando instrumentos de derivativos financeiros.

Os críticos chegam ao ponto de argumentar que ele é um dos responsáveis por “maquiar” as finanças públicas da Grécia e da Itália, antes de serem aceitos no clube do euro.

A primeira reunião

O atual presidente do BCE se orgulha em dizer que conseguiu manter a região estável por oito anos com o controle de preços. Trichet agiu com cautela durante a crise e manteve o juro em 1,5% ao ano. A mudança mais recente foi uma elevação de 25 pontos-base no último dia 7 de julho. É o único grande Banco Central do mundo que ainda não está com a taxa perto de zero, como nos casos dos EUA (0-0,25%), Japão (0-0,1%) e Inglaterra (0,5%).


Porém Trichet não ficou parado e anunciou a entrada no mercado de títulos soberanos com um programa de compra da dívida dos países com problemas financeiros como a Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha e Itália. A contribuição do banco para a solução da crise, contudo, acaba por aí. Sob esse ponto de vista, o BCE é mais um que torce para que os líderes políticos da região encontrem logo uma solução convincente para a crise.

Draghi, entretanto, pode ajudar a mudar essa história. O italiano tem já nesta quinta-feira a sua primeira decisão de política monetária. “Sentimos que o BCE irá cortar o juro, mas isso é uma projeção difícil por ser o primeiro encontro de Draghi como presidente e ele pode não querer cortar o juro logo na primeira oportunidade sob o medo de ser julgado como leniente com a inflação”, destaca Steve Barrow, analista do Standard Bank em um relatório.

Dois lados

As declarações recentes de diretores de BCs da Europa escancaram a incerteza sobre os rumos do novo piloto do BCE. Um deles disse ao The New York Times que Draghi optaria por reduzir o programa de compra de títulos soberanos dos países da região.

Outro líder, contudo, pensa o contrário. Segundo ele, o italiano estaria disposto a usar todas ferramentas possíveis para ajudar na solução da crise. A primeira pista sobre essa versão 2.0 do Super Mario pode vir nesta quinta-feira, data da reunião de política monetária.

Acompanhe tudo sobre:BCECâmbioEuroEuropaMoedasUnião Europeia

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame