Promotor turco destituído denuncia ameaças de Erdogan
Um dos promotores turcos que liderou investigação sobre o caso de corrupção que atinge o governo disse que recebeu ameaças do primeiro-ministro
Da Redação
Publicado em 9 de janeiro de 2014 às 08h02.
Ancara - Zekeriya Öz, um dos promotores turcos que liderou, antes de ser substituído, a investigação sobre o caso de corrupção que atinge o governo turco, disse que recebeu ameaças do primeiro-ministro, Recep Tayyp Erdogan , que por sua vez qualificou as acusações de "calúnias".
Öz denunciou que dois antigos altos funcionários do setor judiciário transmitiram a ele uma mensagem de Erdogan dizendo que o promotor seria prejudicado se não interrompesse suas investigações.
"Essas duas pessoas que conheci em um hotel em Bursa (cidade turca) me disseram que o primeiro-ministro estava zangado comigo, que eu devia escrever uma carta pedindo desculpas e terminar a investigação imediatamente ou sairia prejudicado", disse o promotor em um comunicado divulgado nesta quinta-feira.
Öz, considerado na Turquia durante anos como o "Di Pietro turco", em referência ao famoso promotor antimáfia italiano, foi destituído recentemente do cargo de vice-promotor chefe de Istambul e relegado a um posto de pouca relevância e, além disso, abriu-se uma investigação interna contra ele.
O promotor contou que respondeu aos dois funcionários que o pior que podia ocorrer com ele era a morte e que não temia esta possibilidade.
Erdogan, que está realizando uma viagem pela Ásia, afirmou em comunicado que "as declarações não são mais que mentiras e calúnias" e negou ter enviado ameaças.
Desde que a Promotoria de Istambul ordenou a detenção em meados de dezembro de importantes personalidades vinculadas ao partido islamita no governo acusadas de corrupção e suborno, mais de 1.700 policiais, entre eles quase uma centena de altos comandantes, além de vários promotores, foram cassados, substituídos ou transferidos.
As detenções de dezembro estão relacionadas a um esquema de corrupção em licitações de obras públicas e forçaram uma ampla remodelação, com quatro demissões, do governo liderado por Erdogan desde 2002.
Grande parte dos analistas concorda que o que ocorre na Turquia é uma queda de braço entre Erdogan e seguidores do pregador islâmico Fethullah Gülen, exilado nos Estados Unidos e que passou em poucos meses de aliado do governo a seu principal inimigo.
Os seguidores de Gülen são especialmente influentes no setor judiciário e a na polícia e foram justamente esses membros o alvo do recente expurgo.
Ancara - Zekeriya Öz, um dos promotores turcos que liderou, antes de ser substituído, a investigação sobre o caso de corrupção que atinge o governo turco, disse que recebeu ameaças do primeiro-ministro, Recep Tayyp Erdogan , que por sua vez qualificou as acusações de "calúnias".
Öz denunciou que dois antigos altos funcionários do setor judiciário transmitiram a ele uma mensagem de Erdogan dizendo que o promotor seria prejudicado se não interrompesse suas investigações.
"Essas duas pessoas que conheci em um hotel em Bursa (cidade turca) me disseram que o primeiro-ministro estava zangado comigo, que eu devia escrever uma carta pedindo desculpas e terminar a investigação imediatamente ou sairia prejudicado", disse o promotor em um comunicado divulgado nesta quinta-feira.
Öz, considerado na Turquia durante anos como o "Di Pietro turco", em referência ao famoso promotor antimáfia italiano, foi destituído recentemente do cargo de vice-promotor chefe de Istambul e relegado a um posto de pouca relevância e, além disso, abriu-se uma investigação interna contra ele.
O promotor contou que respondeu aos dois funcionários que o pior que podia ocorrer com ele era a morte e que não temia esta possibilidade.
Erdogan, que está realizando uma viagem pela Ásia, afirmou em comunicado que "as declarações não são mais que mentiras e calúnias" e negou ter enviado ameaças.
Desde que a Promotoria de Istambul ordenou a detenção em meados de dezembro de importantes personalidades vinculadas ao partido islamita no governo acusadas de corrupção e suborno, mais de 1.700 policiais, entre eles quase uma centena de altos comandantes, além de vários promotores, foram cassados, substituídos ou transferidos.
As detenções de dezembro estão relacionadas a um esquema de corrupção em licitações de obras públicas e forçaram uma ampla remodelação, com quatro demissões, do governo liderado por Erdogan desde 2002.
Grande parte dos analistas concorda que o que ocorre na Turquia é uma queda de braço entre Erdogan e seguidores do pregador islâmico Fethullah Gülen, exilado nos Estados Unidos e que passou em poucos meses de aliado do governo a seu principal inimigo.
Os seguidores de Gülen são especialmente influentes no setor judiciário e a na polícia e foram justamente esses membros o alvo do recente expurgo.