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Projeto converte tweets de Donald Trump em doações sociais

O projeto "Make Tweets Great Again" assegura ter uma solução para a "obsessão de tuitar pensamentos sem filtro" do presidente

Donald Trump: o presidente não deixou de utilizar sua conta pessoal no Twitter para lançar suas opiniões e disparar contra seus rivais (Kevin Lamarque/Reuters)
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EFE

Publicado em 6 de abril de 2017 às 10h20.

Nova York - Para cada tweet do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , uma doação em favor dos direitos civis: assim é o dia a dia de um projeto social na internet cujo objetivo é traduzir a constante atividade do governante nas redes sociais para linguagem da solidariedade.

"Façamos os tweets grandes de novo ("Make Tweets Great Again")" é o nome desta iniciativa, que reinventa o conhecido lema eleitoral de Trump para "transformar uma ação negativa em uma reação positiva", explicou à Agência Efe seu criador, o engenheiro Aaron Brocken.

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O projeto, cujo logotipo adota em tom humorístico o boné que Trump usou em muitos de seus comícios, assegura ter uma solução para a "obsessão de tuitar pensamentos sem filtro" do presidente.

O site permite que seus usuários engajem-se em uma causa e "forneçam dinheiro por cada tweet de Donald Trump, para que vá a organizações que combatem as coisas que ele faz", detalhou Brocker, que lançou o projeto no início de março.

Desde então, o presidente americano publicou 145 mensagens no Twitter e os participantes se comprometeram a doar US$ 1,8 mil à União para as Liberdades Civis na América (ACLU), o grupo defensor dos direitos civis mais importante dos EUA.

Após a vitória de Trump nas eleições presidenciais e o anúncio de seu primeiro decreto migratório, Brocken estava "preocupado pelo que estava fazendo e o que faria", portanto decidiu agir "com as habilidades que tinha" como desenvolvedor.

"Gosto da ideia de 'apptivismo', porque as pessoas podem utilizar a tecnologia ao seu redor e transformar ações que tendem a servir unicamente a quem escreve ou posta no 'snapchat' em algo que ajuda uma organização ou beneficia os necessitados", comentou.

Brocken obteve o apoio da companhia tecnológica para a qual trabalha no Brooklyn, HappyFunCorp, que, além disso, fornece os fundos para realizar o projeto, e o lançou "com rapidez".

"Quanto mais esperasse, mais oportunidades perderia", levando em conta a atividade de Trump no Twitter, lembrou.

Ao fazer um balanço do primeiro mês de funcionamento do "Make Tweets Great Again", Brocken considera "incrível" a resposta dos usuários, que na última semana passaram de 70 para mais de 200 e cujas doações aumentaram de US$ 10 por tweet para cerca de US$ 40.

Para o criador da plataforma, a presença de Trump na rede social vai "infelizmente" durar muito, já que "é um meio no qual se sente muito confortável", razão pela qual estuda acrescentar novas opções ao projeto, como a escolha da organização beneficente.

Desde sua chegada à Casa Branca, em 20 de janeiro, Trump não deixou de utilizar sua conta pessoal no Twitter para lançar suas opiniões e disparar contra seus rivais, sejam políticos ou veículos de comunicação.

Mais de 17 milhões de seguidores recebem diariamente as mensagens sem filtro do presidente que frequentemente incluem calúnias, segundo denunciaram os jornais "The Washington Post" e "The Wall Street Journal" e a revista "Time", entre outros veículos.

Os tweets caluniosos de Trump têm um efeito viral mais acentuado do que o resto "porque o mundo virtual prefere o escandaloso, o novo, o controverso em relação à rotina normal da razão e a verificação", segundo um recente artigo da revista "Time".

"Ele tem a habilidade de mudar o assunto para o que quer falar", declarou à "Time" Roger Stone, ex-assessor do presidente, um de seus seguidores que consideram esta verborragia uma estratégia e não um defeito.

Enquanto as declarações de Trump nas redes sociais continuam no limite entre a verdade e a mentira, pelo menos há ativistas que aproveitam a "excentricidade de ter um presidente tão ativo no Twitter", destacou Aaron Brocken.

"Parece que ele pode nos levar tuitando a uma guerra e isso realmente dá medo. Não podemos evitar que mande tweets, mas podemos pegar essa ação negativa e nos assegurar que haja uma reação positiva", concluiu o engenheiro.

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