Exame Logo

Quarteto busca salvar processo de paz Israel-Palestina

OLP insistiu que, antes de retomar o contato direto, Israel deve interromper a construção dos assentamentos judaicos em territórios palestinos

A iniciativa determinava às partes que conseguissem um acordo de paz até o fim de 2012 (Chris Hondros/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de outubro de 2011 às 17h51.

Jerusalém - Representantes do Quarteto para o Oriente Médio buscaram nesta quarta-feira levar israelenses e palestinos de volta à mesa das negociações em reuniões separadas em Jerusalém, mas tudo parece indicar que as partes continuam inflexíveis em relação a suas posturas.

O enviado especial do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, Yitzhak Molcho, se reuniu pela tarde com os representantes do Quarteto em Jerusalém, em um encontro que se prolongou durante mais de duas horas, informou em mensagem o Gabinete do Estado judaico.

As partes abordaram os esforços "de acordo ao marco estabelecido pelo Quarteto para retomar as conversas incondicional prévias", reza a mensagem.

Já a parte palestina havia informado que sua delegação, liderada pelo negociador-chefe Saeb Erekat, se reuniu pela tarde com os delegados do Quarteto - grupo integrado pelos Estados Unidos, União Europeia (UE), ONU e Rússia - na sede da ONU em Jerusalém Oriental.


Compareceram à reunião o enviado especial do Quarteto, Tony Blair, o enviado americano David Hale, Helga Schmid em representação da UE, Robert Serry por parte da ONU e um representante russo, segundo a edição online do jornal "The Jerusalem Post".

Os esforços para que as partes retomem o diálogo ocorrem um mês depois do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, solicitar a adesão da ANP à ONU na condição de Estado de plenos direitos, tendo como território as fronteiras anteriores à Guerra dos Seis dias, de 1967, e a capital em Jerusalém Oriental.

Na ocasião, o Quarteto promoveu esforços para a retomada das negociações. A iniciativa determinava às partes que conseguissem um acordo de paz até o fim de 2012.

Ao término do encontro com os delegados do Quarteto, Erekat destacou que não se opõe ao diálogo com Israel, mas que as conversas devem ser genuínas e não podem ser usadas para desviar o foco contra a política colonizadora israelense.


"Não temos problema com o diálogo, mas deve ser significativo e não deve servir para dissimular a colonização de Israel sobre nossa terra", declarou o negociador-chefe palestino, Saeb Erekat, em comunicado após o encontro.

A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) insistiu que, antes de retomar o contato direto, Israel deve interromper a construção dos assentamentos judaicos em territórios palestinos e aceitar termos de referência claros, mais especificamente as fronteiras de 1967.

Erekat confirmou que entregou ao Quarteto uma carta em nome do Comitê Executivo da OLP, na qual solicita apoio para que Israel implemente os compromissos de um acordo sobre presos obtido em 2008 entre o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, e o então primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert.

Em linha com as declarações de dirigentes palestinos nos últimos dias, Erekat afirmou que a comunidade internacional deve explicar quais fórmulas práticas estão sendo cogitadas para o sucesso de futuras rodadas de negociações.


Enquanto isso, nenhuma das partes parece oferecer detalhes sobre que novos planos do Quarteto, mas o enviado do grupo ao Oriente Médio, Tony Blair, pediu no domingo a israelenses e palestinos que mostrem "claros compromissos de que podem elaborar propostas globais sobre fronteiras e segurança no prazo de 90 dias".

Já o porta-voz do primeiro-ministro israelense para a imprensa estrangeira, Mark Regev, reiterou nesta quarta-feira que seu país defende "um imediato reatamento das negociações diretas, mas sem condições prévias".

Sobre o papel que deveria desempenhar o Quarteto para levar adiante o processo, o porta-voz israelense ressaltou que "a mensagem da comunidade internacional aos palestinos deve ser clara e inequívoca: chega de jogos e desculpas, é hora de voltar às conversas de paz".

Regev garantiu que o Executivo de Netanyahu está preparado para abordar todos os assuntos fundamentais do conflito na mesa de negociações, como refugiados, Jerusalém, fronteiras, segurança e assentamentos.


Sobre se o Governo israelense estaria disposto a declarar novas interrupções na construção nos assentamentos para facilitar o retorno ao diálogo, o porta-voz manifestou que medidas de confiança mútuas poderiam ser analisadas.

"Estamos dispostos no marco de um processo de paz a realizar medidas para construir a confiança das duas partes destinadas a reforçar o processo", declarou.

Veja também

Jerusalém - Representantes do Quarteto para o Oriente Médio buscaram nesta quarta-feira levar israelenses e palestinos de volta à mesa das negociações em reuniões separadas em Jerusalém, mas tudo parece indicar que as partes continuam inflexíveis em relação a suas posturas.

O enviado especial do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, Yitzhak Molcho, se reuniu pela tarde com os representantes do Quarteto em Jerusalém, em um encontro que se prolongou durante mais de duas horas, informou em mensagem o Gabinete do Estado judaico.

As partes abordaram os esforços "de acordo ao marco estabelecido pelo Quarteto para retomar as conversas incondicional prévias", reza a mensagem.

Já a parte palestina havia informado que sua delegação, liderada pelo negociador-chefe Saeb Erekat, se reuniu pela tarde com os delegados do Quarteto - grupo integrado pelos Estados Unidos, União Europeia (UE), ONU e Rússia - na sede da ONU em Jerusalém Oriental.


Compareceram à reunião o enviado especial do Quarteto, Tony Blair, o enviado americano David Hale, Helga Schmid em representação da UE, Robert Serry por parte da ONU e um representante russo, segundo a edição online do jornal "The Jerusalem Post".

Os esforços para que as partes retomem o diálogo ocorrem um mês depois do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, solicitar a adesão da ANP à ONU na condição de Estado de plenos direitos, tendo como território as fronteiras anteriores à Guerra dos Seis dias, de 1967, e a capital em Jerusalém Oriental.

Na ocasião, o Quarteto promoveu esforços para a retomada das negociações. A iniciativa determinava às partes que conseguissem um acordo de paz até o fim de 2012.

Ao término do encontro com os delegados do Quarteto, Erekat destacou que não se opõe ao diálogo com Israel, mas que as conversas devem ser genuínas e não podem ser usadas para desviar o foco contra a política colonizadora israelense.


"Não temos problema com o diálogo, mas deve ser significativo e não deve servir para dissimular a colonização de Israel sobre nossa terra", declarou o negociador-chefe palestino, Saeb Erekat, em comunicado após o encontro.

A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) insistiu que, antes de retomar o contato direto, Israel deve interromper a construção dos assentamentos judaicos em territórios palestinos e aceitar termos de referência claros, mais especificamente as fronteiras de 1967.

Erekat confirmou que entregou ao Quarteto uma carta em nome do Comitê Executivo da OLP, na qual solicita apoio para que Israel implemente os compromissos de um acordo sobre presos obtido em 2008 entre o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, e o então primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert.

Em linha com as declarações de dirigentes palestinos nos últimos dias, Erekat afirmou que a comunidade internacional deve explicar quais fórmulas práticas estão sendo cogitadas para o sucesso de futuras rodadas de negociações.


Enquanto isso, nenhuma das partes parece oferecer detalhes sobre que novos planos do Quarteto, mas o enviado do grupo ao Oriente Médio, Tony Blair, pediu no domingo a israelenses e palestinos que mostrem "claros compromissos de que podem elaborar propostas globais sobre fronteiras e segurança no prazo de 90 dias".

Já o porta-voz do primeiro-ministro israelense para a imprensa estrangeira, Mark Regev, reiterou nesta quarta-feira que seu país defende "um imediato reatamento das negociações diretas, mas sem condições prévias".

Sobre o papel que deveria desempenhar o Quarteto para levar adiante o processo, o porta-voz israelense ressaltou que "a mensagem da comunidade internacional aos palestinos deve ser clara e inequívoca: chega de jogos e desculpas, é hora de voltar às conversas de paz".

Regev garantiu que o Executivo de Netanyahu está preparado para abordar todos os assuntos fundamentais do conflito na mesa de negociações, como refugiados, Jerusalém, fronteiras, segurança e assentamentos.


Sobre se o Governo israelense estaria disposto a declarar novas interrupções na construção nos assentamentos para facilitar o retorno ao diálogo, o porta-voz manifestou que medidas de confiança mútuas poderiam ser analisadas.

"Estamos dispostos no marco de um processo de paz a realizar medidas para construir a confiança das duas partes destinadas a reforçar o processo", declarou.

Acompanhe tudo sobre:IsraelOriente MédioPalestina

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame